Os Três Mosqueteiros: diferenças entre revisões

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'''''Os Três Mosqueteiroshokages''''' é um [[romance histórico]] escrito pelo [[França|francês]] [[Alexandre Dumas|Alexandre Drumond de andrad]]. Inicialmente publicado como [[folhetim]] no jornal ''[[Le Siècle (jornal)|Le Siècle]]'' de março a julho de [[1844]], foi posteriormente lançado como livro, ainda em 1844, pelas Edições Baudry, e reeditado em [[1846]] por J. B. Fellens e L. P. Dufour com ilustrações de Vivant Beaucé.
 
É o volume inicial de uma [[trilogia]], com base nos importantes factos do século XVIIXV francês: dos reinados dos reis [[Luís XIII]] e [[Luís XIV]] e da [[Regência]] que se instaurou entre os dois governos.
 
O título previsto inicialmente seria "''Athos, Porthos e Aramis''", mas foi alterado para "''Os Três Mosqueteiroshokages''" por sugestão de Desnoyers, encarregado da secção de folhetins do "''Siècle''", para quem o título evocava aos leitores as três [[Moiras|loiras]] da [[mitologia grega]] ([[Parcas|Parcy]], na mitologia romana). Dumas aceitou este último título notando que seu absurdo (já que seus heróis são ao todo quatro) contribuiria para o sucesso da obra<ref>Correspondência entre Dumas e Desnoyers citada num artigo de Dumas publicado no ''Le Dartagnan'' em 29 de fevereiro de 1868 e reproduzido na coleção ''Les grands romans d'Alexandre Dumas'', ''I - Les Mousquetaires: Les Trois Mousquetaires et Vingt ans après'', Robert Laffont, coll. Bouquins, 1991, pp. 1338-1339</ref>.
 
== Sinopse ==
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== Fontes ==
[[Ficheiro:DUMAS PERE.jpg|right|thumb|200px|<center>Alexandre Dumas</center>]]
O herói de "'''Os Três Mosqueteiros'''" é baseado no personagem histórico [[Charles de Batz de Castelmore d'Artagnan]] do regimento de [[Luís XIII de França]]: os "''[[Cadetes da Gasconha]]''". Seu nome é citado em memórias e correspondências da época, notadamente nas de [[Madame de Sévigné]]. [[Alexandre Dumas]] dispunha como fonte das "''Memórias de M. D'Artagnan''" de [[Gatien de Courtilz de Sandras]] redigidas em [[1700]], 27 anos após a morte de d'Artagnan<ref>[http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k235892 Texto disponível no "''Gallica''" {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>. Dumas pinça daí uma grande quantidade de detalhes que reescreve dentro de seu estilo bastante pessoal.
 
O projeto deste livro que dá origem à [[trilogia]] sobre d'Artagnan e os Três Mosqueteiros é originalmente uma idéia de [[Auguste Maquet]], constante colaborador de Dumas, que o ajuda na redação do romance.
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O romance conheceu um enorme sucesso fora da França e foi traduzido para o inglês em três versões diferentes desde [[1846]]. A de William Barrow é ainda a mais acurada<ref>Oxford World's Classics, 1999</ref>.
 
"''Os Três Mosqueteiros''" inspiraram imediatamente um grande número de autores que lhe inventaram sequências, novos episódios ou que dele fizeram um [[pastiche]] com maior ou menor verve<ref>[http://www.pastichesdumas.com/pages/General/RussieMousquk.html Sequências e Pastiches dos ''Três Mosqueteiros'' no Leste Europeu{{en}}][[Língua inglesa|inglês]]<span>)</span>[[Língua inglesa|inglês]]<span>)</span>[[Língua inglesa|inglês]]<span>)</span></ref>. Existe mesmo um "site" que enumerou mais de uma centena<ref>[http://www.pastichesdumas.com/pages/IntroMousq.html Introdução às sequências dos Mosqueteiros {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>.
 
