Dejan Petković: diferenças entre revisões

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Etiqueta: Reversão
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No Sevilla, Petković era titular, mas costumeiramente substituído nas partidas, uma vez que só ficaria até o meio de [[1996]] e o clube necessitava desenvolver um esquema sem ele.<ref name = "revista flamengo"/> Os acasos continuaram a lhe trazer lamentações: na mesma rodada em que estreou na nova equipe, o Real perdeu e Valdano fora demitido.<ref name = "revista flamengo"/> Para piorar, fraturaria o pé pouco depois. Quando o empréstimo terminou e ele voltou ao Real, desentendeu-se com o novo treinador, o [[italianos|italiano]] [[Fabio Capello]],<ref name = "revista flamengo"/> e foi novamente emprestado, desta vez para o [[Real Racing Club de Santander|Racing Santander]].
 
Novamente pouco escalado no clube merengue, após voltar de passagem também infrutífera no Racing, aceitou convite da equipe brasileira do [[Esporte Clube Vitória|Vitória]], que o descobriu após participar de torneio amistoso em que o sérvio se destacou pela [[Real Madrid Castilla Club de Fútbol|equipe B do Real]].,<ref name="placar 1289" /> pela qual enfrentou o time baiano.<ref name = "elpais">{{Citar web |url=https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/27/deportes/1530053462_136459.html |título=Petkovic: “Vivi muito bem no socialismo, mas, na prática, não funcionava”|língua= |autor=PIRES, Breiller |publicado=[[El País]] |data=27/06/2018 |acessodata=24/07/2018}}</ref> Em entrevista dada anos mais tarde a ESPN Brasil, Pet contou que aceitou jogar no Brasil, pois acreditava que, jogando bem por aqui, chamaria a atenção dos clubes europeus novamente.<ref>[http://espn.uol.com.br/video/634502_petkovic-explica-por-que-largou-real-madrid-em-1997-para-jogar-no-vitoria espn.uol.com.br/video/] ''Petkovic explica por que largou Real Madrid em 1997 para jogar no Vitória''</ref> Um dos motivos que teriam pesado para a escolha foi ter ouvido que a nova equipe era campeã. Imaginou então que tratava-se de um clube recém-campeão [[Campeonato Brasileiro de Futebol|brasileiro]]. "Mas era só [[Campeonato Baiano de Futebol|campeão baiano]]", contaria o futebolista, com bom humor, anos depois.<ref name = "elpais"/>
 
=== Chegada ao Brasil: Vitória ===
O rubro-negro baiano, em parceria com o [[Banco Excel]],<ref name="placar 1263-A">'''500 Times do Brasil''' (outubro de 2003). [[Revista Placar|Placar]] n. 1263-A. Editora Abril, p. 20</ref> contratara também as estrelas [[Túlio Humberto Pereira da Costa|Túlio]] e [[José Roberto Gama de Oliveira|Bebeto]].<ref name="placar 1250">'''Torcidas Bahia''' (novembro de 2002). [[Revista Placar|Placar]] n. 1250. Editora Abril, p. 33</ref> O "gringo", vieraembora justamenteinicialmente paracomunicado substituirde que Bebeto ainda estaria no clube, queviera forajustamente para osubstitui-lo, após a venda deste ao {{Futebol Botafogo}},.<ref name = "wordpress">{{Citar web |url=http://fabiomonteiro.wordpress.com/2009/06/04/ramon-e-petkovic-quem-foi-o-melhor/ |título=Ramon e Petković: Quem foi o melhor?|língua= |autor=MONTEIRO, Fábio |publicado=Casa Rubro-Negra |data=04/06/2009 |acessodata=25/12/2010}}</ref> eTerminaria por ofuscar o ofuscariapróprio Túlio, que seria negociado também naquele ano. Inicialmente, seu grande objetivo ao aceitar a proposta de empréstimo ao<ref name = "placar 1146">'''Quem fez muitos gols''' (dezembro de 1998). [[Revista Placar|Placar]] n. 1146. Editora Abril, pp. 90-91</ref> Vitória,era jogar bem para atrair nova atenção europeia.<ref name="placar 1334">RIBEIRO, Flávia (setembro de 2009). '''Pet retornável'''. [[Revista Placar|Placar]] n. 1334. Editora Abril, p. 94</ref>
 
