Assassinato de Spencer Perceval: diferenças entre revisões
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=== Tempos conturbados ===
O governo de Perceval foi enfraquecido pelas recusas de ex-ministros como [[George Canning]] e [[William Huskisson]] de integrá-lo.{{sfn|Uglow|2014|p=489}}{{sfn|Linklater|2013|pp=84–85}} Enfrentou enormes problemas em um momento de considerável agitação industrial e em um ponto baixo na guerra contra [[Napoleão]]. A malsucedida [[Expedição de Walcheren]] na [[Holanda]] foi desvendada, e o exército de sir [[Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington|Arthur Wellesley]], futuro duque de Wellington, foi preso em [[Portugal]].{{sfn|Hanrahan|2012|pp=54–55}}{{sfn|Linklater|2013|p=90}} No início de seu governo, Perceval desfrutou do forte apoio do rei [[Jorge III do Reino Unido|
Quando as últimas forças britânicas se retiraram de Walcheren em fevereiro de 1810, a força de Wellington em Portugal foi a única presença militar da Grã-Bretanha no continente europeu.{{sfn|Howard|1999}} Perceval insistiu em permanecer lá, contra o conselho da maioria de seus ministros e a um grande custo para o tesouro britânico.{{sfn|Linklater|2013|p=90}}{{sfn|Uglow|2014|p=499}} Em última análise, esta decisão foi justificada, mas na época a sua principal arma contra Napoleão eram as Ordens no Conselho de 1807, herdadas do ministério anterior. Estes foram emitidos como uma resposta direta ao [[Bloqueio Continental]] de Napoleão, uma medida destinada a destruir o comércio exterior da Grã-Bretanha.{{sfn|Uglow|2014|pp=444–45}} As Ordens permitiam que a [[Marinha Real Britânica|Marinha Real]] detivesse qualquer navio que estivesse transportando mercadorias para a [[França]] ou seus aliados continentais. Com ambos os poderes de guerra empregando estratégias semelhantes, o comércio mundial encolheu, levando a dificuldades e insatisfações generalizadas nas principais indústrias britânicas, particularmente têxteis e algodão.{{sfn|Hanrahan|2012|pp=62–63}} Houve frequentes pedidos de modificação ou revogação das Ordens, o que prejudicou as relações com os [[Estados Unidos]] a ponto de, no início de 1812, as duas nações estarem à beira da guerra.{{sfn|Hanrahan|2012|p=64}}{{sfn|Hanrahan|2012|pp=62–63}}{{sfn|Goddard|2004|p=2}}
No âmbito interno, Perceval manteve sua reputação anterior como um flagelo dos radicais, aprisionando Burdett e William Cobbett, o qual continuou a atacar o governo a partir de sua cela na prisão.{{sfn|Hanrahan|2012|p=56}} Perceval também se deparou com os protestos conhecidos como "[[ludismo]]", aos quais reagiu introduzindo um projeto de lei que estabelecia a quebra de máquinas como um crime capital;{{sfn|Uglow|2014|p=546}} na [[Câmara dos Lordes]] o jovem lorde [[Lord Byron|George Gordon Byron, 6º Barão Byron]], chamou a legislação de "bárbara."{{sfn|Uglow|2014|pp=547–48}} Apesar dessas dificuldades, Perceval gradualmente estabeleceu sua autoridade, de modo que em 1811
No início de 1812, a agitação pela revogação das Ordens no Conselho aumentou. Após protestos em [[Manchester]] em abril, Perceval consentiu com uma investigação da Câmara dos Comuns sobre a operação das Ordens; as audiências começaram em maio.{{sfn|Uglow|2014|p=560}} Esperava-se que Perceval participasse da sessão em 11 de maio de 1812; entre a multidão no saguão à espera de sua chegada, estava um comerciante de Liverpool, John Bellingham.{{sfn|Linklater|2013|pp=8–10}}
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