Guerra Finlandesa: diferenças entre revisões

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Em maio os russos sofreram mais perdas, quando foram expulsos de Gotland e das Åland, onde uma [[flotilha]] sueca, apoiada pela população local, compeliu Colonel Vuich e sua guarnição à rendição. Em [[26 de maio]], uma frota inglesa com 14.000 homens entrou o porto de [[Gotemburgo]], mas, devido a vários desentendimentos com o rei, não chegaram a descer dos navios, e seguiram adiante para enfrentar os franceses na Espanha, deixando 16 navios de guerra e 20 outros navios à disposição da Suécia.
Notadamente a situação sueca mostrava-se ainda mais enfraquecida por lutar em duas frentes distintas, pois estava também engajada na chamada “Guerra da Pomerânia (1805-1810)” contra a França e a Dinamarca, ambas ameaçando possessões suecas ao sul, com uma força expedicionária conjunta de 45.000 soldados comandados pelo marechal francês Jean-Baptiste Bernadotte. Tais condições levaram os suecos a alocar forças ao sul e ao longo da fronteira norueguesa (23.000 soldados), fragilizando a defesa contra os russos.
Após receber consideráveis reforços, liderados pelo conde Nikolai Kamensky, os russos, lançaram uma nova ofensiva em agosto de 1808.
Apesar da vitória sueca na Batalha de Jutas, as forças russas obtiveram vitórias mais expressivas nas batalhas de Kuortane, Salmi e Oravais, ao longo do mês de setembro. Uma contraofensiva do exército sueco foi detida pela ação imediata do general Bagration em Torku e o movimento guerrilheiro foi gradualmente extinto no leste.
A situação russa ao norte era, à princípio, mais complicada, porém a combalida unidade de Tuchkov conseguiu defender-se do assédio sueco até ser socorrida por reforços comandados pelo príncipe Mikhail Dolgorukov.
Insatisfeito com o ritmo da campanha, o czar substituiu von Buxhoevden por um novo comandante em chefe, Bogdan von Knorring, em dezembro de 1808.
Lutando em duas frentes, o exército sueco achava-se debilitado pelo avanço russo e pelas incursões franco-dinamarquesas junto à fronteira da Noruega.
Valendo-se de um ousado plano estratégico do Conde Kamensky, as forças russas lançaram-se a 13 de março de 1809 numa marcha sem precedentes pelas águas congeladas do Báltico.
Enquanto isso, o rei Gustavo IV - acusado pelos erros fatais que levaram à perda da Finlândia - era destronado em Estocolmo, e seu tio foi proclamado rei Carlos XIII da Suécia.
Quatro dias depois, o corpo de 17.000 homens do general Pyotr Bagration ocupava as estratégicas ilhas Åland, enquanto o general Yacov Kulnev liderava a vanguarda pelo mar congelado alcançando a costa sueca a 70 km de Estocolmo.
Quando as notícias da incursão de Kulnev se espalharam na capital sueca, o novo rei enviou uma embaixada a von Knorring, propondo uma trégua. O comandante russo concordou e rapidamente trouxe Kulnev de volta a Åland. Enquanto isso, outro contingente russo de 5.000 homens sob o comando de Barclay de Tolly cruzou com grande dificuldade o golfo congelado de Bótnia mais ao norte, tomando Umeå em 24 de março.
Uma terceira força, comandada pelo Conde Shuvalov, atacou Tornio, cercando um exército sueco que capitulou à 25 de março. Seis dias depois, o czar chegou a Turku e ao saber da trégua, não apenas revogou a assinatura de von Knorring, mas o substituiu por Barclay de Tolly, como novo comandante-em-chefe. As hostilidades prosseguiram até maio.
==Fim da Guerra==
Uma frota da Marinha Real Britânica, sob o comando do almirante James Saumarez chegou em maio para apoiar os suecos e concentrou seus efetivos (10 navios de linha e 17 navios menores), no Golfo da Finlândia. A presença das unidades navais britânicas confinaram a esquadra russa no porto de Kronstadt; enquanto as baterias britânicas de artilharia construídas no cabo Porkkala cortaram a rota marítima costeira dos navios russos.
O controle total britânico do Golfo da Finlândia mostrou-se um fardo pesado para a rede de suprimentos dos russos, forçando-os a alocar guarnições de tamanho considerável ao longo de toda a costa finlandesa. A frota britânica capturou 35 navios russos e incendiou outros 20 antes de deixar o Mar Báltico ao término da guerra.
Carlos XIII, ansioso para obter um acordo de paz favorável aos suecos, ordenou ao general Johan August Sandels que desembarcasse em agosto ao norte da Suécia e atacasse a retaguarda de Kamensky. As últimas batalhas da guerra, em Sävar e Ratan, mostraram-se inconclusivas e Kamensky conseguiu neutralizar essa contra-ofensiva tardia.
A ação de Sandels foi apenas um prelúdio para as negociações de paz que se abriram em agosto e resultaram no Tratado de Fredrikshamn, firmado à 17 de setembro, mediante o qual a Suécia cedeu aos russos toda a Finlândia e todos os seus domínios a leste do rio Torne, resultando na criação do Grão-Ducado da Finlândia, uma dependência autônoma ligada ao Império Russo que perdurou até 1917, sendo esta uma predecessora da Finlândia moderna.
==Desdobramentos==
Após a assinatura do Tratado, a Suécia fechou seus portos aos navios britânicos e aderiu ao Bloqueio Continental de Napoleão Bonaparte, levando à declaração formal de guerra à Grã-Bretanha. Alguns meses depois, em 6 de janeiro de 1810, o governo russo mediou o Tratado de Paris, que pôs termo à Guerra Franco-Sueca que arrastava-se desde 1805.
A deposição de Gustavo IV Adolfo, fragilizou a linha sucessória da casa de Holstein-Gottorp; pois seu tio e sucessor Carlos XIII já idoso, não possuía herdeiros diretos.
Carlos XIII foi compelido pelo parlamento sueco à perfilhar um príncipe-herdeiro estrangeiro, recaindo a escolha sobre o marechal francês Jean Baptiste Bernadotte.
 
 
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