Rito de passagem: diferenças entre revisões

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Ritos de passagem são aqueles que marcam momentos importantes na vida das pessoas. Os mais comuns são os ligados a nascimentos, mortes, casamentos e formaturas. Em nossa sociedade, os ritos ligados a nascimentos, mortes e casamentos são praticamente monopolizados pelas religiões. Já as formaturas não costumam ser, em si, religiosas, mas frequentemente têm importantes momentos religiosos.
O termo foi popularizado pelo [[antropólogo]] [[Alemanha|alemão]] [[Arnold van Gennep]] no início do século XX. Outras teorias foram desenvolvidas por [[Mary Douglas]] e [[Victor Turner]] na década de 1960.
 
'''ANTROPOLOGIA (RITOS DE ENTRADA NA VIDA ADULTA)'''
A antropologia (do grego ἄνθρωπος, anthropos, "homem"; e λόγος, logos, "razão", "pensamento", "discurso", "estudo") é a ciência que tem como objecto o estudo sobre o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.[1]
 
A divisão clássica da antropologia distingue a antropologia cultural da antropologia física (ou biológica), já a divisão norte-americana, conhecida como Four Fields ("quatro campos"), divide a antropologia em arqueologia, linguística, antropologia física e antropologia cultural.[2] Cada uma destas, em sua construção, abrigou diversas correntes de pensamento.
 
Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características físicas do homem. Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a antropométrica, ciência que trata das mensurações das propriedades físicas do ser humano.
 
==Ritos de entrada na vida adulta==
[[Ficheiro:Statuette Karajà MHNT.ETH.2011.17.30.jpg |thumb|estatueta Karajà : iniciação de um jovem]]
 
Em todas as sociedades primitivas, determinados momentos na vida de seus membros eram marcados por [[cerimóniacerimônia]]s especiais, conhecidas como [[rito]]s de [[iniciação]] ou de passagem. Essas cerimóniascerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representava igualmente a sua progressiva aceitação e participação na [[sociedade]] na qual estava inserido, tendo, portanto tanto o cunho individual quanto o colectivocoletivo.
 
Geralmente, a primeira dessas cerimóniascerimônias era praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao [[nascimento]]. Nesse rito, o [[recém-nascido]] era apresentado aos seus antecedentes directosdiretos, e era reconhecido como sendo parte da [[linhagem ancestral]]. Seu [[nome]], previamente escolhido, era então pronunciado para ele pela primeira vez, de forma [[solene]]. Alguns anos mais tarde, ao atingir a [[puberdade]], o jovem passava por outra [[cerimóniacerimônia]].
 
Para as mulheres, isso se dava geralmente no momento da primeira [[menstruação]], marcando o fato que, entrando no seu [[período fértil]], estava apta a preparar-se para o [[casamento]].
 
Para os rapazes, essa [[cerimóniacerimônia]] geralmente se dava no momento em que ele fazia a [[caça]] e o abate do primeiro [[animal]]. Ligadas, portanto, ao derramamento de [[sangue]], essas cerimóniascerimônias significavam a integração daquela pessoa como membro produtivo da [[tribo]]: ao derramar sangue para a preservação da comunidade (pela [[procriação]] ou pela [[alimentação]]), ela estava simbolicamente misturando o seu próprio sangue ao sangue do seu [[clã]].
 
Variadas cerimónias marcavam, ainda, a [[idade adulta]]. Entre os nativos [[norte-americanos]], algumas tribos praticavam um rito onde a pele do peito dos jovens guerreiros era trespassada por especto e repuxada por cordas. A dor e o sangue derramado eram, dessa forma, considerados como uma retribuição à [[Terra]] das dádivas que a tribo recebera até ali. Outras cerimónias seguiam-se, ao longo da vida. O [[casamento]] era uma delas, e os [[ritual fúnebre|ritos fúnebres]] eram considerados como a última transição, aquela que propiciava a entrada no [[reino dos mortos]] e garantia o retorno futuro ao mundo dos vivos.
 
