Arquitetura gótica: diferenças entre revisões

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'''Arquitetura gótica''' é um [[estilo arquitetónico]] que segundo pesquisas, é evolução da [[arquitetura românica]] e que precede a [[arquitetura renascentista]]. Foi desenvolvida no norte da [[França]] durante a Alta Idade Média {{nwrap||900|1300}} entre os anos 1050 e 1100, originalmente chamando-se "Obra Francesa" (''Opus Francigenum''), embora a Catedral de Dublin na [[Irlanda]] fundada no ano 1030 já possa ser classificado como pre-gótico. O termo "''gótico"'' só apareceu na época do [[Iluminismo]] nos séculos [[século XVII|XVII]] e [[século XVIII|XVIII]] como um insulto estilístico, já que para os iluministas a arte gótica era bárbara, sendo tipicamente [[Medieval]]. A palavra gótico é em referência aos godos, povo bárbaro-germano.<ref name="ano_criação1">HISTÓRIA DA ARQUITETURA I e II, documento. Dados e informações sobre os géneros arquitetónicos [http://www.fag.edu.br/professores/solange/HAU%20III/Revis%E3oGeral.HAU.IeII.pdf]</ref>
 
Suas características mais proeminentes incluíam o uso da [[abóbada em cruzaria]] e do [[arcobotante]], que permitia que o peso do teto fosse contrabalançado por contrafortes do lado de fora do edifício, dando maior altura e mais espaço para janelas.{{HarvRef|Ducher|1988|p=46}} Outra característica importante foi o uso extensivo de vitrais, e a [[Rosácea (arquitetura)|rosácea]], para trazer luz e cor para o interior.<ref name="livro1">UNIVERSO, enciclopédia (autor não revelado). Editora Delta-Editora Três</ref> Outra característica era o uso de estatuária realista no exterior, particularmente sobre os portais, para ilustrar histórias bíblicas para os paroquianos em grande parte analfabetos. Todas essas tecnologias existiam na [[arquitetura românica]], mas eles foram usados ​​de formas mais inovadoras e mais extensivamente na arquitetura gótica para tornar os edifícios mais altos, mais leves e mais fortes.
 
O primeiro exemplo notável geralmente considerado é a [[Abadia de Saint-Denis]], perto de Paris, cujo coro e fachada foram reconstruídos com traços góticos. O coro foi concluído em 1144. O estilo também apareceu em algumas arquiteturas cívicas do norte da Europa, notadamente em prefeituras e edifícios universitários. Um [[revivalismo gótico]] começou em meados do século XVIII na Inglaterra, espalhou-se pela Europa do século XIX e continuou, em grande parte por estruturas eclesiásticas e universitárias, até o século XX.
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=== O arco ogival e a abóbada em cruzaria ===
{{Artigo principal|[[Arco quebrado|Arco ogival]]|Abóbada em cruzaria}}<gallery mode="packed" widths="270" heights="210">
Ficheiro:Ceiling, Notre Dame, Paris, ZM.JPG|Primeiras abóbadas em cruzaria de seis partes na Notre-Dame de Paris (1182-1190)
Ficheiro:Canterbury Cathedral Choir 2, Kent, UK - Diliff.jpg|Abóbada em cruzaria de seis partes, do coro da Catedral de Canterury (cerca de 1180)
Ficheiro:Notre-Dame de Rouen, Nave 20140521 1.jpg|Sólidas abóbadas em cruzaria de quatro partes, na Catedral de Rouen (séc. XIII)
Ficheiro:Koelner Dom Innenraum.jpg|Nave da Catedral de Colônia (1248-1322)
Ficheiro:Strasbourg Cathedral nave looking east- Diliff.jpg|Nave abobadada da Catedral de Estrasburgo (1277-1318)
Ficheiro:St Vitus Prague September 2016-2.jpg|Abóbada de rede da Catedral de Praga (1356-1386)
Ficheiro:Ely Cathedral Lady Chapel, Cambridgeshire, UK - Diliff.jpg|Abóbadas em cruzaria Flamboyant com nervuras ornamentais na Lady Chapel da Catedral de Ely (iniciado em 1321)
Ficheiro:Peterborough Cathedral Lady Chapel, Cambridgeshire, UK - Diliff.jpg|Abóbada de cruzaria em forma de leque na Catedral de Peterborough (1496-1508)
</gallery>Tanto o arco ogival (também chamado de arco cruzado ou arco quebrado) quanto a abóbada em cruzaria tinham sido usados ​​na [[arquitetura românica]], mas os construtores góticos os refinaram e os usaram com efeito muito maior. Eles fizeram as estruturas mais leves e mais fortes, e assim permitiram as grandes alturas e extensões de vitrais encontrados em catedrais góticas.{{HarvRef|Ducher|1988|p=46}}
 
