Esterilização de materiais: diferenças entre revisões

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== Filtração ==
Em grande parte dos casos a esterilização por autoclave a vapor, óxido de etileno ou radiação ionizante são utilizados para tornar um produto estéril. Apesar disso, alguns produtos não são estáveis quando submetidos a essas condições e a filtração esterilizante é um bom candidato para esses casos.
Usa-se habitualmente em soluções e gases termolábeis. As substâncias atravessam superfícies filtrantes, e a técnica é considerada esterilizante conforme o diâmetro dos [[poro]]s. Se os poros tiverem um diâmetro igual ou inferior a 0.2 μm, embora não retenham [[vírus]]. Os [[filtro]]s podem ser de vários tipos – velas porosas, discos de [[amianto]], filtros de vidro poroso, de celulose, e filtros “millipore” (membranas de acetato de [[celulose]] ou de [[policarbonato]]).
 
Diferentemente dos outros processos de esterilização, o processo de filtração atua removendo microrganismos da solução ao invés de induzir a morte do patógeno. Outras vantagens desse tipo de processo é que ele remove outros tipos de partículas além de microrganismos. Ainda, ele evita uma possível reação pirogênica por não resultar em microrganismos mortos na solução como nos outros métodos de esterilização.(1) No entanto, mesmo sendo capaz de eliminar praticamente a totalidade de seres vivos (como bactérias e fungos) presentes no produto a ser esterilizado, ainda assim os filtros podem permitir a passagem de organismos menores tais como micoplasma e vírus. (4)
{{Referências}}
 
Filtros de membrana são constituídos de uma matriz porosa que permite que a solução passe através dela enquanto retém microrganismos e partículas indesejadas. O tamanho dos poros deve ser relativamente pequeno para que possam reter microrganismos. Filtros com poros de tamanho de 0,2 ou 0,22 µm são considerados ideais para esse processo (2). Estes filtros devem ser capazes de reter totalmente uma cultura contendo 10<sup>7</sup> microrganismos de ''Brevundimonas diminuta'' (ATCC 19146), por cm<sup>2</sup>(2). A escolha desse microrganismo em específico segue a mesma lógica utilizada na escolha de ''B. stearothermophilus'' para testar a eficiência da esterilização por autoclave à vapor. O ''B. stearothermophilus'' é resistente a altas temperaturas, desse modo, atuando como um ótimo indicador de esterilidade por processos em autoclave. De modo similar, a filtração como é um processo de remoção baseado no tamanho das partículas utiliza-se do ''B. diminuta'' como indicador, pois esta é uma das menores bactérias conhecidas, apresentando um tamanho médio de 0,3µm (1).
 
Os filtros utilizados podem ser adquiridos de diversas empresas e são fabricados de diferentes materiais, dentre as membranas filtrantes disponíveis incluem acetato de celulose, nitrato de celulose, polímeros acrílicos, poliéster, policarbonato, cloreto de polivinila, vinil, nylon, polytef e ainda, membranas metálicas (3).
 
Membranas de filtração apresentam uma vida útil muito curta devido às suas grandes capacidades de retenção, desse modo, fazendo com que elas entupam rapidamente. A maior parte dos sistemas de filtração esterilizantes não seria eficaz e financeiramente viáveis  sem o uso de uma pré-filtração. Assim, filtros de pré-filtração são utilizados para que se possa proteger e aumentar a vida útil da membrana de filtração final.(1)
 
O filtro deve passar por um processo de validação que assegure que sua utilização correta é capaz de esterilizar o produto em condições reais do processo, considerando-se temperatura, pressão e tempo de filtração, sem que haja perdas e prejuízos como adsorção e liberação de substâncias, ao que se quer esterilizar e, também, que o filtro não sofrerá danos.
 
A validação dos filtros consiste nos seguintes testes:
 
# Desafio microbiológico - contaminação proposital com microrganismos específicos e biocarga avaliada em intervalos regulares
 
Observa-se a viabilidade dos microrganismos na presença do produto a ser filtrado
 
# Compatibilidade entre filtro e produto
# Adsorção de componentes do produto e substâncias extraíveis
 
Os testes primariamente são realizados com o produto a ser esterilizado ou, em caráter de exceção, com outro fluido e pode ocorrer em escala reduzida se as condições operacionais mimetizarem as reais da produção. (4){{Referências}}
 
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