Paraceratherium: diferenças entre revisões

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Os paraceratérios são uma das maiores espécies de mamíferos terrestres conhecidas que já existiu, mas seu tamanho exato não está claro por conta da falta de espécimes completos. As estimativas antigas de {{Converter|30|t|lb|o=e}} agora são consideradas exageradas; seu tamanho poderia ser no máximo na faixa de 15 a 20 toneladas (33 000 a 44 000 libras), e no mínimo {{Converter|11|t|lb|o=e}}, na média. Os cálculos se basearam principalmente nos fósseis de ''P.&nbsp;transouralicum'' porque essa espécie tem os restos mais completos conhecidos.<ref name="Prothero 2013 87 106"/> As estimativas têm se baseado no crânio, nos dentes e nas medições dos ossos das patas, mas os elementos ósseos conhecidos são representados por indivíduos de tamanhos diferentes, então todas as reconstruções esqueléticas são extrapolações compostas, resultando em várias variações de tamanho.<ref name="Fortelius">{{citar periódico| doi = 10.1111/j.1096-3642.1993.tb02560.x|título= The largest land mammal ever imagined|periódico= Zoological Journal of the Linnean Society| volume = 108|páginas= 85–101|ano= 1993|último1 = Fortelius |primeiro1 = M. |último2 = Kappelman |primeiro2 = J. }}</ref><ref>{{citar periódico| doi = 10.4202/app.2011.0067 |título=Estimating body mass from the astragalus in mammals |periódico=Acta Palaeontologica Polonica |data=2012 |páginas= 259–265|primeiro =T. |último =Tsubamoto}}</ref> O tamanho total de seu corpo foi estimado em 8,7 metros (28,5 pés) por Granger e Gregory em 1936, e 7,4 metros (24,3 pés) por [[Vera Gromova]] em 1959, mas a estimativa anterior agora é considerada exagerada. O peso dos paraceratérios era similar ao de alguns [[proboscídeos]] extintos, com o esqueleto mais completo conhecido pertencendo ao [[mamute-da-estepe]] (''Mammuthus trogontherii'').<ref name="Fortelius"/><ref name=probos_mass>{{citar periódico|último1 = Larramendi |primeiro1 = A. |último2 = |primeiro2 = |ano= 2016 |título= Shoulder height, body mass and shape of proboscideans |periódico= Acta Palaeontologica Polonica | volume = 61 |número= |páginas= |publicado= | jstor = | doi = 10.4202/app.00136.2014 | url = https://www.app.pan.pl/archive/published/app61/app001362014.pdf |formato= |acessodata= }}</ref> Apesar da massa mais ou menos equivalente, os paraceratérios podem ter sido mais altos que qualquer outro proboscídeo.<ref name="Prothero 2013 87 106"/> A altura de seu ombro foi estimada em 5,25 metros (17,2 pés) nos ombros por Granger e Gregory, e, mais recentemente, 4,8 metros (15,7 pés) por [[Gregory S. Paul]] em 1997.<ref name="GSP 1997">{{citar periódico|último = Paul |primeiro = G. S. |título= Dinosaur models: The good, the bad, and using them to estimate the mass of dinosaurs |periódico= Dinofest International Proceedings | series = | volume = |páginas= 129–142 | url = http://gspauldino.com/Models.pdf |ano= 1997 }}</ref> A extensão do pescoço foi estimada em 2 a 2,5 metros (6,6 a 8,2 pés) por [[Michael P. Taylor]] e Mathew J. Wedel em 2013.<ref name=Taylor&Wedel2013>{{citar periódico|último1 = Taylor |primeiro1 = M. P.|último2 = Wedel |primeiro2 = M. J.| doi = 10.7717/peerj.36|título= Why sauropods had long necks; and why giraffes have short necks|periódico= PeerJ| volume = 1|páginas= e36|ano= 2013| pmid = 23638372| pmc =3628838}}</ref> ''P.&nbsp;huangheense'' difere de ''P.&nbsp;bugtiense'' apenas na anatomia da porção posterior da mandíbula, e também por seu tamanho maior.<ref name="huangheense"/>
[[Imagem:Indricotherium11.jpg|thumb|esquerda|Restauração de ''P.&nbsp;transouralicum.'']]
Nenhum conjunto completo de [[vértebras]] e costelas dos paraceratérios foi encontrado ainda e a cauda é completamente desconhecida. As vértebras [[atlas (anatomia)|atlas]] e [[áxis]] do pescoço são mais amplas que na maior parte dos rinocerontes modernos, com espaço para grandes ligamentos e músculos que seriam necessários para segurar a grande cabeça. OAs resto dasoutras vértebras eram também bastante amplas, e tinham extensas zigoapófises com muito espaço para músculos, tendões, ligamentos e nervos, para suportar a cabeça, pescoço e espinha. Os [[vértebra|espinhos neurais]] eram longos e formavam uma longa "corcunda" ao longo das costas, onde os músculos da cabeça e os ligamentos da nuca para sustentar o crânio estavam afixados. As costelas eram similares às dos rinocerontes modernos, mas a caixa torácica iria aparentar menor em proporção às longas pernas e grandes corpos, porque os rinocerontes modernos, comparativamente, temtêm pernas mais curtas. A última vértebra da parte inferior da coluna vertebral foiestava fundida ao [[sacro]], uma característica encontrada nos rinocerontes avançados.<ref name="Prothero 2013 87 106"/> Como os [[saurópodes]], os paraceratérios tinham cavidades na vértebra pré-sacral, que provavelmente auxiliou para aliviar o esqueleto.<ref>{{citar periódico| doi = 10.1111/j.1469-185X.2010.00137.x| pmid = 21251189|título= Biology of the sauropod dinosaurs: The evolution of gigantism|periódico= Biological Reviews| volume = 86|número= 1|páginas= 117–55|ano= 2011|último1 = Sander |primeiro1 = P. M. |último2 = Christian |primeiro2 = A. |último3 = Clauss |primeiro3 = M. |último4 = Fechner |primeiro4 = R. |último5 = Gee |primeiro5 = C. T. |último6 = Griebeler |primeiro6 = E. M. |último7 = Gunga |primeiro7 = H. C. |último8 = Hummel |primeiro8 = J. R. |último9 = Mallison |primeiro9 = H. |último10 = Perry |primeiro10 = S. F. |último11 = Preuschoft |primeiro11 = H. |último12 = Rauhut |primeiro12 = O. W. M. |último13 = Remes |primeiro13 = K. |último14 = Tütken |primeiro14 = T. |último15 = Wings |primeiro15 = O. |último16 = Witzel |primeiro16 = U. | pmc = 3045712}}</ref>
 
