Cisjordânia: diferenças entre revisões

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'''Cisjordânia''' ({{lang-ar|الضفة الغربية}}, {{transl|ar|''ad-l-Ġarbiyyah Ḍaffah''}}) é uma área de 5.640 quilômetros quadrados, com 40 km de comprimento e 20 km de largura, delimitada a leste pelo [[rio Jordão]] e pelo [[Mar Morto]], e a oeste, norte e sul pela [[Linha Verde (Israel)|Linha Verde]] - demarcação estabelecida no [[Armistício israelo-árabe de 1949]].
 
Com exceção de [[Jerusalém Oriental]], a Cisjordânia não foi formalmente anexada por Israel e, por isso, segundo a lei internacional, não pertence ''[[de jure]]'' a nenhum Estado desde a renúncia de [[soberania]], por parte da [[Jordânia]], que se mantinha desde a anexação ilegal, em 1948. Deste modo, aguarda uma resolução do seu estatuto definitivo (juntamente com a [[Faixa de Gaza]]) em futuras rondas negociais entre israelitas e palestinianos. Israel não concorda que o quarto convénio de Genebra se refira "ao território palestiniano ocupado" argumentando com "o não reconhecimento da soberania do território antes de sua anexação (ilegal) pela Jordânia e Egito", discordando assim do [[Tribunal Internacional de Justiça]], da [[Autoridade Palestiniana]], que governa a Cisjordânia, e do [[Hamas]], que governa a Faixa de Gaza.<ref>Cfr. a posição de Israel nos pontos 90 e 93 do [http://www.icj-cij.org/homepage/sp/advisory/advisory_2004-07-09.pdf parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça sobre a construção do muro sobre território palestino ocupado, de 9 de julho de 2004] (em espanhol). Relativamente à consideração da Cisjordânia como território ocupado, veja-se o ponto 78.</ref>
 
Até [[1948]], o território integrava a parcela remanescente da [[Palestina (região)|Palestina histórica]],<ref>Anteriormente, já havia sido feito um desmembramento para constituir a [[Transjordânia]], em [[1922]].</ref> a qual foi dividida em três partes: uma parte passou a integrar o Estado de Israel e as duas outras, [[Faixa de Gaza]] e a Cisjordânia, ambas de maioria árabe-palestina, deveriam integrar um [[estado da Palestina|Estado palestiniano]], a ser criado conforme a [[plano da ONU para a partilha da Palestina de 1947|Resolução 181 das Nações Unidas]] ([[1947]]), com a anuência da anterior potência colonial da zona, o [[Reino Unido]].
 
A Resolução 181 das Nações Unidas previa a criação de dois Estados: Israel e Palestina. No entanto os árabes não aceitaram e declararam guerra a Israel, dando início à [[guerra árabe-israelense de 1948]]. Em Março de 1977, Zahir Muhsein, membro executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), disse em entrevista ao jornal holandês Trouw: "Não existe 'povo palestiniano'. A criação de um Estado palestiniano é apenas um meio para continuar a nossa luta contra o Estado de Israel".
 
Após a [[Guerra dos Seis Dias]] algumas porções dispersas passaram a ser administradas pela [[Autoridade Nacional Palestiniana]], mas Israel mantém o controle das fronteiras e está actualmente a construir um [[Muro da Cisjordânia|muro de separação]], com 700 quilômetros de extensão que tem vido a reduzir "os ataques com homens-bomba vindos da Cisjordânia"<ref>In: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/01/ex-premie-israelense-ariel-sharon-morre-depois-de-oito-anos-em-coma.html</ref><ref>Menos civis israelenses morreram em consequência de ataques palestinos, em 2006, do que em qualquer outro ano desde que a intifada palestina começou em 2000. Os militantes palestinos mataram 23 israelenses e turistas estrangeiros em 2006, em comparação com o número máximo de 289 atingido em 2002, no auge da intifada. Mais significativo ainda, o número de ataques com homens-bomba suicidas em Israel foi quase reduzido a zero. No último ano apenas dois homens-bomba suicidas conseguiram infiltrar-se em Israel, matando 11 pessoas e ferindo outras 30. Em quase nove meses quase não houve qualquer ataque suicida a Israel, o período mais longo sem ataques desde 2000 (In, Nissenbaum, Dion (10 de janeiro de 2007). “Taxa de mortes de civis israelenses assassinados por palestinos caem a seu nível mais baixo em 2006″. Washington Bureau. McClatchy Newspapers (16-04- 2007).</ref>
 
== História ==
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== Demografia ==
[[Imagem:Jericho_from_above.jpg|thumb|esquerda|Vista da cidade de [[Jericó]].]]
A Cisjordânia conta com uma [[população]] de 2.535.927{{fmtn|2535927}} de habitantes, dos quais 2.171.927{{fmtn|2171927}} são [[árabes]] palestinianos e 364.000{{fmtn|364000}} colonos [[judeu]]s (incluem-se neste número os colonos de [[Jerusalém Oriental]]).
 
Em [[1947]], a população da Cisjordânia era de 400 mil habitantes. Como resultado da [[Guerra árabe-israelense de 1948]], terminada em [[1949]], a população árabe que habitava o território que atualmente corresponde a [[Israel]] fugiu, e cerca de 300 mil árabes se fixaram na Cisjordânia. Em [[1967]], durante a Guerra dos Seis Dias e a ocupação militar de Israel da Cisjordânia, novamente verificou-se um êxodo de cerca de 380 mil árabes, principalmente em direção à Jordânia.
 
A população árabe é na sua maioria [[islão|muçulmana]] [[sunismo|sunita]], com uma minoria [[cristianismo|cristã]] (ortodoxa grega e católica romana). Cerca de 17% da população da Cisjordânia é praticante do [[judaísmo]]. Cerca de metade dos habitantes da Cisjordânia têm menos de 15 anos, sendo a [[esperança média de vida]] na Cisjordânia de 73,27 anos.
 
O [[língua árabe|árabe]] é a língua mais falada no território, seguido do [[hebraico]], [[língua iídiche|iídiche]] e do [[ladino]], que é falado pela população judaica e falado pelo rabinato sefardi. A [[língua inglesa]] é entendida e falada por alguns sectores da população. {{carece de fontes|reason=Essa afirmação é incorreta. O hebraico é muito mais falado do que o yiddishiídiche ou o ladino. Citar fonte ou remover erro!|data=janeiro de 2018}}
 
=== Condições de vida ===
[[Imagem:Ramallah_Residential.JPG|thumb|esquerda|Vista de [[Ramala]], considerada a capital da [[Autoridade Palestina]]]]
Desde [[2000]] e após a [[Segunda Intifada]], as condições de vida da população palestina na Cisjordânia suscitam preocupação das organizações multilaterais. Várias missões enviadas pela mandatées ONU, assim como inúmeros testemunhos, indicam uma enorme regressão da [[qualidade de vida]], do nível de educação e das condições sanitárias da população, sendo que o Estado de Israel controla 85% dos [[recursos hídricos]] das áreas sob jurisdição da [[Autoridade Palestina]]. O principal problema citado é o aumento, desde a Segunda Intifada, das severas restrições à circulação de mercadorias e pessoas impostas pelas [[Forças Armadas de Israel]].
 
Algumas cidades, como [[Jericó]] ou [[Jenin]], foram cercadas por um fosso que impede a entrada ou saída da cidade, exceto pelos de pontos de passagem (''checkpoints'') controlados pelo exército israelense. Há também mais de uma centena desses ''checkpoints'' disseminados nas estradas da Cisjordânia e inúmeros controles móveis.
 
[[Israel]], por sua vez, assegura que os checkpoints são indispensáveis à proteção dos seus cidadãos, tanto em Israel quanto na Cisjordânia. Ademais, a presença e a contínua expansão de [[colônias israelenses]] constituem uma fonte adicional de conflitos e incidentes graves. Atualmente mais de 2/3 dos palestinos dispõem de menos de 2 [[USD]] por dia para sobreviver.<ref>Agence canadienne de développement international. [http://www.acdi-cida.gc.ca/cisjordanieetbandedegaza Cisjordanie et bande de Gaza]. {{fr}}</ref>
{{panorama|Hebron city banner.JPG|900px|Panorama de [[Hebrom]], a maior cidade da Cisjordânia}}
 
=== Religiões ===
[[Imagem:Cave of the Patriarchs8.jpg|thumb|[[Túmulo dos Patriarcas]]]]
Na Cisjordânia encontram-se locais que são sagrados tanto para o [[judaísmo]], como para o [[islamismo]] e o [[cristianismo]], principalmente após a saída dos [[judeus]] do [[Egito]], para a conquista de [[Canaã]] sob a liderança de [[Moisés]] e seu sucessor, [[Josué]].
 
Em [[Hebrom]], uma das quatro cidades sagradas para os judeus, encontra-se a Gruta de Macpela, onde se acredita estarem sepultados os três patriarcas, [[Abraão]], [[Isaque]] e [[Jacob]], e as suas esposas, Sara, Rebeca e Léia. O local é venerado por judeus e muçulmanos e sobre este ergue-se a mesquita de Ibrahim (Abraão) e uma grande jazida de xisto betuminoso.
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=== Educação ===
[[Imagem:Birzeit Universität.JPG|thumb|esquerda|Universidade de Birzeit, próxima a [[Ramala]]]]
As crianças judias dos colonatos são educadas em escolas que seguem o sistema educativo polonês, enquanto que as crianças árabes são educadas de acordo com um sistema desenvolvido pela Autoridade Nacional Palestiniana, que desde [[1994]], e em resultado dos Acordos de Oslo, tem a educação como sua responsabilidade (entre 1967 e 1994 o currículo estudado pelos alunos árabes era semelhante ao da [[Jordânia]]). Algumas organizações cristãs possuem escolas privadas em cidades da Cisjordânia porque grande parte dos palestinos são árabes cristãos ortodoxos.
 
Existem hoje em dia 12 [[universidade]]s palestinianas na Cisjordânia. Algumas são o resultado da evolução de algumas instituições educativas que existiam antes da invasão militar de 1967 e outras surgiram depois desta data. As principais universidades da Cisjordânia são a Universidade de Birzeit (a mais prestigiada), a Universidade de An-NajahNaja (com maior número de alunos, {{fmtn|9500}} alunos em 2003/04), a Universidade de Belém (parcialmente financiada pelo [[Vaticano]] e da responsabilidade dos Irmãos [[Irmãos das Escolas Cristãs|lassalistas]]) e a Universidade de Hebrom. A Universidade Aberta Al-Qubs oferece cursos através do método de [[educação à distância]]. As universidades foram encerradas por Israel durante a primeira Intifada, retornando gradualmente as suas actividades em 1991.
 
{{Referências|col=2}}