Deusa-mãe: diferenças entre revisões

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==== Elam ====
Uma das mais importantes figuras do panteão foi a deusa [[Pinikir]] um nome com cognatos encontrado em outros sistemas de crença de povos desta região. "O fato de que a precedência foi dada a uma deusa, a qual estava acima dos demais deuses do panteão elamitas, indica que os devotos elamitas seguiam o matriarcado nesta religião... No terceiro milênio, estas deusas exibiam um indiscutível poder à frente do panteão elamita".<ref>[{{Citar livro|url=http://books.google.com/books?id=n1TmVvMwmo4C&pg=RA1-PA400&lpg=RA1-PA400&dq=pinikir+elam+matriarchy&source=bl&ots=f-_I4x7lfF&sig=nxE0eb-3ITTlR8jQXO3YOFiTtRQ&hl=pt-BR&ei=2v9ES-SZIYT34AaGstmqCA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CAoQ6AEwAA#v=onepage&q=matriarchy&f=false|título=The GoogleCambridge Books]Ancient History|ultimo=|primeiro=|data=1970|editora=Cambridge University Press|ano=|local=|páginas=|lingua=en|isbn=9780521086912|acessodata=}}</ref>
 
=== Deusas celtas ===
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Nas culturas do [[mar Egeu|Egeu]], [[Anatólia]] e no [[antigo Oriente Próximo]], uma deusa mãe foi venerada com as formas de [[Cibeles]] (adorada em [[Roma]] como [[Magna Mater]], a "Grande Mãe"), de [[Gaia (mitologia)|Gaia]] e de [[Reia]].
 
As [[Deuses olímpicos|deusas olímpicas]] da [[Grécia clássica]] tinham muitos personagens com atributos de deusa mãe, incluindo [[Hera]] e [[Deméter]]. <refblockquote>«"As deusas do politeísmo grego, tão diferentes e complementares, são ainda assim consistentemente similares numa etapa inicial, com uma outra simplesmente convertendo-se em dominante em um santuário ou cidade. Cada uma é a Grande Deusa presidindo sobre uma sociedade masculina, cada uma é representada em seu aspecto de [[Potnia Theron|Senhora das Bestas]] Senhora dos Sacrifícios, incluindo Hera e Deméter"<ref>{{citarCitar livro | apelidos url= Burkert | nome = Whttps://books.google.com. | enlaceautor br/books?id=MkqcxK7i0ggC&printsec=frontcover&dq= Walter Burkert homo+necans&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwib1sqapO_cAhVFiZAKHRRhDysQ6AEIKDAA#v=onepage&q=homo%20necans&f=false| título = Homo necans;Necans: interpretationenThe altgriechischerAnthropology Opferritenof undAncient MythenGreek |Sacrificial ubicaciónRitual = Berlín, Nueva Yorkand Myth| publicación ultimo=Burkert|primeiro=Walter|data=1983|editora=University Deof GruyterCalifornia Press| año ano= 1972 |isbnlocal= 978-3-11-003875-0 | páginas = 1983:79 y sig.|lingua=en-US|isbn=9780520058750|acessodata=}}</ref> .</blockquote>A deusa [[Civilização Minoica|minoicaminóica]] representada em achados arqueológicos como [[sinete|selo]]s ou outros restos, a quem os gregos chamavam ''[[Potnia Theron]]'', ‘Senhora das Bestas’, muitos de cujos atributos foram logo absorvidos também por [[Artemisa]], parece haver sido um tipo de deusa mãe, pois em algumas representações amamenta os animais que carrega. A arcaica deusa local adorada em [[Éfeso]], cuja estátua de culto era adornada com colares e cintos sobre os quais colocavam protuberâncias redondas,<ref>A descrição destes como mamas múltiplas ou testículos de touro parece estar equivocada: veja-se [[Templo de Artemisa em Éfeso]], </ref> mais tarde identificada pelos gregos como [[Artemisa]], foi provavelmente também uma deusa mãe.
 
A festa de ''[[Ana Perena|Anna Perenna]]'' dos gregos e romanos no Ano Novo, em 15 de março, [[equinócio]] do inverno, pode haver sido uma festa da deusa Mãe. Dado que o Sol era considerado fonte de vida e alimento, este motivo de festa também se assemelhava com os cultos de deusas-mães.
 
