Nióbio: diferenças entre revisões
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{{Elemento/Nióbio}}
O '''nióbio''' é um [[elemento químico]], de [[símbolo químico|símbolo]] ''Nb'', [[número atômico]] 41 (41 [[próton]]s e 41 [[elétron]]s) e [[massa atómica|massa atômica]] 92,9 [[unidade de massa atómica|u]]. É um elemento de [[metal de transição|transição]] pertencente ao [[Grupo da Tabela Periódica|grupo 5 ou 5B]] da [[Tabela Periódica|classificação periódica dos elementos]]. O nome deriva da deusa grega [[Níobe]], filha de [[Dione]] e [[Tântalo]] — este último, por sua vez,
O nióbio tem propriedades físicas e químicas similares ao do elemento químico [[Tântalo (elemento químico)|tântalo]] e
As primeiras aplicações comerciais deste elemento datam de começos do século XX. Existem poucas minas de nióbio com viabilidade econômica. O [[Brasil]] é historicamente o primeiro produtor mundial de nióbio e [[ferronióbio]] (uma liga de nióbio e ferro) e é responsável por 75% da produção mundial do elemento.<ref>{{citar web|url= http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/monopolio-brasileiro-do-niobio-gera-cobica-mundial-controversia-e-mitos.html?fb_action_ids=437803089642924&fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%22437803089642924%22%3A594292470582777%7D&action_type_map=%7B%22437803089642924%22%3A%22og.recommends%22%7D&action_ref_map=%5B%5D|título='Monopólio' brasileiro do nióbio gera cobiça mundial, controvérsia e mitos |acessodata= 14 de setembro de 2014|data=09/04/2013|publicado=Globo}}</ref><ref>{{citar web|url= http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=metais-mais-raros-terra-lista-risco&id=010125110915|título=Metais mais raros da Terra entram para "lista de risco" |acessodata= 14 de setembro de 2014|data=15/09/2011 |obra=Meio ambiente|publicado=Inovação Tecnológica}}</ref>
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É muito utilizado nas [[Liga metálica|ligas metálicas]], em especial na produção de [[aço]]s especiais utilizados em tubos de [[gasodutos]]. Embora estas ligas contenham no máximo 0,1 % de nióbio, esta pequena porcentagem confere uma grande resistência mecânica ao aço.
A estabilidade térmica das superligas que contêm nióbio é importante para a produção de motores de aeroplanos, na [[propulsão de foguete]]s e em vários materiais [[supercondutores]]. As ligas supercondutoras do tipo II, também contendo [[titânio]] e [[estanho]], são geralmente usadas nos [[ímã]]s supercondutores usados na obtenção das [[imagem por ressonância magnética|imagens por ressonância magnética]]. Outras aplicações incluem a soldagem, a indústria nuclear, a eletrônica, a óptica, a numismática e a produção de [[joia]]s. Nestas duas últimas aplicações
== História ==
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| caption2 = Fotografia de uma escultura helenística representando [[Níobe]] por [[Giorgio Sommer]].
}}
As diferenças entre o tântalo e o nióbio foram confirmadas em 1864 por [[Christian Wilhelm Blomstrand]],<ref name="Ilmen" /> [[Henri Etienne Sainte-Claire Deville]], e [[Louis Joseph Troost|Louis J. Troost]], que determinaram as fórmulas de alguns dos compostos em 1865<ref name="Ilmen">{{citar periódico|título= Tantalsäure, Niobsäure, (Ilmensäure) und Titansäure|periódico= Fresenius' Journal of Analytical Chemistry|volume = 5|número= 1|ano= 1866|doi = 10.1007/BF01302537|páginas= 384–389|autor = Marignac, Blomstrand, H. Deville, L. Troost und R. Hermann}}</ref><ref name="Gupta" /> e, finalmente, pelo químico suíço [[Jean Charles Galissard de Marignac]]<ref>{{citar periódico|periódico= [[Annales de chimie et de physique]]|título= Recherches sur les combinaisons du niobium|páginas= 7–75|autorlink = Jean Charles Galissard de Marignac|língua=Francês|primeiro = M. C.|último = Marignac|url = http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k34818t/f4.table|ano= 1866|volume = 4|número= 8}}</ref>
