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'''Guerra Fria''' é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os [[Estados Unidos]] e a [[União Soviética]], compreendendo o período entre o final da [[Segunda Guerra Mundial]] (1945) e a [[dissolução da União Soviética|extinção da União Soviética]] (1991), um conflito de ordem [[política]], [[militar]], [[Tecnologia|tecnológica]], [[econômica]], [[social]] e [[ideológica]] entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas [[superpotências]], dada a inviabilidade da vitória em uma [[Guerra nuclear|batalha nuclear]]. A [[corrida armamentista]] pela construção de um grande arsenal de [[armas nucleares]] foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se da década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente dos Estados Unidos [[Ronald Reagan]] chamado de "[[Iniciativa Estratégica de Defesa|Guerra nas Estrelas]]".
 
Uma parte considerável dos historiadores argumenta que foi uma disputa dos países que apoiavam as [[Liberdades civis]], como a liberdade de opinião e de expressão e de voto, representada pelos Estados Unidos e outros países ocidentais e do outro lado a doutrina comunista ateia,<ref>Encíclica ''Qui pluribus'', do [[Papa Pio IX]], a 9 de novembro de 1846: Acta Pii IX, vol. I, pág. 13. Cf. Sílabo, IV: A.A.S., vol. III, pág. 170.</ref><ref>Encíclica ''Quod Apostolici muneris'', do [[Papa Leão XIII]], a 28 de dezembro de 1878: Acta Leonis XIII, vol. I, pág. 40</ref> defendida por [[Perseguição aos Cristãos no Bloco do Leste|regimes que perseguiram as religiões]] <ref>''Persecuted: The Global Assault on Christians.'' Autores: Paul Marshall, Lela Gilbert & Nina Shea. Thomas Nelson, 2013, {{en}}, pág. 09, ISBN 9781400204427 Adicionado em 25/07/2018.</ref><ref>''The Challenge of Religious Discrimination at the Dawn of the New Millennium.'' Autor: Nazila Ghanea-Hercock. Springer, 2013, {{en}}, pág. 84, ISBN 9789401759687 Adicionado em 25/07/2018.</ref> (''ver: [[Ateísmo Marxista-leninista]]'') onde era suprimida a possibilidade de eleger e de discordar, defendida pela União Soviética (URSS)<ref>{{Citar livro|autor=Bellamy, Richard|titulo=The Cambridge History of Twentieth-Century Political Thought|editora=Cambridge University Press|ano=2003|isbn=0-521-56354-2|página=60}}</ref> e outros países onde o [[comunismo]] fora imposto por ela. Outra parte defende que esta foi uma disputa entre o [[capitalismo]], que patrocinou regimes ditatoriais na América Latina,<ref>[http://cmais.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra1/descricaopanoramica3.htm]</ref> representado pelos Estados Unidos, e o [[socialismo]] totalitário<ref name=anne>{{citar web |url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/02/21/AR2006022101140.html|autor= Anne Applebaum |publicado=Washington Post |título= ''Happy Anniversary, Nikita Khrushchev'' |data=22 de fevereiro de 2013 |acessodata=18 de agosto de 2013 |língua= en}}</ref><ref name="Brasil Escola"/> expansionista<ref>Max Frankel, "Stalin's Shadow," [http://www.nytimes.com/2012/11/25/books/review/iron-curtain-by-anne-applebaum.html?pagewanted=all&_r=0 ''New York Times'' Nov 21, 2012] baseado no livro de Anne Applebaum, ''Iron Curtain: The Crushing of Eastern Europe, 1944–1956'' (2012), ver Introduction, texto depois da nota 26, e capítulos. 3, 7-9, acessado em 4 de outubro de 2013</ref> ou [[socialismo estatal|socialismo de Estado]],<ref>http://www.theguardian.com/commentisfree/2013/dec/09/if-nelson-mandela-really-had-won</ref> onde fora suprimida a propriedade privada, defendido pela União Soviética (URSS) e China.<ref>[http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,483023,00.html ''The Chinese Cultural Revolution: Remembering Mao's Victims''] por Andreas Lorenz em Beijing, [[Der Spiegel]] Online. 15 de maio de 2007</ref> Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco [[socialista]] se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a [[China]] [[comunista]] se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais envolveram Estados [[capitalista]]s, como os Estados Unidos, contra diversas [[potência]]s locais mais [[nacionalista]]s.
 
Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais. Neste contexto, os chamados ''países não alinhados'' mantiveram-se fora do conflito, não se alinhando aos blocos pró-URSS ou pró-[[Estados Unidos]], formando um "terceiro bloco" de [[País neutro|países neutros]]: o [[Movimento Não Alinhado]].
 
Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do [[Terceiro Mundo]], o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado ao soviético, logo poderia ser visto com simpatia pelos Estados Unidos e receber apoio, sendo que o oposto também ocorria no lado soviético. A [[Guerra da Coreia]] (1950-1953), a [[Guerra do Vietnã]] (1962-1975) e a [[Guerra do Afeganistão (1979–1989)]] são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na [[Crise dos mísseis de Cuba|crise dos mísseis]] em [[Cuba]] (1962). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, [[Guerra Civil|guerras civis]] ou guerras interestatais foi intensificada pela polarização entre EUA e URSS. Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder mundial é o que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar, principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas Estados Unidos e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de dissuasão [[Armadissuasão nuclear|nuclear]].
 
== História ==
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=== Corrida armamentista ===
{{artigo principal|Corrida armamentista}}
{{Mais informações|Teoria da intimidação}}
 
Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de [[arma]]s, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.
 
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Durante o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi acirrada. As duas [[superpotência]]s fizeram grandes esforços de [[propaganda política]] no intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto [[Estados Unidos]] quanto [[União Soviética]] concentravam sua [[propaganda]] político-ideológica em duas frentes: desacreditar a [[ideologia]] e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sociocultural era superior. Setores como [[tecnologia]] (''ver: [[Programa espacial dos Estados Unidos]] e [[Programa espacial soviético]]'') e mesmo [[esporte]] (''ver: [[Boicote aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980]] e [[Jogos Olímpicos de Verão de 1984]]''), eram usados para fins de propaganda.
 
Os [[Serviço de inteligência|serviços de inteligência]] e [[espionagem na Guerra Fria]] desempenharam papel decisivo nesta disputa. Usando de [[contrainformação]], agentes soviéticos infiltrados conseguiram induzir governos ocidentais ao erro,<ref name="blogtalkradio">{{pt}} [http://www.blogtalkradio.com/olavo Blog Talk Radio] - Olavo de Carvalho, programa True Outspeak de [[21 de Novembro]] de [[2012]]. Página visitada em [[11 de Setembro]] de [[2013]].</ref> atuando nos EUA já na presidência de [[Franklin Delano Roosevelt]].<ref>{{en}} ''Witness'' de [[Whittaker Chambers]], Regnery Gateway, [[1987]], ISBN 9780895267894 (11/09/2013).</ref><ref>{{en}} ''Stalin's Secret Agents: The Subversion of Roosevelt's Government'', de M. Stanton Evans & Herbert Romerstein, Threshold Editions, [[2013]].ISBN 9781439147702 (11/09/2013).</ref> Por exemplo, [[Harry Dexter White]], funcionário que ocupou importantes cargos no governo estadunidense, era na realidade, um agente a serviço da URSS.<ref name="Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor">{{en}} ''Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor.'' John Koster, Regnery Publishing, Incorporated, An Eagle Publishing Company, 2012. ISBN 9781596983229. (25/09/2013).</ref> E que, por meio de manipulação de informações, ajudou a sabotar as [[relações entre Estados Unidos e Japão|relações nipo-americanas]] gerando tensão e desconfianças em ambos os lados.<ref name="Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor" /> As ações de White levaram o [[Império do Japão]] a, erroneamente, tomar a decisão de lançar o [[ataque a Pearl Harbor]], precipitando a entrada dos EUA na guerra mundial, o que era de interesse da URSS.<ref name="Operation Snow: How a Soviet Mole in FDR’s White House Triggered Pearl Harbor" /> Ainda durante a [[II Guerra Mundial]], [[britânico]]s e [[estadunidense]]s retiraram o apoio dado ao [[general]] [[conservador]] [[Draža Mihailović]] líder dos ''[[Chetniks]]'' ([[movimento de resistência]] [[antifascista]]), resultando na implantação do [[comunismo]] na [[Iugoslávia]] no [[pós-guerra]], sob comando de [[Josip Broz Tito]].<ref name="blogtalkradio" /> Na [[Guerra Civil Chinesa]], os EUA não concederam apoio efetivo a [[Chiang Kai-shek]], líder do exército nacionalista do [[Kuomintang]]. Assim, o movimento comunista, liderado por [[Mao Tsé-Tung]], foi vitorioso.<ref name="blogtalkradio" /> Estes equívocos (e outros) deveram-se ao trabalho de desinformação empregado pelos soviéticos.<ref name="blogtalkradio" />
 