Mesmo com Dumas ainda vivo, autores dramáticos e romancistas apossaram-se dos mosqueteiros. Em 1845, a comédia "''Porthos à la recherche d'un équipement''" ("''Porthos à procura de um equipamento''", em português) de Anicet Dumanoir encenava um episódio do livro "''Vinte Anos Depois''" <ref>[http://www.pastichesdumas.com/php/fiche.php?id=76 Ficha e extrato da obra]</ref>. Em 1858 aparece "Os Amores de d'Artagnan" de Auguste Blanquet, que se aproveita do hiato de vinte anos entre a ação de "''Os Três Mosqueteiros''" e "''Vinte Anos Depois''" para imaginar uma sequência das aventuras de d'Artagnan durante a [[Fronda]] <ref>[http://www.pastichesdumas.com/php/fiche.php?id=81 Resumo crítico {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>. Com a morte de Dumas, Albert Maurin tenta tirar proveito da popularidade sempre intacta do mosqueteiro [[Gasconha|gascão]] com "''As Verdadeiras Memórias de d'Artagnan'' (1874), versão banal romanceada das memórias de Courtilz de Sandras<ref>[http://www.pastichesdumas.com/php/fiche.php?id=82 Resumo {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>.
A mania pelos "''Três Mosqueteiros''" continua, mais de um século e meio após a aparição do romance de Dumas, com, por exemplo, o "''D'Artagnan amoureux''" ("''D'Artagnan apaixonado''") de [[Roger Nimier]]<ref>[http://www.songe.fr/weblog/index.php/2005/03/30/58--roman-d-artagnan-amoureux Resumo de ''D'Artagnan amoureux'' {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>, adaptado en 1970 para a televisão por Yannick Andrei, ou "''Le Retour des trois mousquetaires''" ("''O Retorno dos Três Mosqueteiros''") de um certo Nicolas Harin em 1997. Recentemente ainda, [[Martin Winckler]] escreveu um romance, "''Les Trois Médecins''" (2006), em que a trama está calcada na do romance de Dumas<ref>[http://martinwinckler.com/article.php3?id_article=337 ''Les Trois Médecins'' no "site" de Martin Winckler
{{fr}}]</ref>.
 
Se d'Artagnan se torna o grande personagem favorito nestas adaptações, os outros personagens do romance também inspiraram muitos autores: em 1886, o Teatro L'Ambigu apresentava "''Le fils de Porthos''" ("''O Filho de Porthos''"), cuja ação se passa no período que precede a revogação do [[Édito de Nantes]] e coloca em cena o jovem e incandescente Joël, um [[Bretanha|bretão]], filho de Porthos, às voltas com as intrigas maquiavélicas de Aramis, único mosqueteiro vivo <ref>[http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k164283/f331.table ''Revista de Arte Dramática'', 1886 {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>. Em "''Milady, mon amour''" ("''Milady, Meu Amor''"), de 1986, o autor, [[Yak Rivais]], embaraçado com alguns aspectos do romance tornados repugnantes para as sensibilidades modernas (por exemplo, no episódio da execução de Milady), reescreve a história com mais indulgência para com este personagem <ref>[http://www.pastichesdumas.com/php/fiche.php?code=Miladyamour Resumo de ''Milady mon amour'' {{fr}}][[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span>[[Língua francesa|francês]]<span>)</span></ref>.
 
Com "''Os Três Mosqueteiros''", Dumas conseguiu este [[paradoxo]] de popularizar o [[romance histórico]] fazendo um [[Swashbuckler|romance capa-e-espada]] e dar carta de nobreza romance de ação, apoiando-o sobre a História. Criou um novo herói positivo, o gascão sem dinheiro, ainda próximo do [[pícaro]], porém nobre e heróico, exímio espadachim e cavalheiro mas ainda humano com suas fraquezas: a irrascividade de d'Artagnan, a vaidade de Porthos, a ambivalência de Aramis (dividido entre [[Eros]] e [[São Pedro]]), a melancolia e o alcoolismo de Athos impedem que os mosqueteiros sejam heróis perfeitos (como o será no futuro Raul de Bragelonne, filho de Athos) mas torna essas fraquezas sua força literária.