[[Imagem:Indricotherium transouralicum hind foot.jpg|thumb|upright|Pata posterior de ''P.&nbsp;transouralicum'', AMNH]]
Os membros eram grandes e robustos para suportar o grande peso do animal e eram, de certa forma, semelhantes e [[Convergência evolutiva|convergentes]] com os dos elefantes e dinossauros saurópodes, comque suastambém construçõeseram graviportaisanimais (pesadaspesados eque se moviam lentas)lentamente. AoContrastando contráriocom dessesesses animais, que tendem a alongarter os ossos dos membros superiores longos enquanto encurtando, fundindoos e comprimindo o membromembros inferiorinferiores, mãos, e ossos dos pés encurtados, fundidos e comprimidos — os paraceratérios tinham ossos dos membros superiores curtos e longos ossos das mãos e dos pés longos — exceto pelas [[falange]]s em forma de disco — similar aos rinocerontes corredores de que descendem. Alguns ossos tinham quase {{Converter|50|cm|pol|o=e}} de comprimento. Os ossos das coxas tipicamente mediam {{converter|1.5|m|pé|o=e}}, um tamanho excedido apenas por aquelespelos de alguns elefantes e dinossauros. Os ossos das coxas eram como pilares e muito mais grossos e mais robustos que aquelesos de outros rinocerontes, e os três [[trocanter]]es nos lados eram muito reduzidos, já que esta robustez diminuiu sua importância. Os membros eram dispostos em uma postura de coluna em vez de curvados, como em animais menores, o que reduziu a necessidade de grandes músculos nos membros.<ref name="Prothero 2013 87 106"/> Os membrosAs dapernas frenteposteriores tinham três dedos nos pés.<ref>{{citar periódico| doi = 10.1016/j.jaes.2003.09.005|título= New remains of the baluchithere ''Paraceratherium bugtiense'' from the Late/latest Oligocene of the Bugti hills, Balochistan, Pakistan|periódico= Journal of Asian Earth Sciences| volume = 24|páginas= 71–77|ano= 2004|último1 = Antoine |primeiro1 = P. O. |último2 = Ibrahim Shah |primeiro2 = S. M. |último3 = Cheema |primeiro3 = I. U. |último4 = Crochet |primeiro4 = J. Y. |último5 = Franceschi |primeiro5 = D. D. |último6 = Marivaux |primeiro6 = L. |último7 = Métais |primeiro7 = G. G. |último8 = Welcomme |primeiro8 = J. L. | bibcode = 2004JAESc..24...71A}}</ref>
 
