Família: diferenças entre revisões

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Removidas frases P.O.V e sem fontes e uma descrição que não pode estar na base do conceito da família; também um parágrafo cancelado sobre a opinião pessoal de um autor com afirmações discutíveis, não amplamente compartilhada e em alguns aspectos meramente patológicos com respeito às motivações que podem ser compartilhadas para a formação da família. Por outro lado, os princípios universais subjacentes à família que vem da Igreja Católica foram lembrados. (outras correções menor)
Etiqueta: Remoção considerável de conteúdo
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Família substituta é aquela nascida dos institutos jurídicos da [[guarda]], [[tutela]] e [[adoção]]. É uma situação excepcional, podendo ser a adoção, que é definitiva ou guarda e tutela que são transitórias.<ref>DIAS, Wagner Inácio Freitas. Estatuto da Criança e do Adolescente. In: Flávia Cristina (org.). Exame da OAB. Salvador: JusPODIVM, 2013, página 357</ref>
 
No interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, formados pela [[geração]], [[sexo]], interesse e função, havendo diferentes níveis de [[poder]], e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros. A família como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos [[parâmetro]]s [[cultura]]is, mas possuindo as mesmas raízes universais (MINUCHIN,1990).
 
A Igreja Católica indica em detalhe os princípios morals universais da família e, em particular, explica que: "Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os seus filhos uma família. Esta disposição precede todo e qualquer reconhecimento por parte da autoridade pública e impõe-se a ela. Deverá ser considerada como a referência normal, em função da qual serão apreciadas as diversas formas de parentesco. Ao criar o homem e a mulher, Deus instituiu a família humana e dotou-a da sua constituição fundamental. Os seus membros são pessoas iguais em dignidade. Para o bem comum dos seus membros e da sociedade, a família implica uma diversidade de responsabilidades, de direitos de deveres". E também: " La familia es la célula original de la vida social. Es la sociedad natural en que el hombre y la mujer son llamados al don de sí en el amor y en el don de la vida".<ref>http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s2cap2_2196-2557_po.html</ref>. "Las palabras del consentimiento matrimonial definen lo que constituye el bien común de la pareja y de la familia. Ante todo, el bien común de los esposos, que es el amor, la fidelidad, la honra, la duración de su unión hasta la muerte: «todos los días de mi vida». El bien de ambos, que lo es de cada uno, deberá ser también el bien de los hijos. El bien común, por su naturaleza, a la vez que une a las personas, asegura el verdadero bien de cada una. Si la Iglesia, como por otra parte el Estado, recibe el consentimiento de los esposos, expresado con las palabras anteriormente citadas, lo hace porque está «escrito en sus corazones»" (cf. Rm 2, 15).<ref> http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/es/letters/1994/documents/hf_jp-ii_let_02021994_families.html</ref>
[[File:Familia Lalli.jpg|thumb|left|Uma família brasileira]]
 
== Estruturas familiares ==
[[Alberto Eiguer]], psicanalista [[frança|francês]], em seus livros “Um Divã para a Família” e "O Parentesco Fantasmático" estabelece alguns “organizadores” que orientam a escolha de parceiro. Para ele, os casamentos e, por extensão, a família, se estruturam por mecanismos inconscientes ligados às primeiras experiências de vinculação.
 
Para Eiguer, são três organizadores: 1) Escolha de objeto; 2) as vivências do "eu familiar" e "sentimentos de pertença"; 3) o romance familiar, vivido na primeira infância, representando uma imagem idealizada dos pais.
 
As afirmações de Alberto Eiguer se basearam em pesquisas feitas durante anos, na [[França]], com casais que procuraram [[terapia]]. As bases teóricas se fundamentam na [[teoria]] psicanalítica do [[Complexo de Édipo]] e sua resolução – teoria esta colocada em cheque por inúmeros autores. Afinal, [[Freud]] viveu na [[Era vitoriana|época vitoriana]] e tinha, por modelo, a família estruturada pelo pai, mãe e filhos. Esse tipo de família, por incrível que pareça, somente foi definido por Littré, em [[1869]] (há menos de duzentos anos).
Quanto ao primeiro item - "escolha de objeto" - haveria três modelos:
[[Ficheiro:La familia de Felipe V (Van Loo).jpg|miniaturadaimagem|300x300px|A família de [[Filipe V de Espanha]]<p><small title="Charles-André van Loo">Por [[Charles-André van Loo]], 1743</small></p>
]]
# Escolha objetal anaclítica, ou assimétrica: o [[homem]] ou a [[mulher]] buscam um parceiro que lhes forneça amparo e apoio (mãe ou [[pai]] da [[infância]]). É uma escolha alimentada pela [[Eros (psicanálise)|pulsão de conservação]] e visa, antes de tudo, a dominar a angústia de perda das figuras parentais. Haveria uma identificação mútua na perda e cada um idealiza o outro. De alguma forma, o casal se julga sabedor de como um deve sanar a falta do outro. Dois caminhos se oferecem:
a) defensivo: quando o homem escolhe uma mulher que é o oposto ao pai e vice-versa;
b) regressivo: quando se identifica, no parceiro, um sucedâneo da figura parental de identificação.
 