{{Citação2|''Os serviços secretos americanos tiveram várias vitórias de pequena escala. Por exemplo, na chamada exfiltração, que é auxiliar um alto funcionário do governo inimigo que deseja desertar. Tanto EUA quanto Reino Unido exfiltraram muitas pessoas. Mas na escala macroscópica, a KGB fez os governos ocidentais de trouxas.''<ref name="blogtalkradio" />|[[Olavo de Carvalho]]}}
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Em seu avanço para a [[Alemanha Nazista]], o [[exército vermelho]] ocupou o [[Leste Europeu]], levando governos pró soviéticos ao poder nos países da região. Do "[[socialismo em um só país]]" chegou-se à "[[revolução mundial]]" e, no final do conflito, o comunismo estava presente em 12 países.<ref name="heitordepaola">{{pt}} [http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=137 Heitor De Paola] - AS RAÍZES HISTÓRICAS DO EIXO DO MAL LATINO AMERICANO - II. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref>
 
Com a vitória sobre o [[nazifascismo]] garantida, o general [[George S. Patton]] desejava enfrentar os soviéticos, defendendo a estratégia de "''[[rollback]]''" (confronto militar direto ou guerra "quente"), pois considerava o comunismo uma ameaça maior. O [[exército dos Estados Unidos]] encontrava-se na [[Europa]] e a URSS estava esgotada pela guerra. Na visão de Patton, aquela era uma oportunidade única para enfrentá-los que não deveria ser desperdiçada. Em [[7 de Maio]] de [[1945]] (um dia antes do [[Dia da Vitória na Europa]]), Patton declarou:<ref name="heitordepaola" /><ref>{{en}} [http://www.veteranstoday.com/2012/05/27/memorial-day-time-to-ask-why/ Veterans Today] - ''Memorial Day – Time to Ask Why.'' Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref>
 
{{Citação2|(...) ''Não vamos dar tempo a eles ''(soviéticos)'' de arranjar suprimentos. Se dermos, teremos apenas vencido e desarmado a Alemanha mas teremos falhado na libertação da Europa; teremos perdido a guerra! <br />''(...)'' Devemos manter nossas botas polidas, ''[[baioneta]]s'' afiadas, e apresentarmo-nos fortes perante os russos. Esta é a única linguagem que eles entendem e respeitam.''}}
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=== Guerra da Coreia (1950 - 1953) ===
{{artigo principal|Guerra da Coreia}}
{{AP|vt=s|Crimes de guerra atribuídos às Coreias}}
[[Imagem:South_Korean_refugees_mid-1950.jpg|thumb|esquerda|Centenas de milhares de sul-coreanos fugiram para o sul, em meados de 1950 depois que o exército norte-coreano invadiu.]]
 
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{{artigo principal|Crise dos mísseis de Cuba}}
 
[[Imagem:Soviet b-59 submarine.jpg|thumb|direita|[[Submarino Soviético B-59]] <ref>''The Cuban Missile Crisis: A History Just for Kids!'' KidCaps, BookCaps Study Guides, 2013, pág. 10, {{en}} ISBN 9781621075547 Adicionado em 22/07/2018.</ref> (c. 28 de Outubro de 1962) próximo a Cuba, sendo observado por um helicóptero da [[Marinha dos Estados Unidos]] (''ver: [[Vasili Arkhipov]]).]]
 