Desconhecido no [[Brasil]], poucas eram as expectativas em cima do iugoslavo, que, logo na sua estreia, contra o [[União São João]], marcou um gol de falta e deu passe para Túlio também marcar no empate por 2 a 2 contra o time [[paulista]]. Em oito partidas em 1997, marcou duas vezes.<ref>{{Citar web |url=http://futpedia.globo.com/jogadores/petkovic/numeros |título=Petković - todos os números|língua= |autor= |publicado=[[Futpédia]] |data= |acessodata=25/12/2010}}</ref> Em 1998, começou o ano em ritmo devagar, marcando poucos gols, mas ainda assim se destacando, principalmente na goleada do ''Leão'' por 5 a 2 sobre o {{Futebol Santa Cruz}}, em jogo válida pela [[Copa do Nordeste de Futebol de 1998|Copa do Nordeste]], em que marcou seu primeiro hat-trick.<ref>{{citar web |url=http://www.correio24horas.com.br/blogs/pagina-impar/?p=1410 |título=Vitória, pentacampeão do Nordeste |publicado=correio24horas.com.br |data=02/12/2010 |acessodata=29/04/2011}}</ref> Acabou sendo vicecampeão do [[Campeonato Baiano de Futebol de 1998|Campeonato Baiano]] e do torneio regional, contabilizando 11 gols nas duas competições.<ref>{{citar web |url=http://www.futebol80.com.br/links/times/vitoria/vitoriajg.htm |título=Vitória |publicado=futebol80.com.br |acessodata=29/04/2011}}</ref>
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O desentendimento com Santrač já teria surgido em dezembro de 1994, quando a FIFA acabou com as sanções para amistosos - os iugoslavos ainda teriam de esperar até as eliminatórias para a [[Copa do Mundo de 1998]] para voltarem a concorrer a uma vaga em torneios oficias, ficando de fora das disputas por um lugar na [[Eurocopa 1996]] (certamente outro fator que atrapalhou Petković), que já estavam em andamento.<ref>{{Citar web|url=http://www.rsssf.com/tables/96e-q.html|título=European Championship 1996 qualifications|publicado=[[RSSSF]]|autor=NASKRENT, Gwidon S.|data=21/06/2002|língua2=en|acessodata=25/12/2010}}</ref> O país, reduzido a [[Sérvia]] e a [[Montenegro]], veio à [[América do Sul]] fazer sua reestreia. Petković ficou de fora do primeiro jogo - curiosamente, contra o [[Seleção Brasileira de Futebol|Brasil]]. O segundo foi contra a [[Seleção Argentina de Futebol|Argentina]]. Ele havia se destacado entre os titulares nos treinamentos, mas foi posto na reserva.<ref name="placar 1289" /> Ainda assim, ficou esperançoso em entrar na partida quando o técnico ordenou-lhe, aos 30 minutos do primeiro tempo, que fosse se aquecer.<ref name = "espn"/>''Rambo'' participou ainda da roda de bobinho no intervalo da partida e continuou a se aquecer até os 35 minutos do segundo tempo, quando ficou apenas alongando-se por mais cinco minutos. Aí, acreditando que não entraria mais, sentou-se no banco. Santrač só foi lhe chamar aos 43 minutos mas, vendo-lhe sentado, optou por outro jogador.<ref name = "espn"/>
 
Em junho de 2018, o jogador relembrou o episódio, em entrevista ao jornal ''[[El País]]'':<ref name = "elpais"/>
 
{{quote1|Eu era o melhor jogador da Iugoslávia. Em [[1994]], viemos jogar contra o [[Seleção Brasileira de Futebol|Brasil]]. Fizeram seis substituições no time e eu não entrei na partida. Paciência. No segundo amistoso, contra a [[Seleção Argentina de Futebol|Argentina]], me mandaram aquecer aos 30 do primeiro tempo. Ainda estou aquecendo... [risos] No último minuto de jogo, depois de uma hora aquecendo, sentei no banco. E aí quiseram me colocar. O auxiliar começou a gritar porque eu estava sentado. Depois disso, acabou o jogo e disseram que eu tinha me negado a entrar. Fui punido.<ref name = "elpais"/>}}
 
