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Segundo o [[jurista]] italiano [[Norberto Bobbio]], a palavra foi utilizada pela primeira vez, com o seu sentido contemporâneo, no livro ''[[A Arte da Guerra]]'', pelo general estrategista [[Sun Tzu]], e posteriormente no livro denominado [[O Príncipe]], do diplomata e militar [[Nicolau Maquiavel]]. Desse modo, o Estado representa a forma máxima de organização humana, somente transcendendo, a ele, a concepção de "[[comunidade internacional]]".
 
Estado não se confunde com [[governo]]. O Estado é organizado [[política]], [[Sociedade|social]] e [[Direito|juridicamente]], ocupando um [[território]] definido onde, normalmente, a [[lei]] máxima é uma [[constituição]] [[escrita]]. É dirigido por um [[governo]] que possui [[soberania]] reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado [[soberano]] é sintetizado pela máxima "Um governo, um [[povo]], um território". O Estado é responsável pela organização e pelo [[controle social]], pois detém, segundo [[Max Weber]], o monopólio da violência legítima ([[coerção]], especialmente a legal). Segundo a divisão setorial sociológica mais comum, considera-se o Estado o [[Primeiro setor|Primeiro Setor]], ficando o [[Mercado]] e as Entidades da [[Sociedade Civil]] respectivamente como [[Segundo Setor|Segundo]] e [[Terceiro setor|Terceiro Setores]].<ref>FERNANDES, R. C. ''Privado, porém público: O terceiro setor na América Latina''. 3ª edição. Rio de Janeiro. Relume-Dumará. 2002.</ref> O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo, ao primeiro, firmar [[Tratado|acordos internacionais]], é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do [[monopólio]] do uso da [[violência]].
 
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus [[homônimos]]. Há, entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em ''[[cidadania]]'' ou ''[[civil]]''. Não com o objetivo de ferir a definição tradicional de Estado, mas a fim de equiparar a grafia a outros termos não menos importantes. O conceito parece ter origem nas antigas [[Cidade-Estado|cidades-estados]] que se desenvolveram na [[antiguidade]] em várias regiões do mundo, como a [[Suméria]], a [[América Central]] e no [[Extremo Oriente]]. Em muitos casos, estas cidades-estados foram, a certa altura da [[história]], colocadas sob a tutela do governo de um [[monarquia|reino]] ou [[imperador|império]], seja por interesses económicoseconômicos mútuos, seja por dominação pela força. O Estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um [[supranacionalismo]], na forma de [[Organização regional|organizações regionais]], como é o caso da [[União Europeia]].
 
== Definições sobre o Estado ==
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* [[Nação]] - denota um povo que acredita que partilha os "mesmos ideais", origens e história. No entanto, os [[adjetivo]]s ''nacional'' e ''internacional'' também se referem a questões relacionadas a Estado em sentido estrito, como em "capital nacional", ou "direito internacional".
* Estado - refere-se ao conjunto de instituições de apoio que regulam e que têm [[soberania]] ao longo de um território definido e desobre uma [[população]].
 
=== Teorias contratualistas ===
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== A evolução histórica do Estado ==
As primeiras formas do Estado surgiram quando se tornou possível [[Centralização|centralizar]] o [[poder]] em uma forma duradoura através da monopolização da violência. A [[agricultura]] e a [[escrita]] são, quase sempre, associadas a este processo. O processo agrícola também permitiu a produção e armazenamento de um [[Excedente econômico|excedente]]. Este, por sua vez, permitido e incentivado pelo surgimento de uma classe de pessoas que controlava e protegia os [[Armazém|armazéns]] agrícolas e, portanto, não tinha que gastar a maior parte do seu tempo com sua própria subsistência. Além disso, a [[escrita]] (ou o equivalente, como os [[quipo]]s [[Império Inca|inca]]s) possibilitaram a centralização de informações vitais.<ref name="Giddens">Giddens, Anthony. 1987. [http://books.google.com/books?vid=ISBN0520060393&id=wJu1Z4cTdsIC&pg=PA121&lpg=PA121&dq=Giddens+Contemporary+Critique+of+Historical+Materialism+the+Nation+State+and+Violence&sig=OwPRjSxlp6Hng4YHp74wHYWSaGQ#PPP1,M1A Contemporary Critique of Historical Materialism. 3 vols. Vol. II: The Nation-State and Violence]. Cambridge: Polity Press. [http://books.google.com/books?vid=ISBN0520060393&id=wJu1Z4cTdsIC&pg=PA121&lpg=PA121&dq=Giddens+Contemporary+Critique+of+Historical+Materialism+the+Nation+State+and+Violence&sig=OwPRjSxlp6Hng4YHp74wHYWSaGQ#PPP1,M1 ISBN 0-520-06039-3]. See [http://books.google.com/books?vid=ISBN0520060393&id=wJu1Z4cTdsIC&pg=PA121&lpg=PA121&dq=Giddens+Contemporary+Critique+of+Historical+Materialism+the+Nation+State+and+Violence&sig=OwPRjSxlp6Hng4YHp74wHYWSaGQ#PPP7,M1 chapter 2].</ref>
 
Alguns [[filósofo]]s acreditam que a origem do Estado reside, em última instância, na cultura tribal primitiva humana, que possuía o "[[macho alfa]]" e que eram baseadas na coação dos fracos pelo forte. No entanto, [[antropólogo]]s salientam que as tribos primitivas humanas eram niveladas e notáveis pela falta de autoridade centralizada, e que sociedades altamente [[Estratificação social|estratificadas]] - ou seja, os estados - constituem uma relativamente recente ruptura no curso da história humana.<ref>Boehm, Christopher. 1999. [http://www.google.co.nz/books?id=ljxS8gUlgqgC|Hierarchy in the Forest]. Cambridge: Harvard University Press. [http://www.google.co.nz/books?id=ljxS8gUlgqgC|ISBN 0-674-00691-7].</ref>
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É neste período que o termo "Estado" é introduzido no discurso político, com mais ou menos o seu significado actual. Embora [[Nicolau Maquiavel]], em ''[[O Príncipe]]'', publicado em 1532, seja muitas vezes creditado com a primeira utilização do termo no sentido de se referir a um governo soberano territorial moderno, ainda não é neste período que os filósofos ingleses [[Thomas Hobbes]] e [[John Locke]] e do filósofo francês [[Jean Bodin]] que o conceito na sua acepção corrente está totalmente desenvolvido.
 
Hoje, alguns consideram que a maioria dos estados ocidentais se encaixam na influente definição do Estado de [[Max Weber]]. Segundo Weber, o Estado moderno monopoliza os meios de legítima violência física, ao longo de um território bem definido. Além disso, a legitimidade deste monopólio em si é de um tipo muito especial, a "autoridade racional-legal" com base em regras impessoais que restringe o poder do Estado nas elites.
 
No entanto, em algumas outras partes do mundo, os termos de Weber não se encaixam bem como na definição. Eles podem não ter um completo monopólio sobre os meios legítimos de violência física, ao longo de um território definido, nem a sua legitimidade não pode ser adequadamente descrita como racional-legal. Mas eles ainda são reconhecidamente distintos dos Estados feudais e absolutistas no âmbito das suas [[burocracia|burocratizações]] e a sua dependência em relação ao [[nacionalismo]] como um princípio de legitimação.