Madona: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Giovanni Bellini Madonna Willys.jpg|200px|right|thumb|''Madona Willys'', de [[Giovanni Bellini]] (1480-90).]]
[[Imagem:Madonna col bambino, palazzo medici riccardi, filippo lippi.jpg|thumb|''Madona com Menino'', de [[Filippo Lippi]].]]
'''Madona''' (do [[Língua italiana|italiano]] '''''Madonna''''', em [[Português brasileiro|português]] "'''Nossa Senhora'''" ou "'''Virgem com o Menino'''") é o nome dado à representação [[Arte|artística]] da [[Virgem Maria]], mãe de [[Jesus]], em [[pintura]]s e [[escultura]]s ([[iconografia]]) na [[arte sacra|arte]] [[Cristianismo|cristã]].
'''Madona''' (do [[Língua italiana|italiano]] ''Madonna'') é o nome dado à representação [[Arte|artística]] da [[Virgem Maria]], mãe de [[Jesus]], em [[pintura]]s e [[escultura]]s. Também chamada de '''Virgem com o Menino Jesus''' é um tema tradicional na [[arte sacra]] [[Cristianismo|cristã]]; as obras representam quase sempre Maria com seu filho Jesus nos braços, frequentemente cercados por outros personagens, como [[São José]] (neste caso fala-se da [[Sagrada Família]]), [[João Batista|São João Batista]] (retratado também como [[criança]], já que tem quase a mesma idade de Jesus), outros parentes de Maria (como [[Isabel (Bíblia)|Santa Isabel]] ou [[Santa Ana]]), ou determinados [[santo]]s escolhidos por motivos variados, como por exemplo o santo [[padroeiro]] de quem encomendou a obra, ou da cidade que a hospeda.
 
'''Madona'''É (doum [[Línguatema italiana|italiano]]tradicional, ''Madonna'')onde éas oobras nomerepresentam dadosempre àMaria representaçãocom [[Arte|artística]]seu dafilho [[Virgem Maria]], mãe de [[Jesus]],<ref emname=":0">{{Citar [[pintura]]speriódico|ultimo=|primeiro=|data=2012-12-16|titulo=A eiconografia [[escultura]]s.de TambémMadona chamadana deHistória '''Virgemda Arte|url=http://cleaecia.com o Menino Jesus''' é um tema tradicional .br/de-arte-e-de-artistas/a-iconografia-da-madona-na [[-historia-da-arte sacra]] [[Cristianismo/#.W5fq9c5Ki1s|cristã]]; as obras representam quase sempre Maria com seu filho Jesus nos braços,jornal=C&C|acessodata=11/09/2018}}</ref> frequentemente cercados por outros personagens, como [[São José]] (neste caso fala-se dadenominado [[Sagrada Família]]), [[João Batista|São João Batista]] (retratado também como [[criança]], já que tempossuia quase a mesma idade de Jesus), outros parentes de Maria (como [[Isabel (Bíblia)|Santa Isabel]] ou [[Santa Ana]]), ou determinados [[santo]]s escolhidos por motivos variados, como por exemplo o santo [[padroeiro]] de quem encomendou a obra, ou da cidade que a hospeda.
Depois de certa resistência e controvérsia inicial, a fórmula "Mãe de Deus" ([[Teótoco]]) foi adotada oficialmente pela Igreja Cristã no [[Primeiro Concílio de Éfeso]], em [[431]]. A primeira representação da Virgem com o Menino ainda existente pode ser vista no [[mural]] da [[Catacumba de Priscila]], em [[Roma]], na qual [[Virgem Amamentando|Maria aparece sentada amamentando Jesus]], que por sua vez inclina sua cabeça como que para olhar para o observador.<ref>Victor Lasareff, "Studies in the Iconography of the Virgin" ''The Art Bulletin'' '''20'''.1 (marzo de 1938, pp. 26-65) p 27f.</ref>
 
Em 431, após a controvérsia inicial e certa resistência, a fórmula "Mãe de Deus" ([[Teótoco]], título grego de Maria, Θεοτόκος) foi adotada oficialmente pela Igreja Cristã no [[Primeiro Concílio de Éfeso]].
As primeiras representações consistentes da Virgem Maria com o seu filho foram desenvolvidas no [[Império Romano do Oriente]], onde apesar da tendência [[Iconoclastia bizantina|iconoclasta]] na cultura local, que rechaçava as representações físicas como "[[idolatria]]", o respeito por imagens veneradas se expressava na repetição de uma estreita gama de estilos artísticos muitos convencionais - as imagens repetidas, conhecidas como [[Ícone (arte)|ícones]] ("[[imagem]]", em [[Língua grega|grego]]). Numa visita a [[Constantinopla]] no ano de [[536]], o [[papa]] [[Agapito I]] foi acusado de se opor à veneração da [[Teótoco]] e a representação de sua imagem nas [[igreja]]s.<ref>m. Mundell, "Monophysite church decoration" ''Iconoclasm'' (Birmingham) 1977, p 72.</ref> Os exemplos orientais da Madona mostram a Virgem Maria [[Trono|entronada]], portando inclusive a [[coroa bizantina]], incrustada de [[pérola]]s, com o Menino Jesus em seu colo.<ref>Como nos fragmentos do [[afresco]] do subsolo da [[Basílica de São Clemente]], em [[Roma]]: ver John L. Osborne, "Early Medieval Painting in San Clemente, Rome: The Madonna and Child in the Niche" ''Gesta'' '''20'''.2 (1981), pp. 299-310.</ref>
 
