Droga psicoativa: diferenças entre revisões

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{{ver artigo principal|[[enteógeno]]}}
Certos psicoativos, principalmente os alucinógenos, têm sido usados para fins religiosos desde tempos pré-históricos. Os nativos estadunidenses têm usado o [[peiote]], que contém [[mescalina]], em cerimônias religiosas há 5 700 anos.<ref>{{citar jornal |autor=El-SEEDI H R, De SMET P A, BECK O, POSSNERT G, BRUHN J G |titulo=Prehistoric peyote use: alkaloid analysis and radiocarbon dating of archaeological specimens of Lophophora from Texas |jornal=Journal of Ethnopharmacology |volume=101 |número=1-3 |paginas=238–42 |ano=2005 |pmid=15990261 |doi=10.1016/j.jep.2005.04.022}}</ref>. Os índios da [[Amazônia]] usam, para fins religiosos, a combinação de [[cipó-mariri]] e [[chacrona]] para a produção de ''[[ayahuasca]]'' há mais de 4 000 anos.<ref>{{citar jornal |autor=McKENNA D J, CALLAWAY J C, GROB C S | titulo=The Scientific investigation of ayahuasca: a review of past and current research |jornal=The Heffer Review of Psychedelic Research |volume=1 |paginas=65–77 |ano=1998 }}</ref>. O cogumelo ''[[Amanita muscaria]]'', que produz [[muscimol]], era usado com propósitos [[Ritual|rituais]] por toda a [[Europa]] [[Pré-história|pré-histórica]].<ref>{{citar jornal |autor=VETULANI J |titulo=Drug addiction. Part I. Psychoactive substances in the past and presence |jornal=Polish journal of pharmacology |volume=53 |numero=3 |paginas=201–14 |ano=2001 |pmid=11785921 |doi=}}</ref>. Vários outros alucinógenos, como o [[Datura stramonium|estramônio]] e os [[cogumelo psicadélico|cogumelos psicodélicos]], são parte de cerimônias religiosas há séculos.<ref name="hall">HALL, Andy. [http://www.nerdshit.com/wordpress/?p=1433 Entheogens and the Origins of Religion]. Retrieved on May 13, 2007.</ref>.
 
O uso de enteógenos para fins religiosos ressurgiu no [[Mundo ocidental|Ocidente]] durante os movimentos de [[contracultura]] dos anos [[década de 1960|1960]] e [[década de 1970|1970]]. Sob a liderança do [[Povo dos Estados Unidos|americanoestadunidense]] [[Timothy Leary]], novos movimentos religiosos começaram a usar o [[LSD]] e outros alucinógenos como formas de "[[Sacramento (cristianismo)|sacramento]]".<ref>{{citar jornal |autor=BECKER H S |titulo=History, culture and subjective experience: an exploration of the social bases of drug-induced experiences |jornal=Journal of health and social behavior |volume=8 |numero=3 |paginas=163–76 |ano=1967 |pmid=6073200| doi = 10.2307/2948371}}</ref>. No Brasil, o uso do ''ayahuasca'' é permitido por [[lei]] para os praticantes das [[seita]]s que o usam para fins rituais, como as do [[Santo Daime]] e da [[União do Vegetal]].<ref>{{citar web | url=http://www2.uol.com.br/pagina20/16052006/opiniao1.htm | autor=FACUNDES, J A | ano=2006 | titulo=Constituição, ayahuasca e o CONAD: um novo caminho | mes=maio | acessodata = 25 de abril de 2009 | formato=HTML | publicado=Página 20 On-line}}</ref>.
 
==Administração==
 
Para que uma substância seja psicoativa, ele deve atravessar a [[barreira hematoencefálica]] de modo a afetar a função neuroquímica. As drogas psicoativas são [[vias de administração|administradas]] de diferentes maneiras. Na medicina, a maioria das drogas psicoativas, como a [[fluoxetina]], a [[quetiapina]] e o [[lorazepam]], são [[ingestão|ingeridas]] sob forma de [[comprimido]]s ou [[Cápsula (medicamento)|cápsulas]]. Contudo, alguns psicoativos farmacêuticos são administrados via [[inalação]], injeções [[Injeção intramuscular|intramusculares]] ou [[Via intravenosa|intravenosas]], ou ainda via [[reto|retal]] em [[supositório]]s e [[enema]]s. As drogas usadas com fins recreativo são muitas vezes administradas sob formas incomuns ao uso medicinal. Algumas delas, como o [[bebida alcoólica|álcool]] e a [[cafeína]] são ingeridas sob a forma de bebida; [[nicotina]] e [[THC]] são [[fumo|fumados]]; o [[peiote]] e os [[cogumelo psicadélico|cogumelos psicodélicos]] são ingeridos ''in natura'' ou desidratados; e algumas drogas cristalinas, como a [[cocaína]] e as [[metanfetamina]]s são [[inspiração|aspiradas]]. A eficiência de cada método de administração varia de acordo com a droga.<ref>United States Food and Drug Administration. [http://www.fda.gov/cder/dsm/DRG/drg00301.htm CDER Data Standards Manual]. Acessado em 26 de abril de 2009.</ref>.
 
==Efeitos==
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As drogas psicoativas atuam afetando temporariamente a neuroquímica do indivíduo, o que leva a mudanças de humor, cognição, percepção e comportamento. Há muitas maneiras pelas quais as drogas psicoativas podem afetar o cérebro. Cada droga tem uma ação específica em um ou mais [[neurotransmissor]]es ou [[Receptor (bioquímica)|neurorreceptores]] cerebrais.
 
As drogas que aumentam a atividade em certos sistemas neurotransmissores são chamadas [[agonista]]s, aumentando a [[Síntese (química)|síntese]] de um ou mais neurotransmissores ou reduzindo sua [[recaptação]] nas [[sinapse]]s. As drogas que reduzem a atividade neurotransmissora são chamadas de [[antagonista (bioquímica)|antagonistas]], e interferem na síntese ou bloqueiam os receptores pós-sinápticossináticos de modo que os neurotransmissores não se liguem a eles.<ref>{{citar livro | autor = SELIGMAN, Martin E P | titulo = Abnormal Psychology | editora = W. W. Norton & Company |ano=1984 | local=Nova York|| isbn = 039394459X }}</ref>.
 
A exposição a substâncias psicoativas podem causar mudanças na estrutura e no funcionamento dos [[neurônio]]s, enquanto o sistema nervoso tenta restabelecer a [[homeostase]] alterada pela presença da droga. A exposição a antagonistas para um determinado neurotransmissor aumenta o número de receptores para ele, e os receptores ficam mais sensíveis. Isso é chamado de [[sensibilização]]. Ao contrário, o estímulo dos receptores por um determinado neurotransmissor causa uma diminuição em número e sensibilidade desses receptores, um processo chamado de [[dessensibilização]] ou [[tolerância (farmacologia)|tolerância]]. Sensibilização e dessensibilização são mais prováveis de ocorrerem em exposições prolongadas, embora possam acontecer após uma só exposição. Acredita-se que esses processos subjazem ao vício.<ref>{{citar web | titulo=University of Texas, Addiction Science Research and Education Center | url=http://www.utexas.edu/research/asrec/dopamine.html |acessodata=26 de abril de 2009}}</ref>