Na arquitetura românica, os arcos arredondados das abóbadas de barril que sustentavam o telhado pressionavam diretamente as paredes com peso esmagador. Isso exigia colunas maciças, paredes grossas e pequenas janelas, e limitava naturalmente a altura do prédio.<ref name="ed-terra">{{Citar web|url=http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2005/07/14/001.htm|titulo=A arte medieval: o românico e o gótico|acessodata=2018-09-19|obra=educaterra.terra.com.br}}</ref> O arco ogival ou quebrado, introduzido durante o período românico, era mais forte, mais leve e levava o impulso para fora, em vez de diretamente para baixo.{{HarvRef|Ducher|1988|p=46}}
=== Arcos de ogiva ou ogivais ===
[[Imagem:Sieradz, ul. Kolegiacka 11, kościół farny Wszystkich Świętych, 1370, 1580-1585, 1648-1682, XVIII -2.JPG|left|direita|thumb|160px|Colegiada Todos os Santos em [[Sieradz]], Polônia]]
[[Imagem:Amiens cathedral 031.JPG|upright|thumb|Uma das entradas do oeste da [[Catedral de Amiens]], França. Os portais possuem traços ogivais góticos e foram construídos durante meados do {{séc|XIII}}.]]
{{Artigo principal|Arco quebrado}}
 
A abóbada de cruzaria aproveitou a força do arco ogival. A abóbada era sustentada por nervuras finas ou arcos de pedra, que se estendiam para baixo e para fora, para se agruparem em torno de pilares de sustentação ao longo do interior das paredes. As antigas abóbadas em cruzaria, usadas em Notre-Dame, Noyon e Laon, foram divididas pelas nervuras em seis compartimentos e só conseguiram atravessar um espaço limitado. Na construção posterior da catedral, o desenho foi melhorado, e as abóbadas de cruzaria tinham apenas quatro compartimentos e podiam cobrir uma extensão maior; uma única abóbada podia atravessar a nave, e menos pilares eram necessários. A abóbada de quatro partes foi usada em Amiens, Reims e as outras catedrais posteriores e, eventualmente, nas catedrais da Europa.{{HarvRef|Ducher|1988|p=46}}
Os arcos de meia circunferência que haviam sido usados em igrejas e catedrais de [[arquitetura românica]] faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes, obrigando um apoio lateral resistente como pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora tornando, consequentemente, o interior das estruturas eclesiásticas mais escuras e cada vez menos agradável.<ref name="ed-terra">[http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2005/07/14/001.htm EDUCATERRA, site (II). A arte românica; 'Arquitetura escura']</ref>
 
No período posterior do estilo gótico, as abóbadas em cruzaria perderam sua simplicidade elegante, e foram carregadas com reforços adicionais, desenhos esculturais e, às vezes, pingentes e outros elementos puramente decorativos.{{HarvRef|Ducher|1988|p=46}}<ref>{{citar web|url=http://www.uel.br/cce/mat/geometrica/php/pdf/dg_arcos.pdf|titulo=Arcos|data=|acessodata=19 de Setembro de 2018|publicado=|ultimo=BARISON|primeiro=Maria Bernadete|ano=2005}}</ref>
Este arco foi substituído pelos arcos ogivais (também chamados de arcos cruzados e arcos quebrados). Isso dividiu o peso da abóbada central, consequentemente, descarregando-a sobre vários pontos, ao invés de um e também, podendo usar material mais leve para a abóbada ou mesmo para as bases de sustentação. No lugar dos sólidos pilares, foram usados colunas ligeiramente afinadas que passaram a receber o peso da abóbada. Deste modo, as paredes foram perdendo a importância como base de sustentação, passando a serem feitas com materiais frágeis como o [[vidro]]. Passaram a ser usados então, belos vitrais coloridos, dando origem a tão necessitada luminosidade no interior de igrejas e catedrais.<ref name="doc5">[http://www.mat.uel.br/geometrica/php/pdf/dg_arcos.pdf DOCUMENTO, PDF. Os estilos de arco em arquitetura]</ref>
 
=== Abóbadas em cruzariaArcobotantes ===
[[Imagem:Beverley minster 016.JPG|upright|thumb|Abóbada da [[Abadia de Beverley]], [[Inglaterra]]. As abóbadas góticas, assim como os arcos, possuem formato ogival.]]
{{Artigo principal|Abóbada em cruzaria}}
 
As catedrais [[Arquitetura românica|românicas]] possuíam um sistema estrutural baseado em espessas paredes e abóbadas semicirculares localizadas logo abaixo do telhado.
 
Estes sistemas estruturais deveriam ser espessas e com poucas aberturas, pois resistiam à esforços verticais e esforços horizontais, gerados pelo telhado, abóbada e por fortes ventos. Como o estilo arquitetônico gótico seguia as doutrinas religiosas da época, era necessário que as catedrais fossem exuberantemente altas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o início de seus pilares e o cume de suas abóbadas. Durante o auge da arquitetura gótica uma das principais características deste [[estilo arquitetónico|estilo arquitetônico]] foram as abóbadas ogivais, ou seja, com formato pontiagudo.<ref name="geocities">GEOCITIES, site. Documento textual informativo sobre a Arquitetura Gótica [http://br.geocities.com/gothic_sanct2/goticismo_arquitetura.htm]</ref><ref name="umbraum">[http://www.umbraum.com/arquitetura%20got2.htm UMBRAUM, site. Técnicas arquitetónicas sobre a Arquitetura Gótica]</ref>
 
=== Iluminação ===