Leopoldina de Bragança: diferenças entre revisões

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Nascida às 6h&nbsp;45min da manhã de 13 de julho de 1847, no [[Quinta da Boa Vista|Palácio Imperial de São Cristóvão]], Leopoldina era a segunda filha de [[Pedro II do Brasil|dom Pedro II]] e [[Teresa Cristina Maria de Bourbon|dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias]]. Seus avós paternos foram o [[Pedro I do Brasil|imperador dom Pedro I]] e a [[Maria Leopoldina de Áustria|imperatriz dona Maria Leopoldina]] e seus avós maternos foram o rei [[Francisco I das Duas Sicílias]] e [[Maria Isabel de Bourbon|Maria Isabel de Espanha]].<ref name="Bragança1959">Bragança (1959), 77-78</ref>
 
Foi batizada na [[Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo|Catedral e Imperial Capela]] em 7 de setembro de 1847, pelo bispo capelão-mor e diocesano [[Manuel do Monte Rodrigues de Araújo|dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, conde de Irajá]] e seu nome foi dado em homenagem à avó paterna. Teve como padrinhos seus tios, os príncipes de Joinville, [[Francisco Fernando de Orléans]] e [[Francisca de Bragança|dona Francisca de Bragança]] - representados no ato por C. His de Buthenval ([[ministro plenipotenciário]] de [[Luís Filipe I de França]]) e [[Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho|Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, condessa de Belmonte]] (camarista-mor da imperatriz), respectivamente.<ref name="Bragança1959"/> {{nota de rodapé|AUTO DE BATISMO DE S.A. A PRINCESA DONA LEOPOLDINA: ''Ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus-Cristo de mil oitocentos e quarenta e sete, aos sete dias do mês de setembro, nesta Catedral e Imperial Capela da muito leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, ocupando o trono o muito alto e muito poderoso Senhor D. Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, e o solio o Exmo. e Revmo. Bispo Capelão-mor Diocesano, D. Manoel do Monte Rodrigues de Araújo, Conde de Irajá; e achando-se na mesma Catedral e Imperial Capela, reunidos os Ministros e Secretários de Estado, Conselheiros de Estado, grandes do Império, oficiais e mais pessoas da Côrte e Casa Imperial; muitos Senadores e Deputados, Corpo Diplomático Estrangeiro, membros dos Tribunaes da Côrte e muitas outras pessoas de distinção expressamente convidadas, o dito Exmo. e Revmo. Bispo Capelão-mor batizou, e pôs os Santos Óleos à Sereníssima Princesa D. Leopoldina, Teresa, Francisca, Carolina, Micaela, Gabriela, Rafaela, Gonzaga, nascida no dia 13 do mês de julho do corrente ano, pelas seis horas e três quartos da manhã; filha legítima do dito muito alto e muito poderoso Sr. D. Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, e da muito alta e muito poderosa Senhora D. Tereza-Cristina-Maria, Imperatriz do Brasil, neta pela parte paterna do falecido Sr. D. Pedro de Alcântara de Bragança e Bourbon, primeiro Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil e da sua augusta espôsa, também falecida, a Senhora D. Maria Leopoldina Josefa Carolina; e neta pela parte materna do falecido Sr. D. Francisco I, Rei do Reino das Duas Sicílias e de sua Magestade a Rainha sua augusta espôsa, a Senhora D. Maria Tereza Izabel. Foi padrinho S.A.R. o Sr. D. Francisco de Orléans, Príncipe de Joinville, representado por Mr. C. His de Buthenval, Comendador da Ordem Real da Legião de Honra, da de N.S. da Conceição de Portugal, condecorado com a Ordem Otomana de Nichan Ifthar e enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de Sua Magestade o Rei dos Franceses, nesta Côrte; e madrinha Sua Alteza Real a Senhora D. Francisca Carolina, Princesa de Joinville, representada pela Ilma. e Exma. Condessa de Belmonte, camarista-mor de S.M. a Imperatriz. E para todo tempo constar, se lavraram dois autos em tudo idênticos, subscritos pelo Ilmo. e Exmo. Manoel Alves Branco, do Conselho de Estado, presidente do Conselho de Ministros, Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda e interinamente encarregado dos do Império e assinados tanto por ele como pelos representantes dos augustos padrinho e madrinha; devendo um dos autos ficar no arquivo da Imperial Capela e ser o outro recolhido no Arquivo Público do Império. Eu Manoel Alves Branco o subscrevi e assino - Manoel Alves Branco - Como representante - do padrinho, C. His de Buthenval - Dito da madrinha, condessa de Belmonte - Manoel, Bispo Conde Capelão-mor.'' Bragança (1959), 77-78}}
Desde cedo, dom Pedro II tratou de obter para suas filhas uma [[preceptor]]a. A escolha recaiu sobre a [[condessa de Barral]], indicação da princesa de Joinville, que iniciou suas funções em setembro de [[1855]]. Numerosos mestres foram encarregados de educar as duas jovens, que seguiam um elaborado e rigoroso sistema de estudos vigiado constantemente pelo imperador.<ref name="Bragança73">Bragança (1959), 73</ref>
 
