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Chama-se '''pessoa surda''' (ou '''surdo''')<ref>Surdo vs surdo - Moura, Maria Cecília. O Surdo - Caminhos para uma nova identidade. Revinter.</ref> àquela que é portadora de [[surdez]] e que possui uma [[identidade]], uma [[cultura]], uma [[história dos surdos|história]] e uma [[língua]] próprios.
 
Em meados dos anos setenta, emergiu uma nova forma de encarar a surdez, que encara o surdo como pertencendo a uma comunidade linguística minoritária, pelo fatofacto de usar uma língua distinta da maioria [[ouvinte]]. Estudiosos há que acreditam que "o problema dos surdos não é a surdez … mas as representações dominantes". Assim, a concepção antropológica defende como um de seus objetivosobjectivos primários garantir o acesso dos surdos à [[língua gestual]], a sua língua de aquisição natural.<ref>Perscrutar e escutar a surdez, pág. 84</ref>
 
O [[Dia Mundial do Surdo]] é comemorado por membros da comunidade surda de todo o mundo (surdos e ouvintes) no último domingo do mês de Setembro, com objetivoobjectivo de relembrar as lutas da comunidade ao longo das eras, como por exemplo, a luta em prol do reconhecimento da língua gestual nos diversos países do globo.<ref>[http://redesolidaria.org.pt/agenda/dms/view?searchterm=surdos]</ref>
 
== Identidade e cultura surda ==
É a interaçãointeracção social que nos socializa. As escolhas sobre o ambiente linguístico em que a criança crescerá, a opção do uso ou não da língua gestual e a escolha de ajudas técnicas e tipo de [[educação]] adaptadaadoptado vão determinar a maneira como o desenvolvimento social da criança se processaráirá processar.<ref>A Criança Surda, pág. 66</ref>
 
Se for negada à criança a oportunidade de adquirir e desenvolver uma língua natural, crescerá com um enorme défice a nível linguístico, que comprometerá todo o seu desenvolvimento social, cultural, psicológico e afetivo, o que dificultará na construção identitária de qualquer criança, inclusive uma criança surda. Pelo contrário, se a criança for exposta a uma língua gestual poderá adquirir um conhecimento cultural, sobre o mundo e as relações interpessoais, semelhante ao adquirido por uma criança ouvinte, afinal criança é criança ouvindo ou não, enxergando ou não, andando ou não.
 
A [[comunicação]] é vital na construção da identidade. O contatocontacto precoce entre o adulto surdo e a criança surda, através de uma língua gestual, é o que proporcionará o acesso à linguagem. Desta forma, estará também assegurada a identidade e cultura surda, que serão transmitidas naturalmente à criança surda pelo adulto surdo em questão.<ref>Lorena kozlowski, 1995 - http://www.ines.org.br/paginas/revista/espaco18/Reflexao03.pdf</ref> Quanto mais precoce o acesso à língua gestual, mais cedo a criança adquirirá uma identidade própria, consciente e sólida.
 
No entanto, de acordo com a [[história dos surdos]], as representações sobre a surdez sempre foram fundamentadas por mitos com base na religião, na ideologia, nos interesses de foro económico e nas diferenças sociais.<ref>Perscrutar e Escutar a Surdez, pág. 23</ref> Estas representações afetamafectam o processo identitário do surdo, participando de processos de inclusão/ exclusão dos membros da sociedade e padronizando a "normalização social".
 
Segundo estudos, o surdo apenas se sente pessoa se a [[sociedade]] o considerar como tal.<ref>Perscrutar e Escutar a Surdez, pág. 24</ref> O surdo, na sua diferença, representa um perigo.<ref>Goffman, 1988</ref> Daí advém a tentativa de muitos de consideráconsidera-lo apenas uma pessoa com deficiência. No entanto, o surdo como pessoa existe - esta é uma diferença que existe, que estigmatiza o surdo - a sua negação estigmatiza-o ainda mais, já que não permite o seu desenvolvimento, a sua formação de identidade como ser inteiro e integrante de uma comunidade de indivíduos diferentes como ele mesmo.<ref>O Surdo - Caminhos para uma nova identidade, pag. 13.</ref>
 
Os surdos sempre foram, considerados menor valor social. Afinal, faltava-lhes a característica eminentemente humana: a linguagem (oral, bem entendido) e suas virtudes cognitivas. Sendo destituídos dessas "virtudes", os surdos eram "humanamente inferiores". A língua de sinais era vista apenas uma mímica gestual, e sempre houve preconceitos com relação ao uso de gestos para intercomunicação. A exclusão e social dos surdos ainda hoje ressalta que a linguagem pode ser fonte de discriminação e de organização social restritiva. Esta discriminação não acontece apenas quando há diferenças de nacionalidade, cor, perfil socioeconômico ou religião. Entre os surdos e os ouvintes há uma grande diferença que os caracteriza: a linguagem oral.<ref>{{citar periódico|ultimo=SANTANA, Ana Paula|primeiro=BERGAMO, Alexandre|data=Maio/Agosto 2005|titulo=CULTURA E IDENTIDADE SURDAS:
ENCRUZILHADA DE LUTAS SOCIAIS E TEÓRICAS|url=http://www.scielo.br/pdf/es/v26n91/a13v2691.pdf|jornal=Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 91, p. 565-582|acessodata=28/08/2018}}</ref>
 
== As Diferenças Identidade Surda ==