De Marignac foi pioneiro na redução de nióbio, com o aquecimento do cloreto de nióbio em atmosfera modificada de [[hidrogênio]] em 1864.<ref name="nauti">{{Citar web|url = http://nautilus.fis.uc.pt/st2.5/scenes-e/elem/e04100.html|título = Niobium|publicado = Universidade de Coimbra|acessodata = 05/09/2008}}</ref> Embora
=== Desenvolvimento etimológico do elemento ===
O ''Colúmbio'' (símbolo ''Cb''<ref>{{citar periódico|título= Reaction of Tantalum, Columbium and Vanadium with Iodine|primeiro = F.|último = Kòrösy|periódico= Journal of the American Chemical Society|ano= 1939|volume = 61|número= 4|páginas= 838–843|doi = 10.1021/ja01873a018}}</ref>) foi o primeiro nome
(IUPAC) após um século de controvérsia, muitas sociedades químicas , organizações governamentais,
== Produção de nióbio no Brasil ==
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===Controvérsias===
A discussão sobre a subfaturamento sob os [[royalties]] e o valor de mercado, além da ausência do controle do preço do nióbio, já é comentado nas instâncias políticas desde 2005, quando [[Marcos Valério]] afirmou na [[CPI dos Correios]],
Em 2010, vazou um documento pela [[Wikileaks]] que, incluía as minas e [[jazida]]s de nióbio no [[Brasil]] como recursos e infraestrutura estratégicos e imprescindíveis aos [[Estados Unidos]].<ref>Darlan Alvarenga; '''Monopólio' brasileiro do nióbio gera cobiça mundial, controvérsia e mitos'' ;Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/monopolio-brasileiro-do-niobio-gera-cobica-mundial-controversia-e-mitos.html\></ref> A CPRM ([[Serviço Geológico do Brasil]]), defendeu a política dos preços utilizados na venda do nióbio, indicando como exemplo a [[China]], que perdeu mercado desta [[commodity]] quando reduziu a oferta de terras-raras e elevou os preços, o mercado da mineração iniciou a investir em novos cinquenta projetos, do qual o [[Brasil]] tomasse a mesma atitude, também
Além disso, Elmer Salomão, Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral - ASPM comentou a respeito das denúncias:
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::''Nosso nióbio tem um preço “praticamente imbatível" e se ele for elevado outras jazidas no mundo todo entrarão em produção. (Lembrando da China quando ela decidiu reduzir a oferta e aumentou o preço das terras-raras, acarretando no surgimento de 50 novos projetos de produção desses bens minerais.)''
E, advertiu:
::'' O setor mineral tem contribuído para os investimentos no país e para o superávit da balança comercial, e não deve ser utilizado como combustível ideológico para políticas intervencionistas. ''<ref>Pércio de Moraes Branco, ''Nióbio Brasileiro'', Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2616&sid=129> , acessado no dia 03 de novembro de 2014.</ref>
E, defendeu:
:: '' Se o Brasil não está aproveitando hoje suas riquezas minerais como deveria é porque não tem uma política industrial nesse sentido. O que não podemos fazer é guardar toneladas de minério sem saber se no futuro isso será tecnologicamente utilizado ou não. Somos obrigados a aproveitar os nossos recursos minerais justamente devido à revolução tecnológica. A idade da pedra não acabou por causa da pedra, mas porque a pedra foi substituída por outra coisa. ''<ref>´Monopólio´ brasileiro do nióbio gera cobiça mundial, controvérsia e mitos; Autor desconhecido; Disponível em: < http://www.crea-pi.org.br/noticias/ler/1261 ></ref>
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===Pesquisas===
Algumas universidades brasileiras, como a [[USP]], [[UNESP]] e da [[UFRJ]], pesquisam sobre as características do nióbio, a fim de desenvolver tecnologias no setor de supercondutores, na geração e transmissão de energia elétrica, no sistema de transporte e na
O ''Projeto Nióbio'' no Departamento de Engenharia de Materiais - DEMAR da Escola de Engenharia de Lorena - EEL da Universidade de São Paulo - USP Lorena em 1975-1976 sob comando do Dr. José Walter Bautista Vidal, secretário de tecnologia industrial do então Ministério da Indústria e do Comércio do Brasil. Atualmente, os institutos de física e de materiais pesquisam sobre o nióbio.<ref>Disponível em: <http://www.demar.eel.usp.br/historico_pesquisa.html></ref>