Em [[1995]], a Iugoslávia jogou sete vezes, com Petković finalmente atuando: participou seguidamente das últimas cinco partidas, três como titular e vencendo quatro;<ref name = "rsssfyug"/> Seu debute, no seu conhecido [[Estádio Estrela Vermelha|Marakana]], o estádio do [[Estrela Vermelha]] (curiosamente, apelidado com o nome popular do [[Estádio Mário Filho]], onde ele também brilharia, anos mais tarde) foi contra outra seleção sul-americana, em um 1 x 0 contra o [[Seleção Uruguaia de Futebol|Uruguai]], em [[31 de março]].<ref name = "rsssfyug"/> As partidas seguintes foram contra [[Seleção Russa de Futebol|Rússia]], [[Seleção Grega de Futebol|Grécia]], [[Seleção Salvadorenha de Futebol|El Salvador]] e [[Seleção Mexicana de Futebol|México]], respectivamente terminadas em 1 x 2, 2 x 0, 4 x 1 e novamente 4 x 1.<ref name = "rsssfyug"/> As três últimas vitórias foram todas fora de casa.<ref name = "rsssfyug"/> Curiosamente, foi justamente na única derrota, no Marakana, que ele marcou o que seria seu único gol pela seleção: foi no jogo contra os russos, ainda assim empatando momentaneamente a partida apenas um minuto depois do primeiro gol adversário.<ref name = "rsssfyug"/>
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Foi justamente na última partida do ano, contra os mexicanos,<ref name = "rsssfyug"/> que a relação de Petković com o técnico Santrač, que parecia acalmada, deteriorou-se de vez, mesmo após uma ótima partida do meia, em que ele, entrando no decorrer do jogo no lugar do astro [[Dejan Savićević]], distribuiu três assistências e teve um gol mal anulado<ref name = "espn"/>- para Santrač, duas bolas que ele teria perdido no meio-campo afetaram seu rendimento.<ref name = "espn"/> Temperamental, o jogador questionou a capacidade do técnico,<ref name = "espn"/> que, não o utilizou mais e,<ref name = "rsssfyug"/> com isso, o deixou de fora da [[Copa do Mundo de 1998]], para a qual conseguiu classificar-se sem nenhuma participação dele nas eliminatórias. Petković só voltou à Seleção após o torneio, em novo amistoso do país contra o Brasil, em setembro, no [[Maranhão]], quando [[:en:Milan Živadinović|Milan Živadinović]] já era o técnico<ref name = "rsssfyug"/><ref name = "espn" />- a mesma partida marcou também a estreia de [[Vanderlei Luxemburgo]] como técnico da Seleção Brasileira. "Pet" embarcou para [[São Luís do Maranhão|São Luís]] no mesmo voo que levou os jogadores brasileiros.<ref>{{Citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/regra10/ult3255u415654.shtml |título=Folha Online: O injustiçado Petković e a seleção |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
 
Foi titular no 1 x 1 contra os brasileiros,<ref name = "rsssfyug"/> mas, como ainda estava no [[Esporte Clube Vitória|Vitória]], e por aquele retorno ter sido também sua última partida pela Iugoslávia,<ref name = "rsssfyug"/> ele declarou anos mais tarde que acredita que só foi chamado na ocasião pois seria um bom tradutor para a delegação,<ref name = "espn"/><ref name = "elpais"/> apesar de Živadinović tê-lo treinado no Estrela entre 1992 e 1994. Decidido a jogar no futebol brasileiro (algo incomum para um jogador europeu), Petković perdeu visibilidade para com os treinadores que se seguiam no comando da Iugoslávia, não sendo chamado por [[Vujadin Boškov]] para a [[Eurocopa 2000]]. Chegou certa vez a desabafar à ''[[Revista Placar|Placar]]'' que, se tivesse permanecido no {{Futebol Venezia}}, clube segundo ele mesmo "dez vezes mais fraco que o {{Futebol Flamengo}} (sua equipe à época)", continuaria a ser chamado.<ref name="placar 1193" /> Um suposto mau relacionamento com antigos dirigentes da [[Associação de futebol da Iugoslávia|Federação Iugoslava]], que exigiriam dinheiro dos jogadores em troca de apoio nas convocações, teria sido outra causa de seu afastamento,<ref name="placar 1289" /> não-compreendido na época pelo próprio público iugoslavo; Petković chegou a ser matéria de capa em revista local que indagava as razões de sua ausência, em reportagem que teve grande repercussão no meio esportivo do país naquele momento.<ref name="placar 1193"/>
 
Na entrevista ao jornal ''[[El País]]'' em junho de 2018, o ex-jogador manteve-se crente sobre a hipótese de pagamento exigido pelos dirigentes, ao negar que o que mais teria lhe atrapalhado teria sido seu temperamento: "não vejo por esse lado. Em [[Copa do Mundo FIFA de 1998|1998]], se tivesse pagado para jogar, eu iria para a [[Copa do Mundo FIFA de 1998|Copa do Mundo]]. Nunca me falaram isso diretamente. Mas soube por "laranjas" que dava para ajeitar um esquema. Diziam que alguns pagavam para ir à Copa. Nem pensei em cogitar um absurdo desses.".<ref name = "elpais"/>
 
==== Sem oportunidades na Sérvia e Montenegro e, posteriormente, Sérvia ====
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Um anúncio oficial de que Ilija iria a convocá-lo para amistosos que a Sérvia e Montenegro faria em março, preparativos para a Copa, chegou a ser feito,<ref>'''Petković''' (fevereiro de 2006). [[Revista Placar|Placar]] n. 1291. Editora Abril, p. 6</ref><ref>{{Citar web |url=http://esportes.terra.com.br/futebol/copa2006/selecoes/interna/0,,OI832764-EI5718,00-Petkovic+e+convocado+para+amistoso+da+Servia.html |título=Terra Esportes: Petković é convocado para amistoso da Sérvia |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> mas sua convocação não se concretizou.<ref>{{Citar web |url=http://esportes.terra.com.br/futebol/copa2006/selecoes/interna/0,,OI894321-EI5718,00-Petkovic+fica+de+fora+da+convocacao+de+Servia+e+Montenegro.html |título=Terra Esportes: Petković fica de fora da convocação de Sérvia e Montenegro |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> O técnico justificava-se afirmando que o grupo na seleção já estaria definido e que não seria justo retirar alguém que se esforçara para classificar a [[Seleção Servo-Montenegrina de Futebol|Seleção Servo-Montenegrina]] à [[Copa do Mundo FIFA de 2006|Copa do Mundo de 2006]] para dar espaço à "Pet".<ref name = "savo"/> Apesar disso, convocou um novato, [[Ivan Ergić]], para os 23 selecionados para o mundial, deixando Petković de fora.<ref>{{Citar web |url=http://esportes.terra.com.br/futebol/copa2006/selecoes/interna/0,,OI1005055-EI5718,00-Petkovic+e+esquecido+e+novato+e+atracao+da+Servia.html |título=Terra Esportes: Petković é esquecido, e novato é atração da Sérvia |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Com o corte de um dos outros convocados, o [[montenegrinos|montenegrino]] [[Mirko Vučinić]], o treinador chamou um Petković, mas tratava-se de seu filho, [[Dušan Petković|Dušan]],<ref>{{Citar web |url=http://esportes.terra.com.br/futebol/copa2006/selecoes/interna/0,,OI1027209-EI5718,00-Treinador+de+Servia+e+Montenegro+convoca+seu+filho.html |título=Terra Esportes: Treinador de Sérvia e Montenegro convoca seu filho |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> outro que não jogava pela seleção. Atacado pela mídia nacional, o próprio decidiu renunciar à vaga, que desta forma não poderia ser novamente preenchida, pelas regras da [[FIFA]].<ref>{{Citar web |url=http://esportes.terra.com.br/futebol/copa2006/selecoes/interna/0,,OI1035039-EI5718,00-Fifa+barra+troca+e+Servia+joga+Copa+com+um+a+menos.html |título=Terra Esportes: Fifa barra troca, e Sérvia joga Copa com um a menos |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
 
Em junho de 2018, na entrevista ao jornal ''[[El País]]'', relembrou aquela situação:<ref name = "elpais"/>
 
{{quote1|Eu vinha de um [[Campeonato Brasileiro de Futebol de 2005|Campeonato Brasileiro]] fantástico com o [[Fluminense FC|Fluminense]]. Meus jogos no [[Brasil]] eram transmitidos na [[Sérvia]]. O país inteiro pedia minha convocação. Sempre inventavam uma desculpa para não me levar. Quando saiu a lista da Copa, as pessoas se perguntavam por que eu não fui convocado. Na época, o [[Zico]] disse que a [[Seleção Servo-Montenegrina de Futebol|Sérvia]] ia ganhar a Copa: “Tem 23 melhores que o Pet.” Então, o [[Mirko Vučinić|Vučinić]] se machucou. E aí divulgaram o substituto: "D. Petković". Começaram a me ligar, me dando os parabéns, mas, na verdade, o convocado era o [[Dušan Petković]], filho do técnico. Ele trocou um atacante por um zagueiro. Isso pegou tão mal que, na preparação para a Copa, o garoto não aguentou a pressão e foi embora, com vergonha de estar lá. Disputamos o Mundial com um jogador a menos. Nunca me deram uma explicação oficial. Em ''off'', diziam que, se me chamassem, eu teria que jogar. Infelizmente, perdi duas [[Copa do Mundo FIFA|Copas do Mundo]]. Entrei para o grupo restrito dos bons jogadores que nunca jogaram um Mundial. Não tenho nenhuma frustração por não ter disputado a Copa, porque não foi um insucesso meu. No futebol, alguns poucos têm poder para arruinar muitas coisas. As pessoas que administravam a seleção do meu país é que me fizeram mal, não a instituição. Não guardo mágoas.<ref name = "elpais"/>}}
 
Aos 33 anos quando o país se separou, às vésperas do mundial, Petković tampouco foi chamado para defender a nova [[Seleção Sérvia de Futebol|Seleção Sérvia]]. Em [[2009]], o então técnico da Sérvia, [[Radomir Antić]], declarou-se feliz com o sucesso de "Pet" no [[Brasil]] - o jogador passava por grande fase no {{Futebol Flamengo}} mesmo com a idade avançada de 37 anos -, mas os elogios vieram com a confirmação de que ele dificilmente seria novamente chamado para defender a seleção.<ref>{{Citar web |url=http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/10/553438-tecnico+da+servia+elogia+petkovic+mas+evita+euforia++nao+ha+como+falar+de+selecao.html |título=Gazeta Online: "Técnico da Sérvia elogia Petković, mas evita euforia: 'Não há como falar de seleção' |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Petković reconheceu que, justamente também pela sua idade, não se via na [[Copa do Mundo FIFA de 2010|Copa do Mundo de 2010]] (em que a Sérvia classificou-se liderando o grupo que continha a [[Seleção Francesa de Futebol|França]]), afirmando estar ''"muito velho para isso. Gostaria de ter dez anos a menos para disputar uma Copa do Mundo"''. Ainda assim, expressou seu desejo de jogar ao menos um amistoso por seu país.<ref>{{Citar web |url=http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2009/interna/0,,OI4036247-EI13759,00-Em+alta+no+Flamengo+Petkovic+comemora+classificacao+da+Servia.html |título=Terra Esportes: "Em alta no Flamengo, Petković comemora classificação da Sérvia" |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> A improvável convocação para o mundial, de fato, não veio.
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== Além dos gramados ==
Petković é formado em [[enfermagem]], tendo realizado o curso de formação paralelamente ao início de sua carreira, no [[Radnički Niš]]. A continuidade dos estudos fora uma exigência dos pais, Dobrivoje e Milena, para permitir a carreira futebolística.<ref name="placar 1289"/> No curso, conheceu e passou a namorar a mulher que se tornou sua esposa, Violeta.<ref name="placar 1274" /> Sua adaptação e a de sua esposa e filhas ao Brasil (onde investe em imóveis, além de ser sócio de uma [[pizzaria]]) foi tão boa que se divulgou que todos chegaram a começar um processo para naturalizarem-se.<ref name="placar 1288">RIBEIRO, Flávia (novembro de 2005). '''Ele é carioca'''. [[Revista Placar|Placar]] n. 1288. Editora Abril, p. 43</ref> Ele, a esposa e as filhas, Ana e Inês, falam [[língua portuguesa|português]] fluentemente. O aprendizado do casal tornou-se de certa forma mais fácil por já saberem falar [[língua espanhola|espanhol]],<ref name="placar 1287" /> após os dois anos passados na [[Espanha]].,<ref name="placar 1193"/> permitindo que já desenvolvesse fluência em português após cerca de dois meses.<ref name = "elpais"/>
 