[[Imagem:Paraceratherium restorations 1923.jpg|thumb|esquerda|Reconstruções esqueléticas de 1923 de ''P.&nbsp;transouralicum'' (então ''B. grangeri''), em versões semelhantes a rinocerontes e outra mais esbelta.]]
Devido à natureza fragmentária dos fósseis conhecidos de ''Paraceratherium'', o animal tem sido reconstruído de várias maneiras diferentes desde sua descoberta.<ref>{{citar periódico|último = Granger |primeiro = W. |último2 = Gregory |primeiro2 = W. K. |título= A revised restoration of the skeleton of ''Baluchitherium'', gigantic fossil rhinoceros of Central Asia |periódico= American Museum Novitates | series = | volume = 787 |páginas= 1–3 | url = http://digitallibrary.amnh.org/dspace/handle/2246/2123 |ano= 1935 }}</ref> Em 1923, W. D. Matthew supervisionou um artista para desenhar uma reconstrução do esqueleto baseada nos espécimes até menos completos de ''P.&nbsp;transouralicum'' até menos completos do que os conhecidos poraté elesentão, usando as proporções de um rinoceronte moderno como guia.<ref name="Osborn 1923">{{citar periódico|último = Osborn |primeiro = H. F. |título= ''Baluchitherium grangeri'', a giant hornless rhinoceros from Mongolia |periódico= American Museum Novitates | series = | volume = 78 |páginas= 1–15 | url = http://digitallibrary.amnh.org/dspace/handle/2246/3262 |ano= 1923 }}</ref> O resultado foi muito desproporcional e compacto, de modo que Osborn o fez desenhardesenhou uma versão mais esguia naquele mesmo ano. Algumas restaurações posteriores mostraram o animal muito magro, com pouca atenção ao esqueleto subjacente.<ref name="Prothero 2013 87 106"/> Gromova publicou uma recontrução esquelética mais completa em 1959, baseada no esqueleto de ''P.&nbsp;transouralicum'' da formação de Aral, mas essa também faltou com várias [[vértebras do pescoçocervicais]].<ref>{{citar periódico|último = Gromova |primeiro = V. L. |título= Gigantskie nosorogi |periódico= Trudy Paleontology Institut Akademii Nauk SSSR | series = | volume = 71 |páginas= 154–156 |língua= Russian |ano= 1959 }}</ref>
 
Não há indicações da cor ou textura da pele do animal porque não é conhecida nenhuma múmia ou impressão cutânea. A maior parte das restaurações exibem a pele da criatura como grossa, enrugada, cinza e sem pelos, baseada nos rinocerontes modernos. Porque os pelos retêm o calor corporal, grandes mamíferos modernos como elefantes e rinocerontes são, amplamentena maior parte, sem pelos. Prothero propôs que, ao contrário da maioria das representações, os paraceratérios tinham grandes orelhas como as dos elefantes que serviam para a [[termorregulação]]. As orelhas dos elefantes ampliam a área da superfície corporal e são preenchidas com vasos sanguíneos, fazendo a dissipação de excesso de calor mais facilmente. Ele aponta os ossos robustos ao redor das aberturas das orelhas como prova disso.<ref name="Prothero 2013 87 106">Prothero, 2013. pp. 87–106</ref> Os paleontólogos Pierre-Oliver Antoine e [[Darren Naish]] expressaram ceticismo em relação a essa hipótese.<ref>{{citar periódico|último = Antoine |primeiro = P. O. |autorlink = |título= There were giants upon the earth in those days (Book Review) |periódico= Palaeovertebrata | series = | volume = 38 |páginas= 1–3 |ano= 2014 |url=http://palaeovertebrata.com/Articles/sendFile/53/published_article}}</ref><ref>{{citar web|autor =Naish, D.|título=Tet Zoo Bookshelf: van Grouw's ''Unfeathered Bird'', Bodio's ''Eternity of Eagles'', Witton's ''Pterosaurs'', Van Duzer's ''Sea Monsters on Medieval and Renaissance Maps''!|data=29 de junho de 2013|acessodata=5 de outubro de 2014|obra=blogs.scientificamerican.com/tetrapod-zoology|url=http://blogs.scientificamerican.com/tetrapod-zoology/2013/06/29/tet-zoo-bookshelf/}}</ref>
 
=== Crânio ===