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|}
O metal tem uma baixa captação de nêutrons térmicos <ref>{{citar periódico|título= Columbium Alloys Today|último = Jahnke|primeiro = L.P.|coautor= Frank, R.G.; Redden, T.K.|ano= 1960|periódico= Metal Progr.|volume = 77|número= 6|páginas= 69–74|osti = 4183692}}</ref> e,consequentemente,
=== Isótopos ===
O nióbio na natureza existente é composto de um [[isótopo]] estável, o <sup>93</sup>Nb.<ref name="NUBASE">{{citar periódico|primeiro = Audi|último = Georges|título= The NUBASE Evaluation of Nuclear and Decay Properties|periódico= Nuclear Physics A| volume = 729|páginas= 3–128|publicado= Atomic Mass Data Center|ano= 2003| doi=10.1016/j.nuclphysa.2003.11.001| bibcode=2003NuPhA.729....3A|último2 = Bersillon|primeiro2 = O.|último3 = Blachot|primeiro3 = J.|último4 = Wapstra|primeiro4 = A.H.}}</ref> Em 2003, pelo menos 32 radioisótopos também foram sintetizados,
Pelo menos 25 [[isomeria nuclear|isômeros nucleares]] tenham sido descritos, baldeando-se a massa atômica entre 84 até 104. Com esta ordem, somente os isótopos <sup>96</sup>Nb, <sup>101</sup>Nb e <sup>103</sup>Nb não são classificados como isômeros. Entre eles, o isômero mais estável é o <sup>84m</sup>Nb com meia-vida de 16 anos e 47 dias, enquanto, a menos estável tem meia-vida de 103 ns. Todos os isômeros de nióbio decaem pela transição isomérica ou pelas partículas beta, exceto <sup>92m1</sup>Nb, que tem um elétron menor capturado pela cadeia de desintegração.<ref name="NUBASE" />
=== Ocorrência ===
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{{VT|Categoria:Minerais de nióbio}}
Estima-se que o nióbio seja o 33° elemento mais abundante da Terra, com concentração de 20 [[partes por milhão|ppm]].<ref>{{citar livro|título= Nature's Building Blocks: An A-Z Guide to the Elements|último = Emsley|primeiro =John|publicado= Oxford University Press|ano= 2001|local= Oxford, England, UK|isbn = 0-19-850340-7|capítulo= Niobium|páginas= 283–286}}</ref> Alguns pensam que a abundância do nióbio no planeta é muito maior, porém não é possível encontrar mais fontes dos elementos porque
Os dois maiores depósitos de pirocloro foram descobertos em 1950
Novas minas de nióbio podem ser extraídas nos próximos anos. Segundo estudos geológicos, foram descobertos potenciais depósitos de extração viável nas regiões de [[Elk Creek, Nebraska]] e de [[Rondônia]].<ref>{{Citar web|url=http://journalstar.com/news/state-and-regional/nebraska/area-residents-dig-the-prospect-of-niobium-mine/article_bfe14646-b161-5295-8b4d-f382beabb7db.html|título=Area residents dig the prospect of niobium mine|publicado=JornalStar|data=11 de julho de 2014|acessodata=7 de janeiro de 2015}}</ref>
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=== Químicas ===
O metal tem uma coloração azulada quando exposto ao ar em temperatura ambiente por um longo tempo.<ref name="Rubber">{{citar livro|título= CRC Handbook of Chemistry and Physics|primeiro = David R.|último = Lide|publicado= CRC Press|ano= 2004 |isbn = 978-0-8493-0485-9|páginas= '''4'''–21|edição= 85|capítulo= The Elements}}</ref> Apesar de ter um alto ponto de fusão
O nióbio é ligeiramente menos eletropositivo e mais denso do que o seu predecessor da tabela periódica, [[zircônio]], sendo-o virtualmente idêntico com os átomos de tântalo, devido à [[contração dos lantanídeos]].<ref name="Nowak" /> Como resultado, as propriedades químicas do nióbio são similares ao do tântalo, que aparece diretamente abaixo do nióbio na tabela periódica.<ref name="Gupta">{{citar livro|título= Extractive Metallurgy of Niobium|primeiro = C. K.|último = Gupta|autor2 =Suri, A. K. |publicado= CRC Press|ano= 1994 |isbn = 0-8493-6071-4|páginas= 1–16}}</ref> Embora a sua resistência
== Compostos ==
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