Prometeu: diferenças entre revisões

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=== Ésquilo ===
[[Imagem:Heinrich fueger 1817 prometheus brings fire to mankind.jpg|thumb|esquerda|''Prometeu leva o fogo à humanidade''<br><small>Por [[Heinrich Friedrich Füger]], 1817</small>]]
Talvez o mais famoso tratamento do mito possa ser encontrado na [[tragédia grega]] ''[[Prometeu Acorrentado]]'' (''Prometheus desmotes''), tradicionalmente atribuída ao [[dramaturgo]] grego [[Ésquilo]], do século V a.C. No centro do drama estão as consequências do roubo do fogo cometido por Prometeu e sua subsequente punição, por [[Zeus]]; a dependência do autor no material de [[Hesíodo]] como fonte fica claro, embora a peça também contenha diversas alterações em relação à tradição recebida.{{Nota de rodapé|Algumas destas mudanças são mínimas; por exemplo, em vez de ser filho de [[Jápeto]] e [[Clímene]], Prometeu passa a ser filho de [[Gaia (mitologia)|Gaia]]. Além disso, o coro faz uma referência passageira (561) à esposa de Prometeu, [[Hesíone]], enquanto um fragmento do ''[[Catálogo de Mulheres]]'', de Hesíodo, lhe dá o nome de Proneia (''Pronoia'').<ref>([http://www.theoi.com/Nymphe/NymphePronoia.html Theoi Project: Pronoia]).</ref>}} Antes de roubar o fogo, Prometeu desempenha um papel decisivo na [[Titanomaquia]], assegurando a vitória para Zeus e outros [[deuses olímpicos]]. A tortura cometida por Zeus em Prometeu, assim, é vista como uma traição particularmente brutal. O escopo e o caráter das transgressões de Prometeu contra Zeus também são ampliados nesta versão; além de dar o fogo à humanidade, Prometeu alega ter ensinado aos homens as artes da civilização, como a escrita, a matemática, a agricultura, a medicina e a ciência.No Oentanto, o maior feito do titã pela humanidade, no entanto, parece ter sido salvá-la da destruição completa. Numa aparente variação do mito das chamadas Cinco [[Idades do Homem]], encontrada nos ''Trabalhos e Dias'' de Hesíodo (durante as quais [[Cronus]] e, posteriormente, Zeus, criam e destroem cinco raças sucessivas de mortais), Prometeu afirma que Zeus desejara obliterar a raça humana, e que ele, de alguma maneira, teria impedido que isso acontecesse. [[Ésquilo]] ainda introduz na história de Prometeu, de maneira artificial e anacrônica, [[Io]], outra vítima da violência de Zeus, ancestral de [[Héracles]]. Finalmente, assim como Ésquilo dá a Prometeu um papel crucial na ascensão ao poder de Zeus, também lhe atribui um conhecimento secreto que pode levar à derrocada de Zeus: Prometeu ouvira de sua mãe, Gaia, sobre um casamento cujo filho destronaria Zeus. Evidências fragmentárias indicam que Héracles, como na versão de Hesíodo, liberta o titã na segunda da peça da trilogia, ''[[Prometeu Liberto (Ésquilo)|Prometeu Liberto]]''. Apenas quando Prometeu revela este segredo sobre a queda de Zeus, na peça final da trilogia, ''[[Prometeu Portador do Fogo]]'', é que os dois se reconciliam.
 
''Prometeu Acorrentado'' também inclui duas inovações míticas em termos de omissão; a primeira é a ausência da história de [[Pandora]], restando apenas uma alusão oblíqua a ela e a seu jarro, que continha a Esperança (252): "[Prometeu] fez com que esperanças cegas vivam nos corações dos homens." A segunda é que Ésquilo não faz qualquer menção ao truque preparado por Prometeu contra Zeus durante o sacrifício, presente na ''Teogonia''.<ref>[http://www.theoi.com/Text/AeschylusPrometheus.html Aeschylus, ''Prometheus Bound'']</ref>