Variadas cerimóniascerimônias marcavam, ainda, a [[idade adulta]]. Entre os nativos [[norte-americanos]], algumas tribos praticavam um rito onde a pele do peito dos jovens guerreiros era trespassada por espectoespetos e repuxada por cordas. A dor e o sangue derramado eram, dessa forma, considerados como uma retribuição à [[Terra]] das dádivas que a tribo recebera até ali. Outras cerimóniascerimônias seguiam-se, ao longo da vida. O [[casamento]] era uma delas, e os [[ritual fúnebre|ritos fúnebres]] eram considerados como a última transição, aquela que propiciava a entrada no [[reino dos mortos]] e garantia o retorno futuro ao mundo dos vivos.
Todas essas [[cerimónia]]s, no entanto, marcavam pontos de desprendimento. Velhas atitudes eram abandonadas e novas deviam ser aceitas. A convivência com algumas pessoas devia ser deixada para trás e novas pessoas passavam a constituir o grupo de relacionamento directo. Muitas vezes, a cada uma dessas cerimónias, a pessoa trocava de [[nome]], representando que aquela [[identidade]] que assumira até então, não mais existia - ela era uma nova pessoa.
 
Todas essas [[cerimóniacerimônia]]s, no entanto, marcavam pontos de desprendimento. Velhas atitudes eram abandonadas e novas deviam ser aceitas. A convivência com algumas pessoas devia ser deixada para trás e novas pessoas passavam a constituir o grupo de relacionamento directodireto. Muitas vezes, a cada uma dessas cerimóniascerimônias, a pessoa trocava de [[nome]], representando que aquela [[identidade]] que assumira até então, não mais existia - ela era uma nova pessoa.
Nos tempos actuais e nas sociedades modernas, muitos desses ritos subsistiram embora muitos deles esvaziados do seu conteúdo simbólico. [[Baptismo]] e [[festa de aniversário|festas de aniversário]] de 15 anos, por exemplo, são resquícios desse tipo de cerimonia, que hoje representam muito mais um [[compromisso social]] do que a marcação do início de uma nova fase na vida do indivíduo. No entanto, a troca do [[símbolo]] pela ostentação pura e simples, acaba criando a desestruturação do padrão social.
 
Nos tempos actuaisatuais e nas sociedades modernas, muitos desses ritos subsistiram embora muitos deles esvaziados do seu conteúdo simbólico. [[BaptismoBatismo]] e [[festa de aniversário|festas de aniversário]] de 15 anos, por exemplo, são resquícios desse tipo de cerimoniacerimônia, que hoje representam muito mais um [[compromisso social]] do que a marcação do início de uma nova fase na vida do indivíduo. No entanto, a troca do [[símbolo]] pela ostentação pura e simples, acaba criando a desestruturação do padrão social.
Tomando o [[baptizado cristão]] como exemplo, poder-se-ia perguntar quantas pessoas que baptizam os seus filhos são, realmente, [[cristã]]s. Quantas pretendem realmente cumprir a promessa solene, feita em frente ao seu [[sacerdote]], de manter a criança na [[fé]] dos seus [[antepassado]]s? Obviamente, nas sociedades primitivas, tais promessas eram obrigações indiscutíveis e [[sagrado|sagrada]]s. Rompê-las era colocar em risco a própria sobrevivência da tribo como unidade coerente, o que não era, ao menos, cogitável.
 
Tomando o [[baptizadobatizado cristão]] como exemplo, poder-se-ia perguntar quantas pessoas que baptizambatizam os seus filhos são, realmente, [[cristã]]s. Quantas pretendem realmente cumprir a promessa solene, feita em frente ao seu [[sacerdote]], de manter a criança na [[fé]] dos seus [[antepassado]]s? Obviamente, nas sociedades primitivas, tais promessas eram obrigações indiscutíveis e [[sagrado|sagrada]]s. Rompê-las era colocar em risco a própria sobrevivência da tribo como unidade coerente, o que não era, ao menos, cogitável.
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== A Iniciação dos Xamãs e Heróis ==