Lista de expressões idiomáticas de origem histórica ou mitológica: diferenças entre revisões

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* '''entre Cila e Caríbdis''' – entre duas formidáveis ameaças, sem chance de escapar e/ou sem saber qual das duas é o mais perigosa.
 
:Origem: Na tradição mitológica grega, [[Cila]] e [[Caríbdis]] era dois [[monstro]]s marinhos que moravam nos lados opostos do estreito de [[Messina]], que separa a [[Itália]] da [[Sicília]], e personificavam os perigos da navegação perto de rochas e redemoinhos. Cila, que já fora uma bela [[ninfa]], era uma devoradora de homens. No cimo do rochedo oposto ao de Cila, em frente a uma gruta onde Caríbdis se escondia, erguia-se uma [[figueira]] negra. Três vezes por dia, Caríbdis saía da gruta e sorvia as águas do mar, para depois cuspi-las, num turbilhão<ref>[http://www.theoi.com/greek-mythology/bestiary.html, ''Theoi Greek Mythology: Bestiary'' {{en}}]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>. Quando [[Odisseu]] passou pelo estreito de Messina, depois da [[guerra de Troia]], foi arrastado pelo turbilhão de Caríbdis, após um [[naufrágio]] provocado pelo sacrilégio cometido contra os bois de [[Hélio (mitologia)|Hélio]]. Conseguiu, porém, agarrar-se à figueira e depois a um [[mastro]] do navio naufragado, logrando escapar e prosseguir sua viagem de volta à [[Ática]]<ref>''[[Odisseia]]'', [[Homero]], ed. Ediouro</ref>.
 
[[Imagem:Aias body Akhilleus Staatliche Antikensammlungen 1884.jpg|thumb|175px|'''Ajax carrega o corpo de Aquiles''', [[Coleções Estatais de Antiguidades]]]]
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* '''cruzar o Rubicão''' - tome uma decisão arriscada de maneira irrevogável, sem volta.
:Origem: O rio [[Rubicão]] é um pequeno [[curso de água]] do nordeste da [[Itália]], ao Sul de [[Ravena]], que corre para o [[mar Adriático]]. No período da [[República Romana]] era proibido a qualquer [[general]] atravessá-lo acompanhado de suas tropas, retornando de campanhas ao norte de Roma, para impedi-los de manobrar grandes contingentes no núcleo do Império Romano, evitando assim riscos à estabilidade do poder central.<ref name="Cesar">{{citar web|título=Rubicon|url=http://global.britannica.com/place/Rubicon|obra=Encyclopædia Britannica, Inc.|acessodata=14 de Junho de 2016}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>,
 
