Maria Leopoldina da Áustria: diferenças entre revisões

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Há divergências sobre a ''causa mortis'' da primeira imperatriz do Brasil. Para alguns autores, teria falecido em consequência de uma [[Sepse|septicemia]] [[Puerpério|puerperal]],<ref>RANGEL, Alberto. ''Dom Pedro e a Marquesa de Santos''. São Paulo: Brasiliense, 1969</ref> enquanto o imperador se encontrava no [[Rio Grande do Sul]], aonde fora inspecionar as tropas durante a [[Guerra da Cisplatina]].
 
É no entanto muito difundida a versão de que Maria Leopoldina teria morrido em consequência das agressões desferidas contra si durante acesso de raiva de seu marido, o imperador, versão essa corroborada por historiadores como Gabriac, Carl Seidler, John Armitage e Isabel Lustosa.<ref>SANTOS, Eugénio dos. ''D. Pedro IV'', Rio de Mouro: Círculo de Leitores, 2006</ref><ref>SEIDLER, Carl. "Dez Anos no Brasil", Itatiaia, São Paulo, Belo Horizonte, 1980</ref><ref>OBERACKER Jr, Carlos. "A Imperatriz Leopoldina. Sua Vida e Sua Época", Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1973</ref> Essa suposta causa da morte sofreu um revés, com a recente exumação de seus restos mortais onde não se verificou nenhuma fratura.<ref>MELO, Alice & CUNHA, Gabriela Nogueira (entrevistadores) & AMBIEL, Valdirene do Carmo (entrevistada)[http://www.revistadehistoria.com.br/secao/entrevista/escavando-o-passado "Escavando o Passado"], ''RHBN'', 25/02/2013</ref> Isso se teria dado em 20 de novembro de 1826, quando assumiria a regência do país para que Pedro pudesse viajar ao Sul para tratar da guerra contra o [[Uruguai]]. Querendo demonstrar ser mentira o boato sobre suas relações extraconjugais e o clima ruim entre o casal, Pedro I resolveu que o beija-mão à regente seria feito em sua presença, junto a [[Domitília de Castro]], marquesa de Santos e dama de companhia da imperatriz. Maria Leopoldina, arquiduquesa austríaca, achou uma enorme humilhação ser recebida pela corte junto à amante de seu marido, e afrontou Pedro recusando-se a entrar na sala do trono. O imperador, de gênio volátil, tentou arrastá-la pelo palácio, agredindo-a com palavras e chutes. Acabou por comparecer ao beija-mão acompanhado unicamente pela marquesa de Santos. Há que se ressaltar que não se conhece outra testemunha no momento do fato além dos três, e que as suspeitas sobre as agressões sofridas teriam sido levantadas pelas damas e médicos que ampararam Maria Leopoldina na sequência. Contudo, a realidade dos fatos fora outra:<blockquote>''Exagerou-se, que Pedro lhe dera um pontapé, razão da doença. A cena, presenciada pelo agente austríaco [refere-se ao embaixador austríaco, Filipe Leopoldo Wenzel, Barão de Mareschal], consistiu em palavras desatinadas. O certo é que não faltaram motivos a Leopoldina para a perturbação da gravidez, a cujo malogro sucumbiu.''<ref>Calmon, Pedro. História de D. Pedro II. 5 v. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1975, p.14</ref></blockquote>A imperatriz, que havia meses encontrava-se em grave processo de depressão e na 12ª semana de gravidez, teve a saúde profundamente abalada. Em sua última carta à irmã Maria Luísa, ditada à [[marquesa de Aguiar]], menciona um terrível atentado que sofrera pelas mãos de seu marido na presença da amante:
 
''São Cristóvão, 8 de dezembro de 1826, às 4 horas da manhã''