Livro de Daniel: diferenças entre revisões

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Adicionei uma referência do artigo publicado pelo professor Kirk MacGregor (https://www.mcpherson.edu/philosophy-religion/faculty/name/kirk-macgregor/) na qual são refutadas as incoêrencias. Como podem ver no link posto ele é bem considerado no mundo academico.
Linha 84:
É verdade que Daniel descreve alguns acontecimentos que ainda hoje não podem ser verificados por meio dos documentos de que dispomos. Um desses acontecimentos é a loucura de Nabucodonosor, que não se menciona em nenhum registro babilônico que exista hoje. A ausência de comprovação de uma incapacidade temporária do maior rei do Império Neo-Babilônico não é um fenômeno estranho num tempo quando os registros reais só continham narrações dignas de louvor. Dário, o Medo, cujo verdadeiro lugar na história não foi estabelecido por fontes fidedignas alheias à Bíblia, é também um enigma histórico. Encontram-se insinuações quanto a sua identidade nos escritos de alguns autores gregos e em informação fragmentaria de fontes cuneiformes.
 
As outras supostas dificuldades históricas que confundiam aos comentaristas conservadores de Daniel, foram resolvidas pelo aumento do conhecimento histórico que nos proporcionou a arqueologia. Mencionaremos a seguir alguns destes problemas mais importantes que já foram resolvidos<ref>https://www.researchgate.net/publication/318725539_A_Contemporary_Defense_of_the_Authenticity_of_Daniel</ref>:
 
* '''A suposta discrepância cronológica entre Daniel 1:1 e Jeremias 25:1'''. Jeremias, que segundo o critério geral dos eruditos é uma fonte histórica digna de confiança, sincroniza o 4.º ano de Joaquim de Judá com o primeiro ano de Nabucodonosor da Babilônia. No entanto, Daniel fala que a primeira conquista de Jerusalém efetuada por Nabucodonosor ocorreu no terceiro ano de Joaquim, com o que indubitavelmente afirma que o primeiro ano de Nabucodonosor coincide com o terceiro ano de Joaquim. Antes da descoberta de registos dessa época que revelam os variados sistemas de computar nos anos de reinado dos antigos monarcas, os comentaristas tinham dificuldade para explicar esta aparente discrepância. Tratavam de resolver o problema supondo uma corregência de Nabucodonosor com seu pai [[Nabopolasar]] ou pressupondo que Jeremias e Daniel localizavam os acontecimentos segundo diferentes sistemas de datas: Jeremias segundo o sistema judeu e Daniel segundo o babilônico. Ambas explicações já não são válidas. Resolveu-se a dificuldade ao descobrir que os reis babilônios, como os de Judá desse tempo, contavam os anos de seus reinados segundo o método do "ano de ascensão". O ano em que um rei babilônio ascendia ao trono não se contava oficialmente como seu primeiro ano, mas como o ano de ascensão ao trono. Seu primeiro ano, é o primeiro ano completo no calendário, não começava até o próximo dia de ano novo, quando, numa cerimônia religiosa, tomava as mãos do deus babilônico Bel. Também sabemos por [[Josefo]] e pela [[Crônica Babilônica]] (documento que narra os acontecimentos dos onze primeiros anos de Nabucodonosor, descoberto em 1956) que Nabucodonosor estava empenhado numa campanha militar na [[Palestina (região)|Palestina]] contra [[Antigo Egito|Egito]] quando seu pai morreu e ele tomou o trono. Portanto, Daniel e Jeremias concordam completamente. Jeremias sincronizou o primeiro ano do reinado de Nabucodonosor com o quarto ano de Joaquim, enquanto Daniel foi tomado cativo no ano que subiu ao trono Nabucodonosor, ano que ele identifica como o terceiro de Joaquim.