[[Cuba]], a maior das ilhas [[caribe]]nhas, sofreu uma [[Revolução Cubana|revolução]] em [[1959]], que retirou o ditador pró-estadunidense [[Fulgêncio Batista]] do poder, e instaurou a [[ditadura]] de [[Fidel Castro]]. A instauração de um regime socialista preocupou a [[Casa Branca]] que ainda em 1959 tentou depor o novo governo, apoiando membros ligados ao antigo regime e iniciando um [[Embargo dos Estados Unidos a Cuba|embargo econômico à ilha]]. Com o bloqueio do comércio de [[petróleo]] e grãos, Cuba passa a adquirir esses produtos da URSS. O governo de Fidel Castro, inicialmente composto por uma frente de grupos nacionalistas, [[populista]]s e de esquerda, que variava de [[social-democrata]]s aos de inspiração [[marxista]]-[[Leninismo|leninista]], rapidamente polarizaria em torno dos líderes mais pró-URSS. Em [[1961]], a [[CIA]] chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados que deporiam Fidel Castro na operação da [[invasão da Baía dos Porcos]], que foi um fracasso completo. Diante desta situação o novo regime cubano se aproxima rapidamente da URSS, que oferece proteção militar.
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}}
 
Durante a Guerra Fria, a propaganda e os esforços [[Anticomunismo|anticomunistas]] dos Estados Unidos fizeram-se sentir na região. De [[1946]] a [[1984]], os Estados Unidos mantiveram no [[Panamá]] a [[Escola das Américas]]. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o [[ditador]] do Panamá [[Manuel Noriega]], e [[Leopoldo Galtieri]], líder da [[Junta Militar da Argentina]]. A partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de [[Golpe de estado|golpes de estado]] contra governos latino-americanos<ref>[http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra5/espionagem2.htm '''TVCultura'''] - A espionagem. [[Site]] acessado em [[29 de Outubro]] de [[2010]].</ref><ref>[http://www.espacoacademico.com.br/058/58bandeira.htm '''Espaço acadêmico'''] - A CIA e a técnica do golpe de Estado. Artigo de [[Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira]]. Acessado em 29 de Outubro de 2010.</ref> (ver: [[Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA]]). Após a [[Revolução cubana]], o receio de que o [[comunismo]] se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos foram removidos do poder.
 
Em 1961, o presidente Kennedy criou a [[Aliança para o Progresso]], para abrandar as tensões sociais e auxiliar no [[desenvolvimento econômico]] das nações latino-americanas, além de conter o avanço comunista no continente americano. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto pretendia-se afastar a possibilidade das nações da [[América Latina]] alinharem-se com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente [[Richard Nixon]].
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* SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I. (ver: [[Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas]])
 
Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos militares e políticos. A União Soviética estava com problemas nos relacionamentos com a China, e viu este país se desalinhar do [[socialismo]] monopolista de Moscou. Isso criou a prática da [[diplomacia]] triangular, entre Washington, Moscou e [[Pequim]]. Também estavam com dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados Unidos haviam entrado numa [[guerra do Vietname|guerra]] contra o [[Vietnã]], e na década de 1970 entrariam em uma grave crise econômica.
 
A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e ideológica, culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na Europa e no [[Terceiro Mundo]]. Como exemplo, pode-se citar a [[Invasão do Afeganistão]], a [[Primavera de Praga|Intervenção Soviética em Praga]], e a própria guerra do Vietnã.
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A [[Guerra do Vietnã]] foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas no período da Guerra Fria. Opôs o [[Vietname do Norte]] e [[guerrilheiro]]s pró-comunistas do [[Vietname do Sul]] contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados Unidos.
 
Após a [[Convenção de Genebra]] ([[1954]]), o [[Vietnã]], recém-independente da França, seria dividido em duas zonas de influência, como a Coreia, e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas cada uma sob um dos regimes ([[capitalismo]] e [[socialismo]]). Foi estipulada uma data (1957) para a realização de um [[plebiscito]], decidindo entre a reunificação do país ou não e, se sim, qual regime seria adotado.
 
Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, [[Ho Chi Minh]], era muito benquisto entre a população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do Vietname do Sul decidiu proibir o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietname do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.
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* Em [[1968]], a [[Tchecoslováquia]] viu uma grande manifestação popular apoiar ideias de abertura política em direção à social-democracia e a um "socialismo com uma face humana". Este movimento ficou conhecido como [[Primavera de Praga]], em alusão à capital da Tchecoslováquia, [[Praga]], local onde os movimentos populares tomavam corpo. Temendo a liberdade política da Tchecoslováquia, [[Leonid Brejnev]], líder da URSS, ordenou a invasão de Praga e a repressão do movimento popular.
* Em [[1966]], [[Charles de Gaulle]], presidente da França, manteve os seus ideais de nacionalismo francês e [[antiamericanismo]] e desalinhou-se com as práticas estadunidenses, saindo da OTAN.
* Em 1969, o [[chanceler]] da Alemanha Ocidental anuncia a "[[Ostpolitik]]", uma política de aproximação dos vizinhos, os alemães orientais. Em 1972 os Estados passam a se reconhecerem mutuamente podendo, assim, voltar a integrar a ONU.
 
