Hino Nacional Brasileiro: diferenças entre revisões
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{{Info/Hino
| título = Hino Nacional Brasileiro
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| país = {{BRA}}
| autor_letra = [[Joaquim Osório Duque Estrada]]
| data_letra = [[1909]] a [[1922]]
| compositor = [[Francisco Manuel da Silva]]
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| até =
| som = Hino-Nacional-Brasil-instrumental-mec.ogg
| som_título = Hino Nacional Brasileiro (em íntegra)
}}
O '''Hino Nacional Brasileiro''' é um dos quatro símbolos oficiais da [[Brasil|República Federativa do Brasil]], conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da [[Constituição brasileira de 1988|Constituição do Brasil]]. Os outros símbolos da República são a [[Bandeira do Brasil|bandeira nacional]], as [[Brasão de armas do Brasil|armas nacionais]] e o [[Selo Nacional do Brasil|selo nacional]]. Tem letra de [[Joaquim Osório Duque Estrada]] ([[1870]] - [[1927]]) e música de [[Francisco Manuel da Silva]] (1795 - 1865).<ref name=folha1>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2212200816.htm|titulo=Foco: No centenário do hino nacional, mostra resgata história do autor da letra |data= 22/12/2008|publicado=Folha de S.Paulo |acessodata=6/11/2017 |autor=Luísa Alcântara e Silva |arquivodata=18/8/2018 |arquivourl=http://archive.is/meEZH}}</ref>
A letra e o ritmo sofreram algumas alterações ao longo de sua história, e teve sua primeira gravação em disco efetuada em [[1917]].<ref name=celestino>{{citar web|URL=http://www.revistafenix.pro.br/PDF27/ARTIGO_06_RAFAEL_ROSA_HAGEMEYER_FENIX_SET_DEZ_2011.pdf |título=Levando ao longe o canto da pátria |autor=Rafael Rosa Hagemeyer |ano=2011|publicado=Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, Vol. 8 Ano VIII nº 3 |acessodata=17/8/2018 |arquivourl=https://archive.fo/heVYo |arquivodata=17/8/2018}}</ref>
==Histórico ==
A composição de Francisco Manoel da Silva foi feita quando da [[Abdicação de Pedro I do Brasil]], a [[7 de abril]] de [[1831]], tendo sua primeira execução no dia 14 daquele mês, no Teatro São Pedro do Rio de Janeiro; a 3 de maio daquele ano, com a instalação das Câmaras Legislativas, voltou a ser executado junto à apresentação de um drama intitulado "O dia de júbilo para os amantes da liberdade" ou "A queda do tirano".<ref name=hist>{{citar web|URL=https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/71352/74352|título=Hino Nacional Brasileiro: que história é esta? |autor=Avelino Romero Simões Pereira |ano=1995|publicado=Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, nº 38, p. 21-42 |acessodata=18/8/2018 }}</ref>
Em razão da dedicatória mesma que o compositor fizera, onde dizia: "Ao Grande e Heroico Dia 7 de Abril de 1831, Hino Oferecido aos Brasileiros por um seu patrício nato", era conhecido como "Hino ao 7 de Abril" e com este fim foi registrada sua execução nesta data também nos anos de 1832 e 1833.<ref name=hist/> Neste último ano uma letra, escrita pelo desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, fora publicada no jornal "Sete de Abril", sendo esta aquela que o próprio compositor adotara, havendo um seu manuscrito de uma partitura em que esta aparece.<ref name=hist/>
A letra é marcada por claro antilusitanismo, onde o povo português em certa passagem é tratado com verdadeiro [[racismo]], ao falar "Homens bárbaros, gerados / De sangue Judaico, e Mouro / Desenganai-vos: a Pátria / Já não é vosso tesouro"; a despeito de pregar ainda uma unidade nacional pelo império, e fidelidade à monarquia, os versos de Carvalho e Silva deixam entrever ideais republicanos; deixa ainda entrever a expansão do país, face a independência do [[Uruguai]] em 1828, ao pregar uma unidade nacional "do Amazonas ao Prata", como alusão à [[Província Cisplatina]]:<ref name=hist/>
<poem>▼
[[Ficheiro:Osório Duque-Estrada (foto oficial em 1902)2.jpg|thumb|direita|100px|[[Joaquim Osório Duque Estrada]], autor da letra do hino nacional brasileiro.]]▼
[[Ficheiro:Francisco Manuel da Silva.jpg|thumb|esquerda|100px|[[Francisco Manuel da Silva]], autor da música do hino nacional brasileiro.]]▼
:Da Pátria o grito▼
:Desde o Amazonas,▼
(7ª estrofe)
:Homens bárbaros, gerados
:De sangue Judaico e Mouro
:Desenganai-vos: a Pátria
:Já não é vosso tesouro.