=== Deusas romanas ===
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[[Imagem:S344 durga-idol-golden.png|thumb|A deusa [[Durga]] é considerada como a deusa mãe suprema por alguns hindus|283x283px]]
 
Na cultura [[Hinduísmo|hinduistahinduísta]], o culto à deusa mãe pode ser seguido até as origens da cultura [[religião védica|védica]], e talvez mais além. O ''[[Rig Veda]]'' chama o poder divino feminino [[Mahimata]],<ref>''[[Rig Veda]]'' 1.164.33.</ref> um termo que significa literalmente ‘Mãe Terra’. Em alguns lugares, a literatura védica alude a ela como [[Viraj]], a mãe universal, como [[Aditi]], a Mãe dos Deuses, e como [[Ambhrini]], a nascida do Oceano Primordial. [[Durga]] representa o poder e a natureza protetora da maternidade. Uma encarnação de Durga é [[Kali]], que nasceu de sua frente durante a guerra (como meio para derrotar o inimigo de Durga, [[Mahishasura]]). Durga e suas encarnações são especialmente adoradas em [[Bengala]].
 
Atualmente, [[Devi]] é considerada em múltiplas formas, todas representando a força criativa do mundo, como [[Maya (filosofia)|Maya]] e ''[[Prakriti]]'', a força que galvaniza a raíz divina da existência em autoproteção como o cosmos. Não é, pois, meramente a terra, apesar de esta perspectiva ser coberta por [[Párvati]] (a encarnação prévia de Durga). Todas as diversas entidades femininas hinduístas são consideradas como muitas facetas da mesma divindade feminina.
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O texto chave é o ''[[Devi Mahatmya]]'', que combina as teologias védicas anteriores, as filosofias [[Upanishad|upanishádicas]] emergentes e as culturas [[Tantra|tántricas]] em desenvolvimento em uma exégesis laudatoria de religião shakti. Os demónios do ego, a ignorancia e o desejo atam a alma numa [[maya (hinduísmo)|maya]] (também alternativamente etérea o personificada) e é a Mãe Maya, a propria shakti, quem pode liberar o indivíduo atado. a Mãe Imanente, Devi, está por esta razão concentrada na intensidade, o amor e a concentração autodisolutoria em um esforço por concentrar o ''shakta'' (como se chama às vezes a um seguidor shakti) na autêntica realidade subjacente ao tempo, e espaço e a causalidade, [[Moksha (hinduismo)|liberándole]] asim do ciclo [[karma|kármico]].
 
== Conceitos de deusas"deusa mãesmãe" no Cristianismo ==
===Virgem Maria===
Muitos cristãos vêemvêm [[Maria]], a [[Theotokos]], como uma "mãe espiritual", já que ela preenche não apenas um papel maternal como é frequentemente vista como uma força protetora e intercessora divina pela humanidade, mas ela não é adorada como uma "deusa mãe" divina. As igrejas Católica e Ortodoxa identificam "a mulher" descrita no Apocalipse de João, capítulo 12, como a Virgem Maria, pois no 5º versículo esta mulher teria "dado à luz um filho, um varão, destinado a comandar todas as nações com um cajado de aço"<ref>{{Citar web|url=https://www.bible.com/pt/bible/211/REV.12.NTLH|titulo=Apocalipse 12, Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) {{!}} Capítulo 12|data=|acessodata=2018-08-15|obra=www.bible.com|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=pt-br}}</ref>, a quem os católicos identificam como Jesus Cristo. A seguir, no versículo 17 de Apocalipse 12, a Bíblia descreve "o resto de sua prole como "aqueles que guardaram os mandamentos de Deus e dão testemunho de Jesus." Estes cristãos acreditam ser eles mesmos o "restante de seus filhos", porque eles tentam "manter os mandamentos de Deus e dar testemunho de Jesus", e assim abraçam Maria como sua mãe. João 19:26-27 também é citado, onde Jesus confia sua mãe ao apóstolo João como evidência de que Maria é a mãe de todos os cristãos, usando a expressão "eis aqui tua mãe" de forma geral.
 
A Virgem Maria recebe muitos títulos no Catolicismo, como [[Nossa Senhora Rainha|Rainha do Céu]] e Rainha do Mar, que são familiares em tradições ocidentais mais antigas. Devido a esta correlação, protestantes frequentemente acusam católicos de ver Maria como uma deusa, mas a Igreja Católica sempre condenou a adoração da Virgem Maria. Parte desta acusação se deve à prática católica de rezar como uma forma de comunicação, mais que como uma forma de veneração. Os católicos acreditam que os mortos que seguiram Deus têm vida eterna, e [[Intercessão dos santos|podem ouvir do céu as orações das pessoas]] que se encontram na Terra.
 
