António de Oliveira Salazar: diferenças entre revisões

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m →‎A Segunda Guerra Mundial: Acomodando o juízo de Salazar sobre um comentário feito a um diplomata Romeno. Não acrescenta muito. É quase uma repetição do que Salazar disse a António Ferro. Salazar como muitas outras pessoas reconhecia o génio militar e político de Hitler. Outra coisa é que aprovasse. Quem na verdade era um grande admirador de Hitler era o General Humberto Delgado. Que em 1941 escreveu vários artigos com elogios copiosos a A. Hitler.
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Muito antes do início da segunda guerra mundial Salazar deixou claras as diferenças ideológicas em relação às potencias do Eixo. Embora Salazar reconhecesse a sua admiração pelo Duce Italiano, de quem conservava uma fotografia na sua secretária, Salazar, como católico, esclareceu que o Estado Novo obedecia a limitações de ordem moral que tornavam as leis portuguesas menos severas, os costumes menos policiados e o estado menos absoluto. Sengundo Salazar a violencia fascista não se adaptava à brandura de costumes portugueses.{{sfn|Pimentel|2013|p=84}} Salazar distanciou-se daquilo que chamou de "cesarismo pagão" e apelidou Mussolini de oportunista, produto de um país de cesares e Maquiavel.{{sfn|Kay|1970|p=69}}
 
Quanto a Hitler, Salazar, como católico, reprovava o seu paganismo e receava os seus impulsos imperialistas e de expansão territorial. Em 1934 num discurso oficial Salazar afirmou que "Portugal não se fez ou unificou nos tempos modernos nem tomou a sua forma com o ideal pagão e anti-humano de deificar uma raça ou um império".<ref>O espírito da Revolução» — Discurso na visita oficial ao Porto, em 28 de Abril — «Discursos», Vol. I, págs. 324-326) – 1934</ref> Quando questionado por António Ferro, "Como vê Hitler" Salazar respondeu: "A Europa deve-lhe o grande serviço de ter recuado, com assombrosa energia, e com empolgantes músculos, as fronteiras do comunismo. Receio apenas que ele vá longe de mais no campo económico e social.{{sfn|Pimentel|2013|p=84}}E Nosconversando, um diplomata romeno, que considerou A.Hitler um selvagem sem cultura, Salazar não o seguiu em tal juízo ''"deitei água na fervura, apesar de tudo, Hitler era um génio político, tendo realizado uma obra colossal"''.{{sfn|Meneses|2010|p=274}} Contudo, nos discursos que proferiu Salazar procurou sistemáticamente diferenciar o seu Estado Novo do totalitarismo,{{sfn|Pimentel|2013|p=85}} criticando o facto de na Alemanha e na Itália o Estado "ter em si mesmo, o seu fim e a sua razão de ser".{{sfn|Pimentel|2013|p=85}} Segundo Samuel Hoare, Embaixador Britânico em Madrid durante a guerra, Salazar era um grande pensador que detestava Hitler e toda a sua obra, dado que o seu estado corporativo era fundamentalmente diferente do estado concebido pelo Nazismo ou o Fascismo.{{sfn|Hoare|1946|pp=124–125}} Conversando com Antonescu, um diplomata romeno, que considerou A.Hitler um selvagem sem cultura, comentou que ''"apesar de tudo, Hitler era um génio político, tendo realizado uma obra colossal"'' <ref>{{citar livro|título=Salazar|ultimo=Meneses|primeiro=Filipe Ribeiro de|editora=D.Quixote|ano=2009|local=|páginas=274|acessodata=}}</ref>
 
Segundo o pensamento de Salazar uma vitória alemã seria um desastre para o estado de direito e para países periféricos, agrícolas, como Portugal.{{sfn|Meneses|2010|p=249}} A aversão de Salazar ao regime nazi na Alemanha e suas ambições imperiais foi apenas temperada pela sua visão do Reich Alemão como um baluarte contra a disseminação do comunismo vindo da União Soviética. Salazar tinha favorecido a causa nacionalista espanhola por receio de uma invasão comunista de Portugal, mas estava desconfortável com a perspectiva de um governo espanhol reforçado por fortes laços com as potências do Eixo.{{sfn|Kay|1970|pp=121–122}} A política de neutralidade de Salazar para Portugal na Segunda Guerra Mundial incluía um componente estratégico. O país ainda mantinha territórios ultramarinos que Portugal não podia defender de ataques militares. Qualquer alinhamento com o Eixo teria levado Portugal a entrar em conflito com a Grã-Bretanha, provavelmente resultando na perda de suas colónias, por outro lado o alinhamento com a Gra Bretanha colocaria em risco a segurança de Portugal no continente. Em 1 de Setembro de 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, o Governo Português anunciou que a Aliança Anglo-Portuguesa de 600 anos permaneceu intacta, mas que desde que os britânicos não procuraram ajuda portuguesa, Portugal ficou livre para permanecer neutro no país. guerra e faria isso. Em um aide-mémoire de 5 de setembro de 1939, o governo britânico confirmou o entendimento.{{sfn|Leite|1998|pp=185–199}}