(10ª estrofe)
:Uma prudente regência,
:Um Monarca Brasileiro
:Nos prometem venturoso
:Um porvir mais lisonjeiro
(12ª, última)
:Novas gerações sustentem
:No Povo a Soberania
:Seja isto a divisa delas,
:Como foi d'Abril ao Dia.
</poem>▼
Uma outra letra, de autoria anônima, foi registrada por ocasião da [[Coroação de D. Pedro II]], em 1841; Francisco Manoel da Silva também compusera um hino a tal solenidade, o que levou o historiador Sousa Pitanga e consignar erroneamente este ano como de sua composição; outro historiador, Guilherme de Melo, dizia que o hino possuía várias letras, sendo aquela da Coroação a que era mais cantada; nesta ainda se conservava a ideia de unidade até "ao Prata", além de honrar a D. Pedro II.<ref name=hist/>
A coroação de Pedro II, junto à ascensão dos conservadores ao poder, levou mesmo ao ressurgimento do [[Hino à Independência]], composto por Pedro I para ser o hino oficial da nova nação, bem como de sua figura como "herói" nacional; isto certamente levou ao esquecimento da letra de Carvalho e Silva, bem como a celebração do 7 de abril como data a ser comemorada; esta nova versão se popularizou nas décadas seguintes, através da publicação de partituras para a execução particular - então o principal meio de divulgação musical.<ref name=hist/> A letra alternativa dizia (repetindo o estribilho):
<poem>
:Quando vens, faustoso dia,
:Entre nós raiar feliz,
:Vemos em Pedro Segundo
:A ventura do Brasil
▲:(estribilho)
:Da Pátria o grito
:Eis que se desata
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:Até o Prata
▲</poem>
▲<poem>
:Negar de Pedro as virtudes
:Seu talento escurecer
:É negar como é sublime
:Da bela aurora, o romper
▲:Da Pátria o grito
▲:Eis que se desata
▲:Desde o Amazonas
▲:Até o Prata
</poem>
Com o advento da [[Proclamação da República do Brasil|Proclamação da República]] o mesmo hino monarquista se manteve; uma lenda foi então divulgada até mesmo em livros escolares, onde ao ouvir composições inscritas em concurso o chefe do governo provisório, marechal [[Deodoro da Fonseca]] teria declarado "prefiro o velho"; já em outubro de 1888 fora composto um novo hino, para substituir a [[Marselhesa]] que até então os republicanos entoavam, após concurso proposto por [[Antônio da Silva Jardim|Silva Jardim]] - mas o advento do novo regime não permitiu que a composição do farmacêutico Ernesto de Souza tivesse qualquer divulgação; desta forma a 22 de novembro de 1889 foi aberto um novo concurso oficial para escolha do novo hino brasileiro pelo Ministério do Interior, chefiado por [[Aristides Lobo]], e idealizado por José Rodrigues Barbosa: fizeram parte da comissão além do próprio Rodrigues Barbosa, [[Leopoldo Miguez]], Alfredo Bevilacqua, [[Rodolfo Bernardelli]] e [[Rodolfo Amoedo]].<ref name=hist/>
O concurso de 1889 previa a participação de músicos "eruditos e populares"; temendo a inserção de ritmos africanos em tal certame, o crítico musical [[Oscar Guanabarino]] iniciou uma campanha contrária em 4 de janeiro de 1890, usando dentre outros o pretexto patriótico de que sob o "antigo" hino os militares brasileiros, como o próprio Deodoro, haviam combatido na [[Guerra do Paraguai]]; o então major [[Serzedelo Correia]] levou este apelo ao próprio Ministro da Guerra, [[Benjamin Constant (militar)|Benjamin Constant]], no dia 15 daquele mês, sendo então atendido e o concurso, previsto para ocorrer no dia 20, passou a ser para a escolha do [[Hino da Proclamação da República]], vencido por Leopoldo Miguez: isto foi consagrado no decreto número 171, de 20 de janeiro de 1890.<ref name=hist/>
▲[[Ficheiro:Osório Duque-Estrada (foto oficial em 1902)2.jpg|thumb|direita|100px|[[Joaquim Osório Duque Estrada]], autor da letra do hino nacional brasileiro.]]
▲[[Ficheiro:Francisco Manuel da Silva.jpg|thumb|esquerda|100px|[[Francisco Manuel da Silva]], autor da música do hino nacional brasileiro.]]
O decreto 171 de 1890 o governo provisório oficializara a música, mas não a letra, e sua execução se dava apenas por instrumentos; mesmo esta execução, entretanto, ainda não possuía uniformidade, levando o compositor [[Alberto Nepomuceno]] a propor ao presidente [[Afonso Pena]] uma reforma do Hino, em 1906.<ref name=hist/>
Um concurso realizado em 1909 escolheu a letra que deveria acompanhar a composição já aceita como a oficial do Hino; perfeccionista, Duque Estrada efetuou daquele ano até sua oficialização em 1922, alterações em nove passagens sobre a versão inicial.<ref name=folha1/> A letra ainda assim não fora objeto de consenso, sendo alvo de grandes debates na imprensa e no parlamento, de forma que sua oficialização se deu de forma apressada, a fim de a sua execução pudesse se dar na comemoração do primeiro centenário da Independência, em setembro de 1922.<ref name=hist/>
A propriedade plena e definitiva da letra foi adquirida em [[21 de agosto]] de [[1922]] pela União por 5:000$ (cinco contos de [[réis]]) pelo decreto n.º 4.559 expedido pelo então presidente [[Epitácio Pessoa]].<ref>{{citar web|url=http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=31461 |título=DECRETO N. 4.559 |data=21/8/1922 |publicado=Senado do Brasil |autor=Institucional |arquivourl=http://archive.is/GKmt3 |arquivodata=3/9/2013}}</ref>
Em 1917 o cantor [[Vicente Celestino]] foi quem primeiro gravou o Hino Nacional, tendo por acompanhamento a Banda do Batalhão Naval e, nas passagens de refrão, também por um coro; esta versão, em [[si bemol]], deu um tom de difícil interpretação pelas pessoas; a Banda deu andamento mais lento e solene nas passagens do cantor, enquanto mantinha o estilo tradicional (mais rápido e vibrante) apenas durante os refrões - o que veio a motivar apreciação oficial por uma comissão de reavaliação do Hino em 1936 e, durante algum tempo, insatisfação por parte das bandas militares da época; a despeito disso essa versão foi oficializada em 1922.<ref name=celestino/>
== Legislação ==
De acordo com o
Segundo a Seção II da mesma lei, execuções simplesmente instrumentais devem ser tocadas sem repetição e execuções vocais devem sempre apresentar as duas partes do poema cantadas em uníssono. Portanto, em caso de execução instrumental prevista no cerimonial, não se deve acompanhar a execução cantando, deve-se manter, conforme descrito acima, silêncio.<ref name=lei1/>
Em caso de cerimônia em que se tenha que executar um hino nacional estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro.<ref name=lei1/>
==Letra da introdução==
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== Letra em vigor ==
A letra atualmente em vigor do Hino Nacional Brasileiro é a que se segue:
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</small>
==
[[Ficheiro:José Correia de Lima - Maestro Francisco Manuel ditando o Hino Nacional.jpg|miniaturadaimagem|Maestro Francisco Manuel ditando o Hino Nacional ([[Museu Nacional de Belas Artes (Brasil)|Museu Nacional de Belas Artes]]).]]
Eis o significado dos termos usados na letra do Hino:
* ''Margens plácidas'' - "Plácida" significa serena, calma.
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* ''Clava forte'' - Clava é um grande porrete, usado no combate corpo-a-corpo. No verso, significa mobilizar um exército, entrar em guerra.
== ''Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro'' ==
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