Teodósio: diferenças entre revisões

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'''Teodósio I''', dito '''o Grande''' (nascido '''Flávio Teodósio''', desde 19 de Janeiro de 379, em [[latim]] ''Dominus Noster'' ''Flavius Theodosius Augustus''; à sua morte, ''Divus Theodosius'' ([[Coca (Segóvia)|Coca]], [[Hispânia]], [[11 de janeiro]] de [[347]] - [[Milão]], [[17 de janeiro]] de [[395]]), foi um [[imperador romano]] desde 379 até à sua morte. Promovido à dignidade imperial após o [[Batalha de Adrianópolis|Desastre de AdrianopolisAdrianópolis]], primeiro compartilhou o poder com [[Graciano]] e [[Valentiniano II]]. Em 392, Teodósio reuniu as porções oriental e ocidental do império, sendo o último imperador a governar todo o mundo romano. Após a sua morte, as duas partes do [[Império Romano]] cindiram-se, definitivamente, em [[Império Romano do Oriente]] e [[Império Romano do Ocidente]].<ref name=":2">{{citar web|URL = http://nominis.cef.fr/contenus/saint/450/Saint-Theodose-Ier.html|título = Saint Théodose Ier}}</ref>
 
No que diz respeito à política religiosa, tomou a transcendental decisão de fazer do [[cristianismo niceno]] ou [[catolicismo]] a [[religião oficial]] do Império mediante o [[Édito de Tessalónica|Édito de Tessalônica]] de 380.<ref name=":2" />
 
== Origens e carreira ==
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== Guerras civis no império ==
[[Imagem:Theodosius I's empire.png|thumb|upright=1.5|Império Romano em 395]]
Após a morte de [[Graciano]] em 383, o interesse de Teodósio centrou-se no [[Império Romano do Ocidente]] já que o usurpador [[Magno Máximo]] havia tomado todas as província do Ocidente salvo Itália. A ameaça auto-proclamada era hostil aos interesses de Teodósio, já que o imperador reinante, [[Valentiniano II]], inimigo de Máximo, era seu aliado. Teodósio, no entanto, foi incapaz de fazer alguma coisa com Máximo devido à sua inadequada capacidade militar e assim viu-se forçado a manter a sua atenção sem assuntos locais. No entanto, quando Máximo começou a invasão de Itália em 387, Teodósio viu-se forçado a entrar em ação. Os exércitos de Teodósio e Máximo encontraram-se em 388 em Petóvio e Máximo foi derrotado. A 28 de agosto de 388 Máximo doifoi executado.<ref>Williams y Friell, 1994, p.&nbsp;64.</ref>
 
Surgiram de novo problemas, depois de se encontrar Valentiniano enforcado em casa. O [[mestre dos soldados]] [[Arbogasto]] atribuiu-o a um suicídio. Arbogasto, incapaz de assumir o papel de imperador, elegeu [[Flávio Eugénio]], anteriormente mestre de retórica. Eugénio começou um programa de restauração da [[Paganismo|fé pagã]], e procurou, em vão, o reconhecimento de Teodósio. Em janeiro de 393, Teodósio deu a seu filho [[Honório]] o título de Augusto do Ocidente, aludindo à falta de legitimidade de Eugénio.<ref name=":1">Williams y Friell, 1994, p.&nbsp;129.</ref>
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=== Morte do Imperador Romano do Ocidente Valentiniano II ===
A 15 de maio de 392 [[Valentiniano II]] foi encontrado enforcado na sua residência na cidade de [[Vienne (departamento)|Vienne]] na [[Gália]]. O pagão e soldado franco [[Arbogasto]], protetor de Valentiniano e ''[[Magister Militum|magister militum]], ''afirmou que era um suicídio. Arbogasto e Valentiniano haviam disputado frequentemente o governo sobre o Império romano do Ocidente, e Valentiniano também se havia queixado do controlo de Arbodasto sobre Teodósio. Assim quando a noticia da sua morte chegou a Constantinopla, Teodósio acreditou, no menos suspeito, que Arbogasto estava mentindo e que havia tramado o desaparecimento de Valentiniano. Estas suspeitas aumentaram com a elevação por Arbogasto de um tal Eugénio, oficial pagão, à posição de Imperador do Ocidente, e as veladas acusações que [[Ambrósio]], o bispo de Milão, lançou durante a oração funebrefúnebre por Valentiniano.<ref name=":0" />
 