Entretanto, a notícia da naturalização seria posteriormente desmentida pelo próprio "Pet": "''Não estou me naturalizando, nem minha família. A burocracia aqui é absurda. Sou um cara que mora aqui há 12 anos e não tenho nem visto de permanência, só de trabalho''".<ref name="placar 1334" /> A [[Constituição Brasileira de 1988]] confere cidadania aos estrangeiros de países não-lusófonos que a requeiram desde que, conforme previsto no Art. 12, II, "b", residam no Brasil por mais de quinze anos ininterruptos (o que não é o caso do jogador e seus familiares) e sem condenação penal. Apesar dos entraves legais, em entrevista ao programa ''[[Arena Sportv]]'' do dia [[19 de outubro]] de [[2009]], Petković declarou que pretende continuar morando no Brasil após sua aposentadoria.
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Em 2010, porém, em entrevista televisiva no programa de [[Ana Maria Braga]], comentou elogiosamente, indagado sobre eventuais dificuldades vividas no socialismo, que "''quando nasci, não tinha dificuldade nenhuma. Era um país maravilhoso, vivíamos um regime socialista, todo mundo bem, todos tinham salário, todos tinham emprego. Os problemas aconteceram depois dos [[década de 1980|anos 80]]''".<ref>{{Citar web |url=http://www.vermelho.org.br/noticia/124417-29 |título=Petkovic defende o socialismo e faz um golaço em Ana Maria Braga |língua= |autor=BORGES, Altamiro |obra= |data=18/02/2010 |acessodata=09/01/2018}}</ref> Já havia opinado em 2004, em entrevista à ''[[Revista Placar|Placar]]'', que "''a Sérvia sempre foi um bom lugar para se viver. A transição para o governo democrata foi complicada. Mas estamos avançando''".<ref name="placar 1271"/>
 
Em junho de 2018, indagado novamente sobre o tema, declarou o seguinte ao jornal ''[[El País]]'':<ref name = "elpais"/>
 
{{quote1|Eu vivi muito bem no [[socialismo]], mas nem sabia o que isso significava. Era criança. A ideologia é fantástica, mas, na prática, não funcionava. Um exemplo... Tenho amigos que são trabalhadores, muito profissionais. Mas também tenho os que são “boleirões”, gostam de vida boa, não querem fazer nada. Imagine se esses amigos recebessem o mesmo que os trabalhadores dedicados? Isso desmotiva quem quer trabalhar. Mas tinha emprego para todo mundo. Essa era a parte boa do regime socialista, algo que o governo realmente tem de fazer. Criar oportunidades de trabalho. Mas, como as empresas viviam de subsídio, não importava o resultado. A produtividade era baixa. Uma fábrica que poderia operar com 3.000 funcionários tinha 30.000. Como meu pai dizia: comia a si mesmo. Minha infância foi maravilhosa. Meu pai e minha mãe tinham empregos. A gente frequentava escola boa, praticava esportes, viajava nas férias para a praia ou para a montanha e vivia com dignidade, mas não tinha mordomia. A comida era muito barata. Hoje, qualquer coisa é cara. Praticamente não existe diferença de preço entre a comida e um aparelho doméstico. Antes, a gente podia comer o mês inteiro com 10% do salário dos meus pais, mas precisava de cinco salários para comprar uma televisão. Agora, a diferença entre uma cesta básica e uma TV é pequena. Naquela época, nosso país tinha muita produção industrial, da agricultura a materiais de construção. Quando meus pais estavam construindo nossa casa, faltou grana para comprar as calhas do telhado. Então, eu quebrei meu cofrinho de moedas. Deu pra comprar as calhas e ainda sobrou dinheiro. A [[Iugoslávia]] teve [[comunismo]], [[socialismo]] e [[capitalismo]]. Não sei qual deles é o melhor, de verdade. Tudo pode prestar, tudo pode estragar: depende dos interesses envolvidos. Não existe um sistema ideal. Para mim, o fundamental é que exista educação, respeito aos valores comunitários e à história do país.<ref name = "elpais"/> }}
 
