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Historicamente, as principais bases navais britânicas sempre foram situadas perto do [[Canal da Mancha]], para melhor posicionamento das [[esquadra]]s frente às agressões dos velhos inimigos [[França|franceses]], [[Países Baixos|holandeses]] e [[Espanha|espanhóis]]. Em [[1904]], em resposta à construção de uma grande marinha de guerra pela [[Alemanha]] dos [[kaiser]]s, o governo decidiu pela necessidade de uma base no [[norte]] do país, de maneira a controlar as entradas do [[Mar do Norte]]. Outras localidades foram consideradas, porém o atraso nas obras das fortificações requeridas para uma base naval, as pegaram sem defesas com o início da I Guerra Mundial.
 
'''Scapa Flow''' havia sido usada diversas vezes como área de exercícios navais no período anterior à guerra, e no momento em que a frota precisou se mover ao norte, o porto foi o local escolhido para acolher as principais belonaves da [[Marinha Real Britânica]], apesar de também não ser ainda plenamente fortificada contra os ataques inimigos.
 
Apesar do constante nervosismo dos [[almirante]]s britânicos com a segurança do porto contra o ataque de [[submarino]]s e [[destróier]]es inimigos, o que causou um ritmo frenético de obras no lugar a partir da eclosão dos conflitos, com a instalação de grande quantidade de [[mina naval|minas]], [[artilharia]] costeira e barreiras de [[concreto]] por toda a [[baía]], Scapa Flow resistiu bem aos ataques de dois submarinos que sofreu durante a guerra, com os possíveis danos evitados pelas sofisticadas defesas submarinas ali instaladas, como redes de aço submersas de proteção na entrada do porto, e sendo detectados por [[hidrofone]]s e destruídos por minas ali instaladas.
 
Em seguida à derrota alemã na IPrimeira Guerra Mundial, 74 navios da marinha do [[KaiserMarinha Imperial Alemã]] foram ali internados à espera da decisão sobre seu futuro pelo [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]]]]. Com seu destino adiado e indefinido, em [[21 de julho]] de [[1919]], aproveitando que o grosso da frota britânica havia deixado o porto para exercícios em alto mar, o comandante alemão dos navios ali fundeados deu ordens a seus subordinados para que [[Afundamento da frota alemã em Scapa Flow|afundassem os próprios navios]], para impedir que acabassem caindo de vez em mãos britânicas. QuarentaCinquenta e umdois destes navios foram afundados, com a perda de nove vidas, as últimas perdas oficiais da IPrimeira Guerra Mundial.
 
[[Ficheiro:U-47 raid.svg‎|250px|esquerda|thumb|Gráfico do ataque do submarino alemão ''[[U-47]]'' ao HMS ''Royal Oak'' (08) em Scapa Flow.]]
Estabelecida como a grande base naval no período entre guerras, '''Scapa Flow''' viria a sofrer o seu maior e mais audaz ataque no início da II Guerra Mundial. Em [[14 de outubro]] de [[1939]], o submarino alemão [[U-47]], comandando pelo [[capitão]] [[Günther Prien]], penetrou nas defesas do porto e torpedeou o [[encouraçado]] [[HMS Royal Oak (08)|HMS ''Royal Oak'']], ali fundeado, causando a perda de 833 vidas.
 
O fato – que levou Prien a ser condecorado em pessoa por [[Adolf Hitler]] – fez com que [[Winston Churchill]], então Primeiro Lorde do Almirantado (correspondente nos países lusófonos a [[Ministro da Marinha]]), ordenasse a construção de uma série de bloqueios nos acessos orientais da baía, trabalho realizado por centenas de [[prisioneiros de guerra]] [[Itália|italianos]] alojados na Escócia. Estes bloqueios, ainda existentes e chamados de “Barreiras de Churchill”, permitem a ligação por terra entre algumas das ilhas à entrada de '''Scapa Flow''', apesar de impedirem o tráfego marítimo na região.
 
Três dias após este ataque, o porto foi novamente atingido, desta vez por quatro bombardeiros da [[Luftwaffe]], num dos primeiros ataques aéreos sofrido por território britânico durante a guerra, que danificou seriamente o mais antigo navio ali ancorado, o [[encouraçado]] HMS ''Iron Duke''.
 
== Scapa Flow hoje ==