Pepino, o Breve: diferenças entre revisões

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Assumindo o poder, Pepino e Carlomano, que não haviam sido testados em batalha na defesa de seus domínios como seu pai, instalaram o [[merovíngios|merovíngio]] [[Quilderico III]] como rei, embora Martel tivesse deixado o trono vago desde a morte de [[Teodorico IV]]. Quilderico tinha o título de rei, mas era na realidade um fantoche. Com o passar do tempo, e com seu irmão saindo de cena, Pepino se incomodou com a presença de qualquer poder real que não fosse o seu, ganhando renome por ser duro e extremamente rígido.
 
Na época da retirada de Carlomano, Grifo escapou da prisão e fugiu, buscando o apoio do duque [[Odilão da Bavária|Odilão da Baviera]], que era cunhado de Pepino, casado com sua irmã Quiltruda. Odilo foi forçado por Pepino a reconhecer a soberania franca, mas morreu em seguida (18 de janeiro de 748). Pepino então invadiu a Baviera e instalou [[Tassilão III da Baviera|Tassilão]]
 
Visto que Pepino tinha o controle sobre a nobreza e na verdade detinha o poder do rei, ele decidiu que era o momento de fazer o que seu pai nunca se incomodou em fazer: tornar a autoridade carolíngia real tanto de fato como de direito. Pepino perguntou ao papa [[Papa Zacarias|Zacarias]] quem deveria ser o governante real: aquele que possuísse o título de rei, ou a pessoa que tomasse as decisões como rei. Posto que o papa dependia dos exércitos [[francos]] para sua independência, e havia dependido deles para se proteger dos [[lombardos]] desde os dias de [[Carlos Martel]], e Pepino, assim como seu pai, controlava esses exércitos, a resposta do papa estava determinada antecipadamente.
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==== A Coroação de 754 e a criação dos Estados Pontifícios ====
Ele aumentou o seu poder depois quede o papa [[Papa Estêvão III|Estevão]] viajouviajar até [[Paris]] para ungir Pepino numa cerimônia na [[Basílica de Saint-Denis]], concedendo-lhe o título adicional de ''patricius Romanorum'' ([[patrício]] dos romanos). Como a expectativaesperança de vida era curta naqueles diastempos, e Pepino desejava a continuidade da família, o papa também ungiu os seus filhos, Carlos (depois conhecido como [[Carlos Magno]]) e [[Carlomano I|Carlomano]]. A sua mãe, [[Berta de Laon]], recebeu a bênção do pontífice. O papa, por este ato, faz uma ligação forte, mas contínua entre a unção dos reis do [[Antigo Testamento]], e os reis da nova dinastia. A coroação marca oficialmente o fim da dinastia merovíngia, e o advento da dinastia carolíngia no poder.
 
ACom a confirmação da soberania de Pepino sobre os francos e, conferindo-lhe ele mesmo a unção, o papa também se distanciou do imperador, que reinava em [[Constantinopla]]. A [[Santa Sé]] tevepôs a sua segurança nas mãos dos Francos. Este foi o início de uma longa colaboração, muitas vezes tempestuosa, com os carolíngios e os seus herdeiros distantes do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. Outra consequência desta coroação foi que a legitimidade do rei franco passou a ser considerada divina, já não dependia exclusivamente dos senhores francos, os eleitores do seu rei. Pepino considerou-se doravante rei pela vontade de Deus e o princípio deste reinado de direito divino durou em França continuamente por 1100 anos.
 
A primeira grande ação de Pepino foi entrar em guerra contra o rei lombardo Astolfo, que tinha uma política de expansão para o interior do [[Ducado de Roma]], como uma recompensa parcial pela ajuda papal na sua obtenção da coroa. Vitorioso, ele forçou oso rei lombardo a devolver as propriedades tomadas daà Igreja e confirmou as possessões papais de [[Ravena]] e [[Ducado da Pentápole|Pentápole]], a chamada [[Doação de Pepino]], segundo a qual os [[Estados Pontifícios]] foram fundados.
 
Em 759, ele expulsou os últimos [[sarracenos]] da [[Gália]], com a captura de [[Narbona]] e então consolidou mais ainda seu poder com a reintegração da [[Aquitânia]] ao reino. Com a conquista de Narbona, e com a formal anexação da Aquitânia (cujo estatuto dependia sempre da força de seus suseranos), ele completou o trabalho de seu pai exceto por uma última tarefa: a submissão completa dos [[saxões]]. Ele estava se preparando para a guerra contra eles quando a sua saúde começou a decair, e assim, essa tarefa final foi deixada para seu filho, o grande Carlos Magno.
 
== Legado ==
Pepino morreu em [[Saint-Denis (França)|Saint Denis]] em 768 e foi sepultado na [[Basílica de Saint-Denis|basílica local]] com sua esposa [[Berta de Laon]]. Opiniões históricas parecem frequentemente considerá-lo menos importante que seu pai e seu filho, dois grandes homens, apesar de ter sido um grande homem por seus próprios méritos. Ele continuou o trabalho de formação da cavalaria pesada que seu pai havia começado. Ele manteve o exército permanente que seu pai achava necessário para proteger o reino e que formou o ,constituiu a principal arma dedos seus exércitos nos tempos de guerra. Ele não apenas manteve a política de seu pai de contenção dos [[mouros]], como os expulsou para além dos [[Pirenéus]] com a conquista de [[Narbona]]. Deu continuidade à expansão iniciada por seu pai da igreja franca (missionários trabalharam na [[Alemanha]] e na [[Escandinávia]]) assim como à infraestrutura de fortificação (Castelos), que mais tarde seria um dos alicerces para o ([[feudalismo]]), a espinha dorsal da Europa medieval do período que compreende principalmente entre século XII e o século XV. Seu governo, mesmo não sendo tão grandioso quanto os de seu pai e seu filho, foi historicamente importante e muito benéfico para os francos como um povo. Pode-se obviamente argumentar que a ascensão de Pepino à coroa, assim como o seu título de patrício de [[Roma]], foram precursores da coroação imperial de seu filho que é habitualmente vista como sendo a fundação do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. Ele certamente fez dos carolíngios ''[[de jure]]'' o que seu pai havia feito ''[[de facto]]'' - a dinastia governante dos francos e o poder principal da Europa. Mesmo não sendo conhecido como um grande general, ele jamais foi derrotado em batalha.
 
== Pais ==