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=== Casamento ===
[[Imagem:Dona Leopoldina de Bragança e Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha.jpg|thumb|esquerda|180px|Dona Leopoldina e [[Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota]] (1865)]]
Dom Pedro II havia encarregado dona Francisca de encontrar na [[Europa]] dois jovens príncipes que pudessem servir de consortes às suas filhas. Na [[Discurso do trono|Fala do Trono]] de maio de 1864, o soberano anunciou o casamento das princesas sem, no entanto, citar nomes de pretendentes.<ref name="Del Priore21">Del Priore, 21</ref> Porém, os dois candidatos escolhidos pelo imperador - seu sobrinho, [[Pedro de Orléans|Pedro, duque de Penthièvre]], e [[Filipe, conde de Flandres (1837–1905)|Filipe, Conde de Flandres]] (filho de [[Leopoldo I da Bélgica]]) - recusaram a proposta de consórcio, levando o monarca a optar pelos príncipes [[Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota]] e [[Gastão de Orléans, Conde d'Eu]].<ref name="Defrance">Defrance, 204-205</ref><ref name="Barman2002">Barman (2002), 56-57</ref>
 
[[Imagem:Duques de Saxe.jpg|thumb|150px|Os Duques de Saxe com seu primogênito, [[Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança|dom Pedro Augusto]], em 1866]]
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Finalmente, em 15 de dezembro de 1864, dona Leopoldina desposou o duque de Saxe, segundo filho de [[Augusto de Saxe-Coburgo-Gota]] e da princesa [[Clementina de Orléans]].<ref name="Bragança74"/> O casal recebeu uma dotação de 300 contos de réis para aquisição de uma residência no Rio de Janeiro, da qual eles e seus descendentes teriam o usufruto, mas que permaneceria como patrimônio nacional.<ref>Bragança (2008), 282</ref> O imóvel escolhido foi um palacete vizinho ao Palácio de São Cristóvão, adquirido em junho de 1865 e batizado como "[[Palácio Leopoldina]]".<ref>Bragança (2008), 283-284</ref>
[[Imagem:Filhos da princesa Leopoldina.jpg|thumb|150px|Três dos filhos dos Duques de Saxe; a partir da esquerda: dom Pedro Augusto, [[José Fernando de Saxe-Coburgo-Gota|dom José]] e [[Augusto Leopoldo de Saxe-Coburgo e Bragança|dom Augusto Leopoldo]] (1871)]]
Dez meses após sofrer um [[aborto espontâneo]], dona Leopoldina deu à luz, em 19 de março de 1866, aquele que viria a ser o neto preferido de dom Pedro II, o príncipe [[Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança|dom Pedro Augusto]].<ref>Del Priore, 32</ref><ref>Bragança (1959), 75</ref> A partir de então, a princesa passou a viver entre o Brasil e a Europa, sempre retornando à terra natal para o nascimento de seus filhos. Assim foi com [[Augusto Leopoldo de Saxe-Coburgo e Bragança|dom Augusto Leopoldo]] e [[José Fernando de Saxe-Coburgo-Gota|dom José Fernando]] - nascidos em 1867 e 1869, respectivamente. Quando descobriu-se grávida do quarto filho, ela e o marido decidiram que não voltariam ao Brasil e, em 15 de setembro de 1870, o príncipe [[Luís Gastão de Saxe-Coburgo-Gota|Luís Gastão]] nasceu no [[Castelo de Ebenthal]].<ref>Defrance, 232</ref>
 
=== Morte ===
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== Legado ==
A infertilidade da princesa Isabel, [[herdeiro presuntivo|herdeira presuntiva]] da coroa - que só viria a dar à luz um filho após mais de dez anos de casamento e quase quatro anos após a morte da irmã -, incluiu os dois filhos mais velhos de dona Leopoldina na 2ª e 3ª posições da linha de sucessão ao trono brasileiro. Após a morte da mãe, os jovens príncipes foram trazidos pelo avô para serem criados e educados no Brasil. Esta situação tornou a princesa, ainda que de forma involuntária, fundadora do [[ramo cadete]] de [[Ramo de Saxe-Coburgo e Bragança|Saxe-Coburgo e Bragança]]. Dom Pedro Augusto e dom Augusto Leopoldo somente seriam preteridos da sucessão em 1875, com o nascimento de [[Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança|dom Pedro de Alcântara, príncipe do Grão-Pará]].<ref>Bragança (1959), 75-76</ref><ref>Del Priore, 205</ref><ref>Lessa, 123</ref>
 
== Títulos e honras ==