As técnicas artísticas variam, desde os primitivos [[Encáustica|encáustico]] (''enkausticos'') e [[mosaico]] (µουσαικόν) nos séculos VII e IX, passando por pintura em [[Retábulo|retábulos]] acima do altar, ou sobre telas nos séculos XII a XVII, madeira policromada no século XVIII, a moderno encáustico no século XX.<ref name=":0" />
 
Depois de certa resistência e controvérsia inicial, a fórmula "Mãe de Deus" ([[Teótoco]]) foi adotada oficialmente pela Igreja Cristã no [[Primeiro Concílio de Éfeso]], em [[431]]. A primeira representação da Virgem com o Menino ainda existente, pode ser vista no [[mural]] da [[Catacumba de Priscila]], em [[Roma]], na qual [[Virgem Amamentando|Maria aparece sentada amamentando Jesus]], que por sua vez inclina sua cabeça, como que paraaprecendo olhar para o observador.<ref>Victor Lasareff, "Studies in the Iconography of the Virgin" ''The Art Bulletin'' '''20'''.1 (marzo de 1938, pp. 26-65) p 27f.</ref>
 
As primeirasMadonas representaçõesbizantinas consistentesforam daas Virgemprimeiras representações de Maria com o seu filho foram, desenvolvidas no [[Império Romano do Oriente]], onde(algumas não datadas).<ref name=":0" /> Onde apesar da tendência [[Iconoclastia bizantina|iconoclasta]] (εικών, movimento contra a [[veneração]] de imagens) na cultura local, que rechaçava as representações físicas como "[[idolatria]]", o respeito por imagens veneradas se expressava na repetição de uma estreita gama de estilos artísticos muitos convencionais - as imagens repetidas, conhecidas como [[Ícone (arte)|ícones]] ("[[imagem]]", em [[Língua grega|grego]]). Numa visita a [[Constantinopla]] no ano de [[536]], o [[papa]] [[Agapito I]] foi acusado de se opor à veneração da [[Teótoco]] e a representação de sua imagem nas [[igreja]]s.<ref>m. Mundell, "Monophysite church decoration" ''Iconoclasm'' (Birmingham) 1977, p 72.</ref> Os exemplos orientais da Madona mostram a Virgem Maria [[Trono|entronada]], portando inclusive a coroa [[coroaImpério Bizantino|bizantina]], incrustada de [[pérola]]s, com o Menino Jesus em seu colo.<ref>Como nos fragmentos do [[afresco]] do subsolo da [[Basílica de São Clemente]], em [[Roma]]: ver John L. Osborne, "Early Medieval Painting in San Clemente, Rome: The Madonna and Child in the Niche" ''Gesta'' '''20'''.2 (1981), pp. 299-310.</ref>
 
No Ocidente os modelos hieráticos bizantinos foram seguidos à risca na [[Baixa Idade Média]], porém com a crescente importância do culto à Virgem nos séculos [[Século XII|XII]] e [[Século XIII|XIII]] desenvolveram-se uma variedade mais ampla de tipos para satisfazer a corrente duma das formas de piedade mais intensamente pessoais. Nas fórmulas costumeiras dos períodos [[estilo gótico|gótico]] e [[renascentista]], por exemplo, Maria se senta com Jesus em seu colo, ou o abraça, enquanto em outras ela aparece no trono, e o Menino aparece plenamente consciente, levantando sua mão e oferecendo uma [[bênção]]. Esculturas góticas tardias da Madona com o Menino mostram uma Virgem Maria em pé, com Jesus em seus braços. A iconografia varia entre imagens públicas e imagens privadas, feitas numa escala menor e que pretendem ser dedicadas à devoção pessoal, em habitações particulares: a Virgem [[Lactância materna|amamentando]] o Menino (como na ''[[Madona Litta]]'') é uma imagem amplamente limitada aos ícones devocionais privados. Estas representações da Maria no ato de dar de mamar ao Menino Jesus são chamadas de "Virgens do Leite".