==== O reconhecimento da China pelos Estados Unidos ====
{{Principal|Relações entre China e Estados Unidos}}
[[Imagem:President Nixon meets with China's Communist Party Leader, Mao Tse- Tung, 02-29-1972 - NARA - 194759.tif|thumb|250px|direita|Mao Tsé-Tung e [[Richard Nixon]], em 29 de Fevereiro de 1972, durante a [[Visita de Richard Nixon a China em 1972|visita do presidente estadounidense a China]].<ref>'''Only Nixon': His Trip to China Revisited and Restudied.'' Autores: James C. Humes & Jarvis D. Ryals. University Press of America, 2009, pág. 03, {{en}} ISBN 9780761847397 Adicionado em 25/07/2018.</ref>]]
 
Desde o início da década de 1950 a [[República Popular da China]] tinha problemas com a [[União Soviética]], por causa de hierarquia de poderes. [[Moscou]] queria que o socialismo no mundo fosse unificado, sob a tutela do [[Kremlin de Moscovo|Kremlin]], enquanto [[Pequim]] achava que a República Popular da China não deveria se submeter aos soviéticos. Além disso, o governo chines exigia que a URSS transferisse sua tecnologia nuclear para a China, o que não era bem visto por Moscou. Este processo acabou levando a [[ruptura sino-soviética]].
 
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=== A "Segunda" Guerra Fria (1979-1985) ===
{{Principal|Guerra Fria (1979–1985)}}
{{não confundir com|Segunda Guerra Fria}}
[[Imagem:Cold War Map 1980.svg|thumb|direita|upright=1.7|A Guerra Fria em 1980.]]
 
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==== Guerra Afegã Soviética ====
{{Principal|Guerra do Afeganistão (1979–1989)}}
{{Mais informações|Crimes de guerra soviéticos}}
Em abril de 1978, o [[Partido Democrático do Povo do Afeganistão]] (PDPA) assumiu o poder no [[Afeganistão]] na [[Revolução de Saur]]. Em poucos meses, os opositores do governo comunista lançaram uma revolta no leste do Afeganistão que se expandiu rapidamente para uma [[guerra civil]] levada a cabo pelos guerrilheiros [[mujahideen]] contra as forças do governo em todo o país. <ref name="hussain"/> Os mujahideen do Afeganistão receberam treinamento militar e armas nos vizinhos [[Paquistão]] e [[China]] <ref>{{Harvnb|Starr|2004|pp=157–158}}</ref><ref name=Warren>{{Harvnb|Warren|1992}}</ref>, enquanto a União Soviética enviou milhares de conselheiros militares para apoiar o governo PDPA. <ref name="hussain">{{Harvnb|Hussain|2005|pp=108–109}}</ref>. Em meados de 1979, os Estados Unidos começaram um programa secreto para ajudar os rebeldes [[fundamentalismo islâmico|fundamentalistas islâmicos]], os mujahideen.<ref>{{Harvnb|Meher|2004|pp=68–69, 94}}</ref>
 
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== Ver também ==
{{Div col}}
* [[Antianticomunismo]]
* [[Anticapitalismo]]
* [[Anticomunismo]]
* [[CapitalismoAntissovietismo]]
* [[Comunismo]]
* [[Descomunização]]
* [[Guerra por procuração]]
* [[Guerra psicológica]]
* [[Novo Grande Jogo]]
* [[Segunda Guerra Fria]]
* [[Segunda Guerra Mundial]]
* [[Socialismo]]
* [[Stanislav Petrov]]
* [[Terceira Guerra Mundial]]
* ''[[The Day After]]''
* [[UniãoVasili SoviéticaArkhipov]]
* {{Div col fim}}
 
{{Referências|col=2}}