Crioulo: diferenças entre revisões

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[[File:Simon Bolivar.jpg|thumb|180px|[[Simón Bolívar]] era um crioulo, na acepção de branco nascido fora da Europa.]]
'''Crioulo''' era, originalmente, o filho do [[Europa|europeu]] ou [[África|africano]] nascido na [[América]] ou o filho de [[casamento]] [[inter-racial]] em que um dos pais era [[Espanha|espanhol]].
'''Crioulo''', em termos [[etnia|étnicos]], tem três acepções: pode ser o [[brancos|branco]] nascido fora da [[Europa]], ou pode ser [[sinônimo]] de [[negros|negro]]<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 499.</ref> ou de [[mulato]].
 
== Na América Espanhola ==
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No [[Brasil]] do [[século XIX]] e anterior, chamava-se de crioulos os [[escravidão no Brasil|escravos]] não [[mestiço]]s que tinham nascido na terra, diferenciando-os daqueles nascidos na [[África]]. Os negros escravizados que sabiam falar [[língua portuguesa|português]] e conheciam os costumes brasileiros, eram chamados de "''negros ladinos''" (derivado de "latinos", mas já com a conotação de "esperto"). Africanos escravizados que desconheciam a língua portuguesa e os costumes da nova terra eram denominados "''negros boçais''". Certamente, este tom pejorativo contaminou posteriormente o significado de ''crioulo''. Em geral, os escravos mestiços eram apenas chamados de [[mulatos]], já subentendendo-se que sabiam falar português e conheciam os costumes locais como os escravos crioulos.
 
No [[Brasil]] do [[século XX]] e atual, a palavra "crioulo" designa pessoas de pele escura descendentes de [[África Subsaariana|africanos subsaarianos]], incluindo negros e [[mulatos]], e pode ser considerado racialmente ofensivo. Não inclui pessoas de origem asiática, norte-africana, [[Ameríndios]] ou qualquer outra que tenha a [[pele]] escura.
 
Na obra de [[Darcy Ribeiro]], cultura crioula refere-se à "''configuração histórico‐cultural resultante da implantação da [[ciclo da cana-de-açúcar|economia açucareira]] e de seus complementos e anexos na faixa litorânea do [[região Nordeste do Brasil|Nordeste brasileiro]], que vai do [[Rio Grande do Norte]] à [[Bahia]]''", de populações surgidas "''da fusão racial de [[brancos]], [[povos indígenas do Brasil|índios]] e [[negros]]''".<ref>[[Darcy Ribeiro|RIBEIRO, Darcy]]. O Brasil crioulo. In: ''[[O povo brasileiro]]: a formação e o sentido do Brasil''. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. [http://www.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Darcy_Ribeiro_-_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.pdf link]. [Cf. p. 274-275.]</ref>
 
No [[Rio Grande do Sul]], [[unidades federativas do Brasil|estado brasileiro]] [[fronteira|fronteiriço]] com a [[Argentina]] e [[Uruguai]], a palavra "crioulo" é utilizada para designar os descendentes dos antigos colonizadores portugueses, isto é, o [[gaúcho]] tradicional, como se pode ver nonos nomenomes do [[Museu Crioulo]] e do programa de televisão [[Galpão Crioulo]]. Entretanto, cientes do seu uso no resto do [[Brasil]], alguns procuram diferenciar, utilizando a palavra "''crioulo''" para designar pessoas de pele escura e a palavra espanholaespanholizada "''criolo''" para designar os descendentes brancos dos antigos colonizadores portugueses. Assim, denominam de "''Balcão do Criolo''" a uma janela do palácio do governo estadual de onde os antigos presidentes da província e governadores costumavam discursar para o povo.
 
== Em Portugal e suas antigas colônias africanas ==