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Assumiu a Presidência do Brasil em 15 de março de 1974.<ref name="InfoEscola"/> Seu governo foi marcado pelo início de uma abertura política e amenização do rigor do [[Regime militar no Brasil (1964–1985)|regime militar brasileiro]], onde encontrou fortes oposições de políticos chamados de [[linha-dura]]<ref name="InfoEscola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/governo-de-ernesto-geisel/ |título=Governo de Ernesto Geisel |acessodata=25 de agosto de 2012 |autor=Antonio Gasparetto Junior |coautores= |data=9 de setembro de 2008 |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=InfoEscola |páginas= |língua= |língua2=pt |língua3= |lang= |citação= }}</ref>. Durante sua incumbência, ficaram marcados os seguintes acontecimentos: a fusão da [[Guanabara]] ao [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]], a divisão do [[Mato Grosso]] com a criação do [[Mato Grosso do Sul]], reatamento de relações diplomáticas com a [[República Popular da China]], reconhecimento da [[independência]] de [[Angola]], realização de acordos nucleares com a [[Alemanha Ocidental]], início do processo de redemocratização do país, extinção do [[Ato Institucional Número Cinco|AI-5]] e grande adiantamento da construção da [[Usina Hidrelétrica de Itaipu]].<ref name="InfoEscola"/>
 
Em sua vida pós-presidência, Geisel manteve influência sobre o Exército ao longo da [[década de 1980]] e, nas [[Eleição presidencial brasileira de 1985|eleições presidenciais de 1985]], apoiou o candidato oposicionista vitorioso [[Tancredo Neves]], o que caracterizou a diminuição das resistências a Tancredo no meio militar. Foi presidente da Norquisa, empresa ligada ao setor [[petroquímico]]. Em 12 de setembro de 1996, aos 89 anos, veio a falecermorreu, vítima de um [[cancro (tumor)|câncer generalizado]].<ref name="InfoEscola"/>
 
== Início de vida ==
Geisel nasceu em [[Bento Gonçalves (Rio Grande do Sul)|Bento Gonçalves]], em 3 de agosto de 1907. Seu pai era Wilhelm August Geisel, [[Imigração alemã no Brasil|imigrante alemão]] [[luterano]],<ref name="UOL - Educação">{{citar web |url=http://educacao.uol.com.br/biografias/ernesto-geisel.jhtm |título=Ernesto Geisel - Biografia |acessodata=25 de agosto de 2012 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra=Centro de Informação de Acervos dos Presidentes da República e Almanaque Abril |publicado=UOL - Educação |páginas= |língua= |língua2=pt |língua3= |lang= |citação= }}</ref> que chegou ao Brasil em 1883, oriundo de Herborn, no estado de [[Hesse]]. No Brasil, mudou seu nome para Guilherme Augusto Geisel, a fim de facilitar a pronúncia. Sua mãe foi Lydia Beckmann, brasileira de [[Teutônia]], filha de pais alemães oriundos de [[Osnabruque]], no estado da [[Baixa Saxônia]]. Em Bento Gonçalves, onde Geisel nasceu, havia apenas duas famílias de origem alemã - os Geisel e os Dreher- enquanto que a maioria da população era composta por [[Imigração italiana no Brasil|imigrantes italianos]]. Sobre o contato com os imigrantes italianos locais durante sua infância, Geisel descreveu os contrastes culturais entre a educação estrita e rigorosa que seus pais alemães impunham, em comparação com a liberdade e o modo de vida mais livre que seus amigos italianos tinham, os quais ele admirava. Geisel foi criado numa família luterana (o avô era pastor), a qual ele classificava como de classe média baixa, relativamente pobre.<ref>KOIFMAN, Fábio. Presidentes Do Brasil: De Deodoro A FHC.</ref> Em entrevista, Ernesto Geisel declarou que, em sua [[infância]], entendia e falava o [[língua alemã|alemão]], embora nunca tendo aprendido a ler nesse idioma. Na idade adulta, entendia o idioma, mas falava com dificuldade.<ref>D'ARAUJO, Maria Celina. Ernesto Geisel.</ref> Tinha quatro irmãos: Amália, Bernardo, Henrique e Orlando. Passou a infância em [[Teutônia]] e [[Estrela (Rio Grande do Sul)|Estrela]].<ref>GASPARI, Elio. ''[[A Ditadura Derrotada]]''. São Paulo:Companhia da Letras, 2003. p.29</ref>
 
Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel e [[Orlando Geisel]], que chegou a ser ministro do [[exército]] durante o governo de [[Emílio Garrastazu Médici]].
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No início dos [[Década de 1930|anos 30]] também desempenhou as funções de secretário de fazenda da [[Paraíba]], quando os tenentes da Revolução de 1930 passaram a ocupar cargos políticos.
 
