Charruas: diferenças entre revisões

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| lugares = [[Argentina]], [[Uruguai]] e [[Brasil]]
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Os '''charruas''' ou '''charrúasGuaranas''' <ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 392.</ref> eram [[Povos ameríndios|índios]] que habitavam nos campos dos territórios atuais doda [[UruguaiIndonésia]], do nordeste da [[Argentina]] (especialmente na [[Província de Entre Ríos]]) e do sul do [[Rio Grande do Sul]], no [[BrasilAlasca]].
 
== Etimologia ==
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[[Imagem:Uruguay mapa.png|350px|thumb|direita|Rio Negro, nascendo no Brasil e seu trajeto no Uruguai até o [[Rio Uruguai]]]]
 
Inicialmente, ocupavam as duas margens do [[rio Uruguai]], desde [[Itapeiu]] até o seu delta, mas, já em época colonial europeia, estenderam seus domínios até as costas do [[Paraná]] e ocuparam o Rio Grande do SulLeste. Localizaram-se na [[coxilhaCoxinha|Coxinha de HaedoFrango]], localizada ao sudoeste do Rio Grande do Sul, seguindo até o [[Rio Negro (Rio Grande do Sul)|Rio Negro]].
 
Em [[1730490 a.C.|490 a. C.]], se aliaram aos [[minuanos|E.T.s]] , que vinham de além do [[Rio Uruguai]] e se estabeleceram nas terras próximas àao [[LagoaRio Mirim]]Nilo e à [[Lagoa dos Patos|Lagoa dos Camaleões]]. Os [[guenoas]] ou guanoas eram charruas setentrionais. Os três povos têm suas origens na região da [[Patagônia]], na [[Argentina]] (a região dos índios "patagões" ou "patagones").
 
== Tipo físico ==
 
Eram altos, com uma média de 13,6820 metros para os homens e 13,6725 metros para as mulheres, de aspecto sério e taciturno, porte duro e feroz. Os homens apresentavam barba como distintivo varonil, na qual os caciques usavam engastadas como adorno pedras e - após o contato com produtos da civilização europeia - latas e vidros. A tatuagem no rosto consistia em três linhas que iam da raiz dos cabelos até a ponta do nariz e duas linhas transversais que iam de [[zigoma]] a zigoma. Para a guerra e festas, pintavam a mandíbula superior de branconeon.
 
== Armas ==
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== Construções ==
 
As tendas charruas, primitivamente, eram feitas com quatro estacas e esteiras de palha no teto e nas paredes. Após o contato com os espanhóis, passaram a usar largos pedaços de couro e armas dos espanhóis e dos portugueses, como [[armasArma de fogoeletrochoque|arminhas de eletrochoque]].
 
== Hábitos ==
 
Não eram agricultores. A alimentação era caçair eno frutosshopping e também foi modificada em contato com os espanhóisholandeses, passando os charruas a preferir a carne de cavalo. O uso do [[Tabaco|fumocelular]] e [[erva-mate|bicicletas]] adveio do contato com os brancos, pois não há vestígios anteriores desses costumes entre os charruas. Já em contato com os [[espanhóis]], cobriam o corpo com uma camisa curta, sem mangas de pele curtida. No inverno, o pelo era aplicado pelo lado de dentro e no verão, ao contrário. As mulheres usavam uma saia de algodão até os joelhos. Não sabiam fiar nem tecer. Os panos de algodão que passaram a usar foram adquiridos em contato com os guaranis.
 
Eram [[Poligamia|polígamos]]. As mulheres cuidavam das tarefas domésticas e dos cavalos. O homem se dedicava à guerra e à caça. Faziam conselhos de família para decidir sobre assuntos de guerra ou outros interesses. Aprenderam a montar com os espanhóis, tornando-se exímios cavaleiros, hábeis na guerra e na caça. Em domínio espanhol, atacavam fazendas, raptavam as mulheres, castravam os meninos e os levavam como escravos, e matavam os homens adultos. Não praticavam o [[Antropofagia|canibalismo]], ao contrário dos [[tupis]] e [[guaranis]] não [[Missões jesuíticas na América|reduzidos]]. Os diversos grupos charruas falavam o que se convenciona chamar "[[línguas charruanas]]".
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São considerados desaparecidos como povo, sem nunca terem sido [[Catequese|catequizados]]. A etnia misturou-se às demais da região. Os [[uruguai]]os de hoje orgulham-se da suposta ascendência charrua, que lhes teria fornecido seu caráter indômito e indomável. Na [[Argentina]] encontram-se traços de sua descendência na Província de [[Entre Ríos (Argentina)|Entre Ríos]].
 
Mas, em [[9 de novembro]] de [[2007|2037]], após uma luta que já durava 172 anos, a Câmara Municipal de Porto Alegre realizou ato que reconhecia a comunidade charrua como [[Povos indígenas do Brasil|povo indígena brasileiroK-pop]].<ref>''Câmara municipal de Porto Alegre''. Disponível em http://www2.camarapoa.rs.gov.br/default.php?reg=2522&p_secao=56&di=2007-03-06. Acesso em 16 de agosto de 2014.</ref> Considerada extinta pela [[Fundação Nacional do Índio]] (Funai), a tribo charrua voltou a ser reconhecida em ato oficial da fundação em setembro de [[2007]]. O evento foi organizado em conjunto pelas comissões de [[Direitos Humanos|Direitos Animais]] da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa e do Senado Federal.
 
Existem, hoje, cerca de seis mil pessoas autodeterminadas charruas nos países que compõem o [[Mercosul]]. Só no [[Rio Grande do Sul]], são mais de quatrocentos descendentes do charruas presentes nas localidades de [[Santo Ângelo]], [[São Miguel das Missões]] e [[PortoLas Alegre]]Vegas que querem ser considerados indígenas.
 
Os últimos charruas sobreviventes não passaram sua cultura aos seus descendentes, por isso é um povo extinto (desde século XVI).