:Quando [[Júlio César]] atravessou o Rubicão, em {{AC|49|x}}, em perseguição a [[Cneu Pompeu Magno|Pompeu]], violou a lei e tornou inevitável o conflito armado. Segundo [[Suetônio]], César teria então proferido a famosa frase ''[[Alea jacta est]]'' ("a sorte está lançada" ou "os dados estão lançados").<ref>{{citar web|título=Julius Caesar Crosses the Rubicon, 49 BC|url=http://www.eyewitnesstohistory.com/caesar.htm|obra=EyeWitness to History|acessodata=14 de Junho de 2016}}</ref>
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:Origem: Erguida em 1568, a [[igreja de Santa Engrácia]], em Lisboa, foi severamente danificada por uma tempestade, em 1681. A sua reconstrução foi iniciada em 1682 mas só seria concluída em 1966 - 284 anos após o início da obra. Segundo a tradição popular, a igreja havia sido amaldiçoada como consequência de um amor impossível. Simão Pires Solis, um [[cristão-novo]], cavalgava todos os dias até ao convento de Santa Clara, que ficava ao lado da igreja de Santa Engrácia, que estava em obras, para se encontrar às escondidas com a jovem Violante, feita noviça à força por seu pai, que não concordava com o namoro. Numa dessas noites, em 15 de janeiro de 1630,<ref>RADICH, João [http://books.google.com.br/books?id=c74QAAAAIAAJ&pg=PA195&lpg=PA195&dq=sim%C3%A3o+pires+solis&source=bl&ots=AWsvUotrKm&sig=hM2oGOwMuaQ0dHPHgv631wwpoFQ&hl=pt-PT&sa=X&ei=S5UKUtboOqXI2gWq9oDoAw&ved=0CF4Q6AEwCQ#v=onepage&q=sim%C3%A3o%20pires%20solis&f=false ''Os acontecimentos do theatro do Principe Real'']. Jornal do Commercio: Lisboa, 1870; p.193.</ref> foi furtado o relicário de Santa Engrácia. Simão foi acusado do furto, preso e barbaramente torturado.<ref name=SAR>SARAIVA, António José. [http://books.google.com.br/books?id=eG8xUFivagkC&pg=PA202&lpg=PA202&dq=sim%C3%A3o+pires+solis&source=bl&ots=sQZM1IHr-F&sig=NxDTL9Q5cUADxjzoLi3TLmpzdro&hl=pt-PT&sa=X&ei=S5UKUtboOqXI2gWq9oDoAw&ved=0CFkQ6AEwCA#v=onepage&q=sim%C3%A3o%20pires%20solis&f=false The Marrano Factory: The Portuguese Inquisition and Its New Christians 1536-1765]</ref> Não podendo revelar a razão pela qual rondava a igreja todas as noites, pois comprometeria a amada, foi condenado à morte na fogueira. A execução da pena ocorreu em 3 de janeiro de 1631,<ref name=SAR /> nas proximidades das obras da nova igreja de Santa Engrácia. Enquanto as labaredas envolviam seu corpo, Simão gritava que era tão certo morrer inocente como as obras nunca acabarem. De fato, as obras da igreja duraram quase 300 anos.<ref>[[Infopédia]]. [http://www.infopedia.pt/$lenda-das-obras-de-santa-engracia Lenda das Obras de Santa Engrácia]</ref>
 
:À parte a narrativa possivelmente romanceada, existem registros históricos sobre "actos excessivos e diabólicos" cometidos por Simão Pires de Solis<ref>[http://www.pcv.pt/files/leiloes/L291/ec/pt/files/assets/basic-html/page107.html Descrição de manuscrito, referido no site do Palácio do Correio Velho, Leilões e Antiguidades:]<br /> ''"Padrão de [[tença]] de juro e herdade passado em nome del Rei D. [[Filipe III de Portugal]] a Duarte Pires Solis. Lisboa, 11 de Junho de 1627.'' Segue-se igual Padrão de Tença, a Simão Pires Solis, filho de Duarte Pires Solis. Datado de Lisboa, 26 de Fevereiro de 1629. E, por fim, um Padrão de Tença de juro e herdade, aos Irmãos Escravos da Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja de Santa Engrácia de Lisboa, padrão pedido por Simão Pires Solis a favor da Confraria, por virtude de actos excessivos e diabólicos feitos por ele na mesma Igreja. Datado de Lisboa, 17 de Agosto de 1631 (''in folio'' 7 fls. de [[pergaminho]] atadas em forma de caderno."''</ref> e sobre sua execução. O chamado "Desacato de Santa Engrácia" teria ocorrido na noite de 15 de janeiro de 1630.<ref>[{{Citar web |url=http://webcachesantaengracia-cds.googleusercontentblogspot.com/search?q2005/10/lenda-das-obras-de-santa-engrcia.html |titulo=cacheLenda das Obras de Santa Engrácia |acessodata=13 de novembro de 2018 |arquivourl=https:u2dQt_0rfh8J//web.archive.org/web/20090916175218/http://santaengracia-cds.blogspot.com/2005/10/lenda-das-obras-de-santa-engrcia.html+Infop%C3%A9dia+obra+de+santa+engr%C3%A1cia&cd=8&hl=pt-PT&ct# |arquivodata=clnk&gl=br16 Lendade das Obrassetembro de Santa2009 Engrácia]|urlmorta=yes }}</ref>
 
* '''[[santo do pau oco]]''' - pessoa falsa, matreira ou dissimulada.