A Bíblia se refere à Sabedoria Divina personificada (''Hagia Sophia'') em termos femininos. Muitos cristãos são católicos e acreditam que o Deus Pai é masculino e que Jesus era um homem. A igreja é a contraparte feminina de Deus e a noiva de Jesus. Alguns cristão discordam deste ensinamento e afirmam que Deus supera e transcende tanto masculinidade quanto feminilidade. Do ponto de vista destes cristãos, o gênero gramatical utilizado para se referir a Ele é uma mera convenção, e as designações masculinas para as pessoas da [[Trindade]] caracterizam o relacionamento e não o gênero verdadeiramente. Contudo, este é um fenômeno relativamente recente, e como tal teria constituído heresia durante a maior parte da história da Cristandade.
 
Acredita-se que algumas imagens da [[Virgem Negra|Madona Negra]] derivam de representações de deusas antigas, em particular [[Ísis|Isis]] com seu filho [[Hórus]] em seu colo.
 
=== Espírito Santo ===
Em muitas linguagens, como o siríaco, a palavra "espírito" existe no gênero feminino. Ia literatura cristã primitiva nessas línguas, o Espíto Santo seria discutido em termos femininos, especialmente antes de 400 d.C.<ref>{{Citar web|url=http://stnina.org/print-journal/volume-2/volume-2-no-3-summer-1998/women-syrian-tradition-holy-images|titulo=Women in the Syrian Tradition: Holy Images|data=|acessodata=2018-08-15|obra=Susan Ashbrook Harvey|publicado=The St. Nina Quarterly|ultimo=|primeiro=|lingua=en-US}}</ref>
A Bíblia se refere à Sabedoria Divina personificada (''Hagia Sophia'') em termos femininos. Muitos cristãos são católicos e acreditam que o Deus Pai é masculino e que Jesus era um homem. A igreja é a contraparte feminina de Deus e a noiva de Jesus. Alguns cristão discordam deste ensinamento e afirmam que Deus supera e transcende tanto masculinidade quanto feminilidade. Do ponto de vista destes cristãos, o gênero gramatical utilizado para se referir a Ele é uma mera convenção, e as designações masculinas para as pessoas da [[Trindade]] caracterizam o relacionamento e não o gênero verdadeiramente. Contudo, este é um fenômeno relativamente recente, e como tal teria constituído heresia durante a maior parte da história da [[Cristandade]].
 
Em muitas linguagens, como o [[Língua siríaca|siríaco]], a palavra "espírito" existe no gênero feminino. IaNa literatura cristã primitiva nessas línguas, o Espíto[[Espírito Santo]] seria discutido em termos femininos, especialmente antes de 400 d.C.<ref>{{Citar web|url=http://stnina.org/print-journal/volume-2/volume-2-no-3-summer-1998/women-syrian-tradition-holy-images|titulo=Women in the Syrian Tradition: Holy Images|data=|acessodata=2018-08-15|obra=Susan Ashbrook Harvey|publicado=The St. Nina Quarterly|ultimo=|primeiro=|lingua=en-US}}</ref>
 
== Mãe Terra ==
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Na religião [[Wicca]] acredita-se em uma força superior, a Grande Divindade, de onde tudo veio. Essa força superior é adorada sob a forma de duas divindades básicas: a Grande Mãe e o [[Deus Cornífero]]. Esse Casal Divino representa todos os demais deuses das diversas mitologias adotadas pelos wiccanos. Como algumas tradições wiccanas seguem uma infinidade de deusas e deuses, a crença pagã é que todas essas deusas e todos esses deuses são aspectos diferentes da grande deusa e do grande deus. Daí o ditado da Wicca que diz que "''Todas as deusas são uma deusa e todos os deuses são um deus'' ([[Dualismo|Dualidade cósmica]]). A deusa-mãe é a geratriz de todo o universo e de tudo o que ele contém, daí a frase: ''Tudo vem da deusa e tudo para ela retorna''.
 
Uma conseqüênciaconsequência do culto à deusa mãe na Wicca é a super-valorização da natureza, justificada pela sua ligação à Terra, na forma de [[Gaia (mitologia)|Gaia]]. Além da Terra, outro símbolo muito importante da deusa é a [[Lua]], onde se manifesta de três maneiras, na forma de [[Deusa Tríplice|deusa tríplice]], sendo a Lua cheia associada ao seu aspecto de deusa mãe.
 
Uma questão que muitas vezes se levanta na Wicca é se a deusa é mais importante do que o deus. O que se pode dizer é que é uma discussão inócua. A deusa e o deus são de igual importância na Wicca. Embora pareça haver mais enfoque à deusa, as duas divindades básicas da Wicca são complementares. Não há [[hierarquia]] entre elas.