Lúcio Cornélio Sula: diferenças entre revisões

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Foi a Guerra Social, o conflito que iniciou em {{AC|91|x}} entre Roma e seus [[sócio (Roma Antiga)|aliados itálicos]] (os ''socii'') que proporcionou a Sula a sua maior glória e iniciou a sua irresistível ascensão política, ampliando ainda mais o conflito com Mário, que também se mostrava muito eficaz nas operações militares. A guerra em si era resultado da intransigência de Roma em relação aos direitos dos "sócios", os antigos inimigos que se submeteram aos romanos ao longo dos séculos (como os [[samnitas]]). Os [[latinos (tribo)|latinos]], moradores do [[Lácio]], eram aliados mais antigos e recebiam por isso mais respeito e tratamento melhor.<ref>[[Plutarco]], ''Sulla''</ref> A causa imediata da guerra foi a recusa do [[Senado Romano]] em estender a [[cidadania romana]] aos sócios e em endereçar algumas injustiças que eles consideravam urgentes. Entre os muitos mortos na luta dos ''[[optimates]]'' que queriam manter o ''[[status quo]]'' estavam [[Tibério Graco|Tibério]] e [[Caio Graco]]. Mas foi a morte de [[Marco Lívio Druso (tribuno)|Marco Lívio Druso]], cujas reformas buscavam não apenas reforçar a posição do Senado mas também conceder a cidadania a todos os aliados de Roma que enfureceu a Itália, levando à irrupção da Guerra Social.
 
Seu maior êxito foi obtido como [[legado]], na região costeira da [[Campânia]] e, pouco depois, em [[Sâmnio]], em ambos os casos sob o comando do cônsul [[Lúcio Júlio César (cônsul em 90 a.C.)|Lúcio Júlio César]], no qual conseguiu surpreender o general samnita [[Caio Pápio Mutilo]] e conquistar a cidade de [[Boviano]]. No ano seguinte, {{AC|89|x}}, conseguiu uma vitória decisiva diante da muralha de [[Pompeia]], obtendo assim uma [[coroa gramínea]], a condecoração militar máxima entre os romanos, reservada ao comandante que salva sua legião ou exército no campo de batalha. Ao contrário de todas as demais honras militares romanas, esta era concedida pelos próprios soldados, por [[aclamação]], e, por isso, muito poucas foram registradas. Por tradição, ela era confeccionada com ramos e plantas colhidas no próprio campo de batalha.<ref>{{citar web| url= http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/secondary/SMIGRA*/Corona.html| título = Corona| publicado = Lacus Curtius| língua = inglês}}</ref> Sula continuou conquistando as demais cidades que os rebeldes haviam ocupado na Campânia até que restou apenas o "coração" da revolta, [[Nola]]. Ignorando a ameaça às suas [[legião romana|legiões]], Sula lançou um ataque diretamente no interior do território rebelde, invadindo o Sâmnio e infligindo-lhes uma dura derrota num [[passo de montanha]]. Em {{AC|89|x}}, Sula capturou [[ÉclanoEclano]], a capital dos [[hirpínios]], encerrando de fato a Guerra Social.
 
Foi deste modo, apresentando-se como um dos grandes vencedores da revolta, que Sula conseguiu seu tão sonhado consulado, em {{AC|88|x}}, com [[Quinto Pompeu Rufo]]. Os dois cônsules repartiram entre si o governo da República, de forma que Sula recebeu o proveitoso comando da [[Primeira Guerra Mitridática|guerra contra Mitrídates]] enquanto Rufo permaneceria na [[Itália romana|Itália]] encarregado das tarefas ''"civiles"''civis. Neste mesmo ano, Sula casou-se com [[Cecília Metela Dalmática]], uma sobrinha de [[Quinto Cecílio Metelo Numídico]], aparentando-se assim ao poderoso clã senatorial dos [[Cecílios Metelos]]. Rufo, por sua vez, casou seu filho, [[Quinto Pompeu Rufo, o Menor|Quinto Pompeu Rufo]] com sua filha, [[Cornélia Sula]].
 
O caos político e econômico, sequela da Guerra Social, não se limitou às fronteiras da Itália. Os graves problemas que sacudiam a península eram observados com interesso pelo decidido [[rei do Ponto]] [[Mitrídates VI]]. Seus atritos contra a [[República Romana]] não eram recentes, mas ele entendeu que, naquele momento, os romanos estavam em guerra contra seus próprios aliados e lhe pareceu o momento perfeito para tentar uma política expansionista na [[Ásia Menor]].