Afonso Henriques: diferenças entre revisões

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===Política interna===
====Boa relação com judeus====
O reinado de Afonso Henriques ficou marcado pela tolerância para com os [[judeus]]. Estes estavam organizados num sistema próprio, representados politicamente pelo grão-[[rabino]] nomeado pelo rei. Um destes grão-rabinos, [[Yahia Ben Yahia]] foi escolhido pelo monarca para a tarefa de coletar impostos no reino. Com esta escolha teve início uma tradição de escolher judeus para a área financeira e de manter um bom entendimento com as comunidades judaicas, que foi seguida pelos seus sucessores.
 
===Política externa, 1146-1169===
====Aliança a Saboia, 1146-1157====
Alguns historiadores sugerem que o casamento de Afonso Henriques estaria relacionado com o plano delineado pelo [[Papa Eugénio III]], antigo monge [[Ordem de Cister|cisterciense]], e pelo seu mentor e abade, [[Bernardo de Claraval]], de lançar a Segunda Cruzada como reacção à tomada de [[Edessa]], na [[Síria]] (1144). Repare-se que [[Mafalda de Saboia]], era aparentada com grandes agentes desta cruzadaː para além de filha do conde [[Amadeu III de Saboia]], um dos barões mais empenhados nessa cruzada<ref name="NG"/>, era também sobrinha de [[Luís VII de França]]. Mesmo que assim não fosse, a proximidade de Saboia à Borgonha, ducado de origem do pai de Afonso Henriques, poderia ter exercido uma influência adicional na opção do rei.<ref name="NG"/>
 
====A Divisão da ''Hispânia''ː os reinos de Leão e Castela, 1157====
Até 1157, os reinos de Leão e Castela estiveram unidos sob a cetro de [[Afonso VII de Leão e Castela]], primo de Afonso Henriques, que retomou inclusivamente o título do avô, ''Imperador da Hispânia''. Contudo, a morte do Imperador neste ano de 1157 viria a alterar uma vez mais a política peninsular e as circunstâncias. Os reinos foram divididos pelos dois filhos mais velhos de Afonso VIIː o [[Sancho III de Castela|infante Sancho]] reinaria sobre o [[Reino de Castela]], e o [[Reino de Leão]] ficaria sob a alçada do [[Fernando II de Leão|infante Fernando]].
 
====A problemática leonesa e o Cerco de Badajoz====
====Cerco de Badajoz (1169)====
{{Artigo principal|vt=s|Cerco de Badajoz}}
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Esta campanha teve como resultado um [[tratado de paz]] entre ambos os reinos, assinado em [[Pontevedra]], em virtude do qual Afonso foi libertado, com a única condição de devolver a Fernando cidades estremenhas (da [[Estremadura (Espanha)|Estremadura]] espanhola) tais como [[Cáceres (Espanha)|Cáceres]], [[Badajoz]], [[Trujillo (Espanha)|Trujillo]], [[Santa Cruz de la Sierra (Espanha)|Santa Cruz]] , [[Monfragüe]] e [[Montánchez]], que havia conquistado a Leão. Estabeleciam-se assim as [[fronteira]]s de [[Portugal]] com [[Reino de Leão|Leão]] e a [[Galiza]]. E mais tarde, quando os muçulmanos sitiaram [[Santarém (Portugal)|Santarém]], o leonês auxiliou imediatamente o rei português.
Povoador das terras de Riba-Côa, em 1161 Ibn Errik (“filho de Henrique”, o nome dado pelas fontes muçulmanas a Afonso Henriques) via o rei leonês criar mesmo junto à sua área de influência, com o possível apoio de figuras da nobreza portuguesa regional entretanto bandeadas para a corte de Leão, um novo centro político – a urbe de Ciudad Rodrigo.
 
===Política interna===
====Boa relação com judeus====
O reinado de Afonso Henriques ficou marcado pela tolerância para com os [[judeus]]. Estes estavam organizados num sistema próprio, representados politicamente pelo grão-[[rabino]] nomeado pelo rei. Um destes grão-rabinos, [[Yahia Ben Yahia]] foi escolhido pelo monarca para a tarefa de coletar impostos no reino. Com esta escolha teve início uma tradição de escolher judeus para a área financeira e de manter um bom entendimento com as comunidades judaicas, que foi seguida pelos seus sucessores.
 
Esta fundação desencadearia um conflito entre os dois reinos, que José Mattoso denomina sem hesitar “Guerra com Leão”. De início, prevaleceu a vantagem portuguesa. Até 1165, D. Afonso Henriques lançou incursões repetidas contra a Galiza e, em princípios de 1163, praticou mesmo actos de soberania em Salamanca, com o apoio dos cavaleiros salamantinos prejudicados por Fernando II e contra ele rebelados devido à fundação de Ciudad Rodrigo. Em 1165, o rei português viria a conseguir que o leonês se tornasse seu genro através do casamento de sua filha D. Urraca com o príncipe leonês. Do enlance, nasceria o futuro Afonso IX, rei de Leão.
===Política externa, 1146-1169===
====Aliança a Saboia, 1146-1157====
Alguns historiadores sugerem que o casamento de Afonso Henriques estaria relacionado com o plano delineado pelo [[Papa Eugénio III]], antigo monge [[Ordem de Cister|cisterciense]], e pelo seu mentor e abade, [[Bernardo de Claraval]], de lançar a Segunda Cruzada como reacção à tomada de [[Edessa]], na [[Síria]] (1144). Repare-se que [[Mafalda de Saboia]], era aparentada com grandes agentes desta cruzadaː para além de filha do conde [[Amadeu III de Saboia]], um dos barões mais empenhados nessa cruzada<ref name="NG"/>, era também sobrinha de [[Luís VII de França]]. Mesmo que assim não fosse, a proximidade de Saboia à Borgonha, ducado de origem do pai de Afonso Henriques, poderia ter exercido uma influência adicional na opção do rei.<ref name="NG"/>
 
====A Divisão da ''Hispânia''ː os reinos de Leão e Castela, 1157====
 
====A aliança com Aragão, 1160-1185====