Em 1940 Geisel casou com sua prima de primeiro grau, [[Lucy Geisel|Lucy]], com quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num acidente de [[trem]] em 1957.<ref name=Veja15032000>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/150300/datas.html|auto=Veja|data=15 de março de 2000|acessodata=13 de dezembro de 2010|título=Morte de Lucy Markus Geisel}}</ref>
 
== Vida política ==
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*Abertura política do Brasil, sobre a qual Geisel afirmou que a redemocratização seria um processo "lento, gradual e seguro" em seu discurso de posse. Os assassinatos do jornalista [[Vladimir Herzog]] e do operário [[Manuel Fiel Filho|Manoel Fiel Filho]] em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], entre o final de 1975 e o início de 1976, apressaram os planos do governo e ocasionaram um enfraquecimento do poder da chamada [[linha-dura]] dentro da administração federal, com a demissão, pouco tempo depois das mortes, do general [[Ednardo D'Ávila Mello]], comandante do II Exército, responsável pelas prisões de Herzog e Fiel Filho. No auge da crise institucional, Geisel neutraliza uma tentativa de golpe do general [[Sylvio Frota]], principal expoente da "linha-dura" e tido como um dos favoritos à sua própria sucessão, e termina por exonerá-lo em outubro de 1977.
*Extinguiu o [[AI-5]] e preparou o governo seguinte ([[João Figueiredo]]) para realizar a [[anistia]] política e a volta dos exilados, mas sem que retomassem seus cargos políticos.
*Em política externa, dentro de uma orientação denominada pelo governo de "pragmatismo responsável", procurou ampliar a presença brasileira na [[África]] e com os demais países do [[Terceiro Mundo]] (incluindo nisso os vizinhos de [[América Latina]]), evitando o alinhamento incondicional aos [[Estados Unidos]]. Reconheceu de imediato os regimes socialistas [[Portugal|portugueses]] e [[Angola|angolanosangola]]nos que se sucederam após as guerras de independência colonial e o desmonte do poder ditatorial [[Salazar|salazaristasalazar]]ista, bem como reatou relações diplomáticas com a [[República Popular da China]].
*Autorizou a demolição do [[Palácio Monroe]] - episódio polêmico que movimentou interesses diversos e gerou intensas campanhas contra e a favor nos jornais.
*Denunciou o tratado militar Brasil-[[Estados Unidos]] em 1977.
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Segundo os dados da [[Comissão Nacional da Verdade]] (CNV), 89 pessoas morreram ou desapareceram no Brasil por motivos políticos, a partir de 1º de abril de 1974, a data posterior àquela em que o encontro dos generais teria ocorrido, isto é, desde que Geisel teria autorizado a execução de opositores. Além disso, houve onze pessoas que podem ter morrido ou desaparecido e possivelmente muitos casos que não foram registrados. Conforme o relato divulgado, Geisel pediu para pensar durante o fim de semana de 1974. Então, no dia 1º de abril, ele e Figueiredo decidiram implantar as ações propostas, mas destacaram que apenas "subversivos perigosos" deveriam ser executados. Figueiredo concordou com a consulta ao presidente quando o CIE apreendesse uma pessoa. As informações sobre as vítimas do regime militar estão nos relatórios da CNV, que foi criada para apurar violações de diretos humanos entre 1946 e 1988. A informação agora disponível muda a imagem de Geisel, antes tido como moderado, visto que se pensava que as execuções ocorriam contra a sua vontade.<ref>{{citar web |url=https://g1.globo.com/politica/noticia/mais-de-80-morreram-ou-desapareceram-na-ditadura-apos-geisel-autorizar-a-execucao-de-subversivos-perigosos-veja-lista.ghtml|título=89 morreram ou desapareceram após reunião relatada pela CIA em que Geisel autoriza mortes; veja lista|data=12 de maio de 2018|publicado=G1|acessodata=12 de maio de 2018}}</ref><ref>{{citar web |url=https://g1.globo.com/politica/noticia/memorando-da-cia-reforca-que-imagem-de-moderado-de-geisel-era-falsa-dizem-historiadores.ghtml|título=Memorando da CIA reforça que imagem de 'moderado' de Geisel era falsa, dizem historiadores|autor=Marília Marques|data=11 de maio de 2018|publicado=G1|acessodata=12 de maio de 2018}}</ref>
 
No entanto, fontes dos [[Estados Unidos]] reforçam trecho do memorando da CIA de 1974 no qual o então diretor da agência, William Colby, disse que o Presidente Geisel buscaria ter o controle sobre o principal órgão de repressão do Exército, o CIE (Centro de Informações do Exército). Esse fato efetivamente aconteceu, o que confirma a ação fundamental do Presidente na abertura política. <ref>{{citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/05/geisel-quis-controlar-repressao-dizem-eua.shtml |título=Geisel quis controlar repressão, dizem EUA|data=16 de maio de 2018|publicado=FSP|acessodata=19 de maio de 2018}}</ref>
 
== Vida após a presidência ==