A morte de Valentiniano II fez estalar a guerra civil entre Eugénio e Teodósio sobre o governo do Ocidente na [[Batalha do rio Frígido|batalha do Frígido]]. O resultado, a vitória oriental, levou à última e breve unificação do Império Romano sob Teodósio, e à última e irreparável divisão do Império após a sua morte.
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Teodósio participou em ações dos cristãos contra os principais lugares pagãos: a destruição do gigantesco Serapeu de Alexandria por soldados e cidadãos cristãos locais em 392, de acordo com as fontes cristãs autorizadas por Teodósio (''extirpium malum''),para ser vista em contraste com um complicado fundo de violência menos espectacular na cidade:<ref>Michael Routery 1997</ref> [[Eusébio de Cesareia|Eusébio]] menciona lutas de rua em Alexandria entre cristãos e não cristãos já no ano de 249, e os não cristãos haviam participado nas lutas a favor e contra de&nbsp;[[Atanásio]] em 341 e 356. «Em 363 matarão o bispo Jorge por actos repetidos de manifesto escândalo, insulto e pilhagem dos tesouros mais sagrados da cidade».<ref name=":7">{{citar livro|título = Christianizing the Roman Empire A.D|sobrenome = Ramsay|nome = McMullan}}</ref>&nbsp;Que a destruição do Serapeu significara a destruição ou saque da biblioteca, que a biblioteca houvera deixado de existir antes, ou que os fundos foram conservados noutro lugar, é um assunto que ainda não está claro.
 
Por decreto de 391, Teodósio acabou também com os subsídios que ainda escorriam em alguns restos de paganismo civil greco-romano. O fogo eterno do [[Templo de Vesta]], no [[Fórum Romano|Forum Romano]], foi extinguido e as [[virgens vestais]] foralforam dissolvidas. As pessoas que celebravam algum [[Auspício|auspicio]] e/ou praticavam os rituais pagão seriam castigados. Membros pagãos do [[Senado romano|senado]] em Roma apelaram a Teodósio para restaurar o [[Altar da Vitória]] na sede do senado, mas este negou-se. Depois dos últimos [[Jogos Olímpicos da Antiguidade|Jogos Olímpicos]] de 393, Teodósio cancelou os jogos, rotulando-os de [[pagãos]]. Acabou-se assim com o cálculo das datas pelas [[Olimpíadas]]. Agora Teodósio representa-se a si mesmo nas moedas segurando o [[lábaro]].<ref name=":7" />
 
A aparente mudança de política que se observa nos «decretos teodosianos» tem sido atribuída frequentemente à crescente influência de [[Ambrósio]], bispo de Milão. Merece a pena destacar que em 390, Ambrósio havia excomungado Teodósio, que recentemente havia ordenado o [[Massacre de Tessalônica|massacre]] de {{fmtn|7000}} habitantes de [[Salonica|Salônica]],<ref>{{citar livro|título = Byzantium: The Early Centuries|sobrenome = Norwich|nome = J. J.|edição = |local = |editora = |ano = 1988|página = |isbn = }}</ref> em resposta ao assassinato do seu governador militar estabelecido na cidade, e que Teodósio levou a cabo vários meses de penitência pública. A excomunhão foi temporária e Ambrósio não o readmitiu até que Teodósio mostrasse público arrependimento, demonstrando assim a sua autoridade frente ao imperador.
 
== Morte ==