Na mesma ocasião, teceu os seguintes comentários comparativos entre [[Sérvia]] e [[Brasil]]:
 
{{quote1| Eu cresci em um lugar que tem muitos problemas. O que acontece no Brasil eu já vivi. Estou acostumado. Mas os brasileiros não merecem o que está acontecendo. Um país maravilhoso, abençoado com essa riqueza natural e humana, pela mistura de cores, sem conflitos étnicos. Isso não pode ser ofuscado pelos problemas de corrupção. No meu país, também sofremos com corrupção e coisas piores, como a separação de territórios, agressões e mortes de inocentes, políticos que não são dignos de nenhum respeito. Talvez por isso eu consiga enxergar o lado positivo das coisas. Lamento a situação política, às vezes eu também quero chutar o balde, mas sou otimista e acredito muito no Brasil. Tenho duas casas. Em uma delas, eu nasci. A outra, eu escolhi. Nenhuma delas é perfeita. Mas eu também não sou perfeito. Não existe perfeição na vida, muito menos um modelo de sociedade perfeita. Entre tantas coisas boas, um único defeito me chama a atenção: o brasileiro é muito acomodado. Aceita as coisas sem conhecer os seus direitos, sem reivindicar, sem perguntar: “Mas por que isso?”. O brasileiro não questiona. Por que aumentou o preço da gasolina? Por que tem que pagar taxa de matrícula na escola? Por que vão fazer reajuste e correção monetária? Baseado em quê? “Ah, mas é assim. Não me importa quanto vou pagar no futuro, o que importa é que agora me custa menos.” Esse é o pensamento. Nesse ponto, muita coisa é diferente da Europa. Por que tem franquia do seguro? Por que tem que pagar plano de saúde? Por que faz um financiamento? Na Sérvia, pagamos a hipoteca e o valor das parcelas é fixo. Lá não existe plano de saúde. Os salários e as aposentadorias são baixas, mas as escolas públicas ainda são muito boas e melhores que as privadas. Alguma coisa ainda funciona na minha terrinha. Não é só roubalheira.
 
Ainda na mesma entrevista, comentou o seguinte acerca da [[dissolução da Iugoslávia]]:<ref name = "elpais"/>
 
{{quote1|Foi muito triste a [[dissolução da Iugoslávia|separação da Iugoslávia]]. Quando querem encontrar brechas para dividir o poder, usam como desculpa a religião, o nacionalismo, a centralização do capital ou o que melhor convier para alcançar esse objetivo. A política aproveita os pontos fracos das pessoas e começa a semear diferenças adotando o discurso de “nós contra eles”. É muito fácil promover a segregação do ser humano. Veja só as torcidas no futebol. Existem brigas dentro delas. A Iugoslávia se separou enquanto toda a [[União Europeia|Europa estava se unindo]]. Qual era a lógica disso? Daqui a pouco, vamos dividir os Estados, as cidades, os bairros. Precisamos aprender a conviver com as diferenças, como acontece no Brasil.<ref name = "elpais"/> }}
 
== ''O Gringo'' ==