2. Escolha objetal [[Narcisismo|narcisista]], ou [[Simetria|simétrica]]: neste caso, a pessoa se liga a um parceiro que se assemelha:
a) ao que se é;
b) ao que se foi;
c) ao que gostaria de ser;
d) ao que possui uma parte do que se foi.
 
O vínculo se estabelece a partir de uma ideia de poder, orgulho, [[onipotência]] e ambição. Por exemplo: o parceiro seria alguém que seja difícil, a fim de se comparar com ele em força e em capacidade manipuladora. Há um jogo [[Sadomasoquismo|sadomasoquista]] na relação. Exemplo: uma pessoa, muito fechada, [[Timidez|tímida]] e insegura se sente atraída pelo parceiro arrogante e sociável. É provável que uma das partes acabe desprezando a outra.
 
3. Escolha objetal [[Complexo de Édipo|edípica]], ou dissimétrica: trata-se de uma escolha regida pela identificação madura e adulta ao pai do mesmo sexo.
 
Alguns exemplos:
a) um rapaz se casa com uma mulher que, de alguma forma, representa a mãe dele;
b) casais que procuram o significado de sua relação amorosa, de interação homem-mulher, baseados nas vivências satisfatórias em suas famílias de origem.
 
As afirmações de Alberto Eiguer se basearam em pesquisas feitas durante anos, na [[França]], com casais que procuraram [[terapia]]. As bases teóricas se fundamentam na [[teoria]] psicanalítica do [[Complexo de Édipo]] e sua resolução – teoria esta colocada em cheque por inúmeros autores. Afinal, [[Freud]] viveu na [[Era vitoriana|época vitoriana]] e tinha, por modelo, a família estruturada pelo pai, mãe e filhos. Esse tipo de família, por incrível que pareça, somente foi definido por Littré, em [[1869]] (há menos de duzentos anos).
 
[[File:Familia Lalli.jpg|thumb|left|Uma família brasileira]]
 
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== Estruturas familiares ==
 
A família assume uma estrutura característica. Por estrutura, entende-se, "uma forma de organização ou disposição de um número de componentes que se inter-relacionam de maneira específica e recorrente" (WHALEY e WONG, 1989; p.&nbsp;21). Deste modo, a estrutura familiar compõe-se de um conjunto de indivíduos com condições e em posições, socialmente reconhecidas, e com uma interacção regular e recorrente, também ela socialmente aprovada. A família pode, então, assumir uma estrutura ''[[família nuclear|nuclear]]'' ou ''[[casamento|conjugal]]'', que consiste em duas pessoas adultas (tradicionalmente uma mulher e um homem, mas não necessariamente) e nos seus filhos, biológicos ou adotados, habitando num ambiente familiar comum. A estrutura nuclear tem uma grande capacidade de adaptação, reformulando a sua constituição, quando necessário.
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A ''família ampliada'', alargada'' ou ''extensa'' (também dita ''consanguínea'') é uma estrutura mais ampla, que consiste na família nuclear, mais os parentes directos ou colaterais, existindo uma extensão das relações entre pais e filhos para avós, pais e netos, tios e sobrinhos.
 
Para além destas estruturas, existem também as por vezes denominadas de [[Família alternativa|famílias alternativas]], estando entre estas as famílias ''comunitárias'' e as ''[[famílias arco-íris]]'', constituídas por pessoas [[LGBT]] ([[lésbica]]s, [[gay]]s, [[bissexual|bissexuais]] ou transgêneros) e os seus filhos.
 
As [[Família comunitária|famílias comunitárias]], ao contrário dos sistemas familiares tradicionais, onde a total responsabilidade pela criação e educação das crianças se cinge aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos.