Leon Trótski: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 2804:431:F71D:97E6:8C64:F5E1:22AC:763F para a última revisão de Lechatjaune, de 17h12min de 11 de agosto de 2018 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Linha 55:
{{Artigo principal|Revolução Russa de 1917|Revolução de Outubro}}
{{Marxismo}}
No discurso da revolução, Trótski deixa de acreditar na unificação de todas as facções social-democratas, abandona a sua trajetória anterior de socialista independente e junta-se ao partido bolchevique de [[Lênin]] <ref>''[http://teoriaerevolucao.pstu.org.br/o-jovem-trotsky-entre-menchevismo-e-bolchevismo/ O jovem Trotsky: entre menchevismo e bolchevismo]''. Destacando-se pelo seu talento como organizador e agitador, é eleito presidente do soviete de [[São Petersburgo|Petrogrado]], participa ativamente na luta para derrubar o Governo Provisório de [[Alexander Kerenski]], e lidera o Comité Militar Revolucionário que planeja e concretiza o assalto ao [[Palácio de Inverno]], consumando a [[Revolução de Outubro]].
 
Após a conquista do poder pelos bolcheviques, Trótski torna-se Comissário do Povo para os Negócios Estrangeiros, com a missão de negociar o [[armistício]] militar com a [[Alemanha]] e [[Impérios Centrais|seus aliados]].<ref name="UOL - Educação"/> A posição de Trótski nas negociações do armistício foi oposta à de Lenin - que achava que um tratado deveria ser assinado com a [[Império Alemão|Alemanha]] em quaisquer condições - mas também oposta a dos comunistas de esquerda, que propunham a guerra revolucionária; para ele, a posição a tomar seria de "nem paz, nem guerra"; o governo soviético deveria retirar-se das conversações e esperar pela agitação revolucionária no exército alemão. Através de uma combinação prévia com Lenin, que havia aceitado testar sua proposta ("''para estar de bem com Trótski, vale a pena até perder a [[Letônia]] e a [[Estônia]]''", teria dito Lenin), Trótski acaba por retirar-se de facto das conversações a 10 de fevereiro de 1918, respondendo a Alemanha com um novo ataque, que obrigou o governo soviético a assinar por fim a 3 de março o desvantajoso [[Tratado de Brest-Litovski]].
Linha 104:
Durante a preparação pelo [[Comintern]] de um levante revolucionário na [[Alemanha]] em finais de 1923- com Lenin ainda vivo mas incapacitado - Trótski já havia solicitado ao partido permissão para atender um convite feito pelo líder comunista alemão [[Heinrich Brandler]] e dirigir o levante projetado ''in loco'' como combatente revolucionário internacional - um projeto que de certa forma antecipava a aventura boliviana de [[Che Guevara]]. A permissão foi, no entanto, negada, pois Stalin temia que, se Trótski caísse prisioneiro ou morto, o embaraço que tal provocaria ao governo soviético, e temia mais ainda a possibilidade de que ele retornasse da Alemanha vitorioso, caso em que o aumento de seu poder e influência seria irresistível. O levante alemão, mal preparado e executado, foi um fracasso, e fortaleceu a tendência stalinista de abandonar a revolução socialista internacional pelo "socialismo num só país".
 
No decorrer das lutas confusas que se seguiriam, Trótski buscou uma consolação - assim como um aumento da sua influência - pela concentração no trabalho teórico e intelectual. Trótski já havia, durante a Revolução de 1905, formulado a [[Teoria da Revolução Permanente]]- a proposição de que a revolução liberal-burguesa, nas condições de um país capitalista atrasado como a Rússia não se deteria na constituição de uma república democrática, mas avançaria para a revolução socialista, num processo sem solução de continuidade - contrariamente ao entendimento evolucionista do marxismo predominante à época, segundo o qual a revolução socialista seria um produto do esgotamento prévio das possibilidades de desenvolvimento capitalista nacional. Além disso, segundo essa teoria, o único agente social capaz de levar uma revolução russa até o fim seria o proletariado, aliado as massas camponesas. <ref>''[http://teoriaerevolucao.pstu.org.br/o-jovem-trotsky-entre-menchevismo-e-bolchevismo/ O jovem Trotsky: entre menchevismo e bolchevismo]'' </ref> Após a Revolução de 1917, passou a defender também que a revolução socialista era um processo mundial e que a Revolução Russa necessitaria continuar a desenrolar-se numa arena mundial, no âmbito de uma perspectiva internacionalista que contrastava claramente com a política estalinista do "[[Socialismo em um só país|socialismo num só país]]". Defendeu a rápida industrialização da economia e o abandono da NEP ([[Nova Política Econômica]]) de Lenin, quando Stalin e o teórico Bukharin defendiam a industrialização gradual e a manutenção daquela política.
 
A dissidência no interior do partido vem a público quando Trótski publica, em 1924, um prefácio à edição dos seus escritos de 1917, ''As Lições de Outubro'', criticando a falta de estratégia revolucionária de Stalin e da Direção do Comintern na direção do levante alemão de 1923, e compara suas atitudes com a indecisão demonstrada por Kamenev e Zinoviev às vésperas da Revolução de Outubro. Estas discordâncias abertas afastam politicamente Trótski de Stalin, culminando na sua expulsão do partido a 12 de novembro de 1927, o exílio em [[Alma Ata]] (hoje [[Altana]]), na então [[República Socialista Soviética do Cazaquistão]], a 31 de janeiro de 1928, e finalmente a expulsão da União Soviética em 1929. Ainda em julho desse ano, começa a publicar um boletim mensal da oposição, que continuaria a ser publicado e contrabandeado para o território soviético durante todo o seu exílio .