Abu Iacube Iúçufe II: diferenças entre revisões

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{{Info/Nobre
|nome = Iúçufe Almostancir
|reinado = {{dtlink|||1213}}-{{dtlink|||1223}}/{{dtlink|||1224}}
|sucessão = [[Califa almóada]]
|predecessor = [[Maomé Nácer]]
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|data de nascimento = {{dni|||1203|si}}
|pai = [[Maomé Nácer]]
|data da morte = {{morte|||1223}} ou 1224
|religião = [[Islamismo]]
}}
'''Iúçufe ibne Abu Abdalá Almostancir''', melhor conhecido como '''Abu Iacube Iúçufe II''' (''Abu Yaqub Yusuf II''),{{sfn|name=Mo170|Monteiro|2015|p=170}} '''Iúçufe Almontacir''' (''Yusuf al‑Mustansir''){{sfn|name=Sa60|Saidi|2010|p=60}} ou '''Iúçufe Almostancir''' {{sfn|Dias|1940|p=279}}{{sfn|Alves|2014|p=571}} ({{langx|ar|يوسف بن الناصر||''Yusuf al-Mustansir''}}) ou '''Iúçufe II''', foi um [[califa almóada]] que reinou entre 1213 e 1223. Era conhecido por '''Miramolim de Marrocos''',{{sfn|Pacheco|2013|p=91}} significando "Pai dos Crentes", um dos títulos conferidos aos sultões e califas muçulmanos. Era filho de [[Maomé Nácer]] {{nwrap|r.|1199|1213}}., Foiseu antecessor, e foi sucedido pelo efêmero [[Abde Aluaide Almaclu]] {{nwrap|r.|1214}}.
 
== Vida ==
 
[[imagem:Tin Mal Mosque4 (js).jpg|thumb|upright=1.05|Mesquita de Tinmel]]
[[imagem:Almohads1200.png|thumb|upright=1.05|[[Califado Almóada]] ca. 1200]]
 
Iúçufe era filho do [[califa almóada|califa]] [[Maomé Nácer]] {{nwrap|r.|1199|1213}} e nasceu em 1203. Em 1213, seu pai morre subitamente, talvez envenenado pelos [[xeique]]s almóadas do Marrocos, e Iúçufe sucede-o apesar de ser menor de idade.{{sfn|name=Be115|Bennison|2016|p=115}} A sua entronização foi acompanhada de condições que limitavam seu poder, notadamente o compromisso de não reter contingentes almóadas por muito tempo em território inimigo e não atrasar o pagamento dos soldos. Consequentemente, os negócios do Estado começaram a ter sensível deterioração.<ref name=Sa60 /> Durante todo seu reinado, Almostancir apenas saía de sua capital [[Marraquexe]] para peregrinar a [[Tinmel]], deixando seu [[vizir]] ibne Jami incumbido de suprimir as cada vez mais frequentes revoltas que eclodiam no [[Magrebe]].{{sfn|Buresi|2012|p=80}} De acordo Segundocom o ''Dhakhira al-Saniyya'', uma fonte hostil aos almóadas, Iúçufe era umuma títeremarionete que, por sua inexperiência, ficou em seu palácio envolto em frivolidades e vinho e deixou o governo sob comando de seus tios e parentes e delegou os assuntos do Estado a seus ministros e xeiques. Eles, continua a fonte, invejavam o poder uns dos outros e lutaram pela supremacia, enfraquecendo o Califado Almóada.<ref name=Be115 /> Os vizires, a seu turno, investiram-se de poderes exorbitantes, usurpando a própria autoridade do Estado.{{sfn|BennisonSaidi|20162010|p=11561}}
 
Já em 1214, foi assinada uma trégua entre almóadas e os cristãos do [[Alandalus]] em decorrência da sucessão na corte de [[Marraquexe]] e por dissensões no seio da nobreza cristã e o mau ciclo de colheitas em seus feudos; a trégua seria renovada em 1221 e duraria até a morte do califa.<ref name=Mo170 /> Apesar do aparecimento, primeiro entre os {{ilc|sanhajas||sanhadja}}, e depois entre os {{ilc|jazulas||djazula}}, de duas personagens que diziam descender dos [[fatímidas]] e [[mádi]]s, seu reinado decorreu sem grandes problemas até 1218, quando surgem os [[Benamerim]] surgem nos arredores de [[Fez]]. Esta calma era, porém, aparente: a ameaça cristã a crescer cada vez mais, os {{ilc|Banu Gania||Banu Ghanyia}} estavam novamente em movimento e os Benamerim, até então mantidos além dos limites saarianos do país, penetravam no coração do extremo Magrebe, inicialmente na região entre [[Taza]] e [[Mequinez]], e depois na zona de Fez.{{sfn|Saidi|2010|p=60-61}} A situação piorou com a morte de Almostancir em 1223{{sfn|name=Sh803|Shatzmiller|1993|p=802-803}} ou 1224{{sfn|Silva|2015|p=10}}{{sfn|Saidi|2010|p=61}} e a sucessão pelo efêmero [[Abde Aluaide Almaclu]].<ref name=Sh803 />
Durante todo seu reinado, Iúçufe apenas saía de sua capital [[Marraquexe]] para peregrinar para [[Tinmel]], com seu vizir ibne Jami ficando encarregado de suprimir as cada vez mais frequentes revoltas que eclodiram no [[Magrebe]].{{sfn|Buresi|2012|p=80}} A situação piorou com a morte de Iúçufe em 1223 e sua sucessão pelo efêmero [[Abde Aluaide Almaclu]].{{sfn|Shatzmiller|1993|p=802-803}}
 
{{Referências|col=23}}
 
== Bibliografia ==
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* {{Citar livro|sobrenome=Dias|nome=Eduardo|título=Árabes e muçulmanos|ano=1940|local=Lisboa|editora=Livraria clássica editora, A. M. Teixeira & c.a.|ref= harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Monteiro|nome=João Gouveia|coautor=Martins, Miguel Gomes; Agostinho, Paulo Jorge|título=Guerra e Poder na Europa Medieval|ano= 2015|editora=Imprensa da Universidade de Coimbra|local=Coimbra|ref=harv}}
 
* {{Citar periódico|sobrenome=Pacheco|nome=Milton Pedro Dias|título=Os proto-mártires de Marrocos da Ordem de São Francisco|ano=2013|numero=15|jornal= Revista Lusófona de Ciência das Religiões|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Saidi|nome=O.|título=História Geral da África IV - África do Século XII ao XVI|capítulo=2 - A unificação do Magreb sob os Almóadas|editora=UNESCO; Universidade de São Carlos|local=Paris; São Carlos|ano=2010|editor=Niane, Djibril Tamsir|ref=harv}}
 
* {{Citar livro|sobrenome=Shatzmiller|nome=M.|título=The Encyclopaedia of Islam Vol. VII Mif-Naz|ano=1993|local=Leida e Nova Iorque|editora=Brill|editor= Bosworth, C. E.; Donzel, E. van; Heinrichs, W.P.; Pellat, Ch.|capítulo=al-Muwaḥḥidūn|ref=harv}}
 
* {{Citar periódico|sobrenome=Silva|nome=Acauã Alves Galvão da|ano=2015|título=As Relações Políticas entre os Mouros da Espanha e Norte da África no período de dominação Islâmica na Península Ibérica Medieval|jornal=IRECHEBH|número=5|ref=harv}}
 
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