Batalha de Matapão: diferenças entre revisões

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* Naus de 66 peças: canhões de 24 libras na coberta inferior, 12 libras na coberta superior, e 9 libras nos castelos da proa e popa.
 
O armamento das naves era um mistomixto de peças de bronze, melhores mas mais caras, e de ferro. Apenas a maior e mais moderna de todas as naus portuguesas, a ''Nossa Senhora do Pilar'', se encontrava armada exclusivamente com peças de bronze ― o que, juntamente com o tamanho da nau, o número de peças, e a modernidade da construção, fazia dela possivelmente a melhor artilhada e mais formidável nau de toda a armada cristã.<ref>Apenas a também acabada de construir ''Leon Trionfante'' veneziana, também de 80 peças, era tão moderna.</ref>
 
Em comparação, os navios ingleses da época, segundo o ''1706 Establishment'' e o correspondente ''Gun Establishment'' vigentes, estavam armados da seguinte forma:<ref>CLOWES, William Laird: ''The Royal Navy: A History from the Earliest Times to 1900'', Vol. III, p. 11.</ref>
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Entre os dias 3 e 14 de Julho, a armada cristã permaneceu ao largo do Cabo Matapão, esperando os turcos. A armada de remo encontrava-se justamente a sudeste do promontório, estando a armada de vela um pouco mais para sul. Os otomanos foram avistados logo no dia 5, entre a ilha de [[Cerigo]] e o [[cabo de Santo Ângelo]]. No entanto, os ventos eram fracos, e as armadas não se aproximaram. No dia 6 os turcos tinham desaparecido, apenas para ser avistados novamente na tarde do dia 7, navegando ao longo da ilha de Cerigo.
 
A 8 e 9 de Julho predominaram calmarias, e nada sucedeu. Mas de 9 para 10 o vento aumentou, soprando de oeste, e o mar começou a levantar-se. No meio do temporal que se fez, provavelmente com chuva e pouca visibilidade, a armada de vela cristã descaiu para sul. Então, o almirante turco soube habilmentehábilmente entrar no golfo da Lacónia, e navegando cosido com a terra soube dobrar o Matapão e dirigir-se a Coron, no golfo da Messénia. Tinha assim passado para Ocidente da armada cristã ― e importantemente, com os ventos predominantes do quadrante W, tinha ganho o [[barlavento]], factor de suma importância na guerra naval à vela.
 
Perante o avanço da armada turca Pisani a bordo da armada de remo suspendera e retirara para [[Modon]] com as galés. Mas no dia 11 o vento caiu e o mar abateu, e Pisani pôde, a força de remos, regressar ao Matapão e juntar-se à armada de vela no dia 12, onde as galés retomaram o seu lugar logo a sudeste do cabo, e as naus um pouco mais a sul. No mesmo dia algumas naves mercantes informaram os cristãos de que a armada turca estava em Coron, no golfo da Messénia.
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A certa altura, pareceu que o Conde de São Vicente tentou [[Orçada|orçar]], para mais se aproximar da vanguarda turca; isto no entanto pareceu excessivo ao Conde do Rio Grande, que logo fez sinal para este manter a formação.
 
Por volta das cinco horas da tarde, no entanto, toda a armada otomana fez à orça de forma súbitadúbita, e fazendo força de vela retirou-se então à [[bolina]] cerrada para sul.
 
Esta manobra súbita foi logo interpretada pelos aliados cristãos como uma vitória: a armada cristã tinha posto o inimigo em fuga ― e parte principal desta vitória tinha sido a acção das quatro naus portuguesas e da solitária ''Fortuna Guerriera'' veneziana, cujo nome parecia mesmo sugerir ― aos olhos da época ― a Providência divina no auxílio dos portugueses contra os muçulmanos.
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O [[Conde do Rio Grande]] propôs então, vendo uma certa hesitação de parte de Pisani, ou perseguir os otomanos, ou regressar a Corfu; e escolheu-se a segunda opção. Ao passar por [[Zante]], os portugueses reintegraram a ''São tomás de Cantuária'' que ali tinham deixado. Uma vez regressados a Corfu, parecem os venezianos ter pedido ao almirante português para permanecer na ilha, no caso de os otomanos regressarem; mas o conde fez ver que lhe faltava uma longa viagem de regresso a Portugal, e insistiu em partir.
 
A esquadra do Conde do Rio Grande largou assim de Corfu a 16 de Agosto, chegando a [[Messina]] a 24. Em Messina a esquadra portuguesa foi alvo de enorme interesse: todos queriam ver os vencedores dos turcos. Houve novas festas, banquetes, bailes, fogos de artifício, etc., por exemplo um novo banquete em honra do governador da cidade a 8 de Setembro, enquanto a esquadra reparava as avarias sofridas na batalha e as notícias chegavam a toda a Europa. Houve troca de correspondência, tendo o próprio papa Clemente XI escrito a agradecer aoo Conde do Rio Grande, que também trocou correspondência com o [[Marquês de Fontes]], o embaixador português em Roma. Justamente na mesma altura foi [[Belgrado]] conquistada pelo príncipe [[Eugénio de Saboia]]: os turcos pareciam vencidos, como efectivamente se registou, com o [[Tratado de Passarowitz]] o ano seguinte. Por fim, a esquadra portuguesa largou de Messina a 2 de Outubro, voltando a entrar no Tejo a 6 de Novembro. Onze dias depois, a 17 de Novembro de 1717, iniciava D. João V a construção do [[Palácio Nacional de Mafra]]. Mais tarde chegou um embaixador extraordinário de Veneza para agradecer D. João V pela sua esquadra.
 
== Baixas e valor estratégico da batalha ==