Mwene Nzinga Mbandi: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Fazendo correcções línguisticas
m Foram revertidas as edições de 154.127.180.220 para a última revisão de André Koehne, de 07h15min de 11 de janeiro de 2019 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Linha 1:
{{sem notas|data=abril de 2016}}
{{Info/Biografia
| nome = Ngola NjingaNzinga Mbande Mbandi
| nome_completo = NjingaNzinga MbandiMbande Cakombe
| imagem = Ann Zingha.jpg
| imagem_tamanho =
| nascimento_data = 1583
| nascimento_local =
| morte_data = 17 de dezembro de 1663
| morte_local = [[Reino da Matamba]]
| legenda = Retrato do século XIX da rainha Ginga
| escola =
| interesses = [[Política]]; [[Liberdade]]; [[Paz]]; [[Povo Mbundo]]
| ocupação = ''Ngola'' (Rainha)
| influências =
}}
{{História de Angola}}
'''NjingaNzinga MbandiMbande Cakombe''' (''[[Circa|c.]]'' [[1583]] — [[Reino da Matamba]], [[17 de dezembro]] de [[1663]]), também conhecida como '''Ngola NjingaNzinga MbandiMbande''' ou '''Dona Ana de Sousa''' - nome dado após sua conversão politica ao cristianismo -, mas também conhecida, em menores proporções, como '''Rainha N'Ginga''', '''Rainha Ginga''', '''Rainha Nzinga''', '''Nzinga I''', '''rainha Nzinga Ndongo''', '''Nzinga Mbandi''', '''Jinga''', '''Singa''', '''Zhinga''', '''Ginga''', '''Ana Nzinga''', '''Ngola Nzinga''', '''Nzinga de Matamba''', '''Rainha Nzingha de Ndongo''', '''Ann Nzingha''', '''Nxingha''' e '''Mbande Ana Nzingha''', foi uma [[rainha]] (''Ngola'') dos [[reino]]s do [[Reino do Ndongo|Ndongo]] e de [[Reino da Matamba|Matamba]], no Sudoeste de [[África]], no [[século XVII]]. O seu [[título]] [[Rei|real]] na língua [[kimbundu]], ''Ngola'', foi o nome utilizado pelos [[Portugal|portugueses]] para denominar aquela região ([[Angola]]).<ref>[https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2018/06/05/a-rainha-guerreira-que-liderou-resistencia-aos-portugueses-na-africa-e-se-tornou-simbolo-do-anticolonialismo.htm A rainha africana que liderou resistência aos portugueses e se tornou símbolo] BOL </ref>
 
== Biografia ==
[[Ficheiro:Nzinga Mbandi Queen of Ndongo and Matamba Portuguese.pdf |300px|left|thumb|[[História em quadrinhos]] sobre Nzinga Mbandi Rainha de Ndongo, produzida por [[Pat Masioni]] para a [[UNESCO]]]]<br>
Nzinga viveu durante um período em que o [[Escravidão em África|tráfico de escravos africanos]] e a consolidação do poder dos portugueses na região estavam a crescer rapidamente. Era filha de JingaNzinga a MbandIMbande Ngola KiluanjiKiluaje e de Guenguela Cakombe, e irmã do ''ngola'' [[Ngola Mbandi]] (o [[Régulo (governante)|régulo]] de Matamba), que, tendo se revoltado contra o domínio português em [[1618]], foi derrotado pelas forças sob o comando de [[Luís Mendes de Vasconcelos]]. O seu nome surge nos registos históricos três anos mais tarde, como uma enviada de seu irmão, numa conferência de paz com o governador português de [[Luanda]]. Após anos de incursões portuguesas para capturar escravos, e entre batalhas intermitentes, NjingaNzinga negociou um [[tratado]] de termos iguais, [[Conversão (religião)|converteu-se]] ao [[cristianismo]] de forma politica e estratega para fortalecer o tratado e adotou o nome de baptismoportuguês "dona Ana de Sousa".
 
No ano subsequente, entretanto, reiniciaram-se as hostilidades. Dois motivos alternativos costumam ser apontados:
Linha 26:
*Ngola Mbandi teria se revoltado novamente, fazendo grandes ofensas aos portugueses e derrotando as tropas do governador português [[João Correia de Sousa]] em [[1621]]. Dona Ana, entretanto, teria permanecido fiel aos portugueses, a quem teria auxiliado por vingança ao assassinato, pelo irmão, de um filho seu. Tendo [[veneno|envenenado]] o irmão, sucedeu-lhe no poder.
 
*tendo os termos do tratado sido rompidos por Portugal, dona Ana pediu a seu irmão para interceder e lutar contra a invasão portuguesa. Diante da recusa de seu irmão, NjingaNzinga, pessoalmente, formou uma aliança com o povo [[Jagas|Jaga]], desposando o seu chefe e, subsequentemente, conquistando o reino de Matamba. Ganhou notoriedade durante a guerra por liderar pessoalmente as suas tropas e por ter proibido as suas tropas de a tratarem como "Rainha", preferindo que se dirigissem a ela como "Rei". Em [[1635]], encontrava-se disponível para formar uma [[coligação]] com os reinos do [[Reino do Kongo|Kongo]], [[Kassanje]], [[Dembos]] e [[Kissama]].
 
Como soberana, rompeu os compromissos com Portugal, abandonando a religião [[catolicismo|católica]] e praticando uma série de [[violência]]s não só contra os portugueses, mas também contra as populações tributárias de Portugal na região do Ndembo. O [[governador de Angola]], [[Fernão de Sousa]], moveu-lhe guerra exemplar, derrotando-a em batalha em que lhe matou muita gente e aprisionando-lhe duas irmãs, Cambe e FunjeFunge. Estas foram trazidas para Luanda e batizadas, respectivamente com os nomes de Bárbara e Engrácia, tendo retornado em [[1623]] para Matamba.
 
A rainha manteve-se em paz por quase duas décadas até que, diante do plano de [[Ocupação holandesa de Angola|conquista de Angola por forças da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais]], percebeu uma nova oportunidade de resistir. Traída eventualmente pelos Jagas, formou uma aliança com os [[Países Baixos|holandeses]], que, à época, ocupavam [[Nova Holanda|boa parte da Região Nordeste do Brasil]]. Com o auxílio das forças de NjingaNzinga, os holandeses conseguiram ocupar Luanda de [[1641]] a [[1648]].
 
[[Ficheiro:Queen Nzinga 1657.png|thumb|300px|left|Ilustração da rainha Nzinga em negociações de [[paz]] com o [[governador de Angola|governador português]] em [[Luanda]] em [[1657]]]]
 
Em Janeiro de [[1647]], [[Gaspar Borges de Madureira]] derrotou as forças de NjingaNzinga, aprisionando sua irmã, dona Bárbara. Com a reconquista definitiva de Angola pelas forças portuguesas de [[Salvador Correia de Sá e Benevides]], retirou-se para Matamba, onde continuou a resistir.
 
Em [[1657]], um grupo de [[missionário]]s [[franciscanos|capuchinhos]] [[Itália|italianos]] convenceram-na a retornar à [[Catolicismo|fé católica]] e, então, o governador de Angola, [[Luís Martins de Sousa Chichorro]], restituiu-lhe a irmã, que ainda era mantida cativa.
 
Em [[1659]], dona Ana assinou um novo tratado de paz com Portugal. Ajudou a reinserir antigos [[Escravidão em África|escravos]] e formou uma [[economia]] que, ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos. NjingaDona MbandiAna faleceu de forma pacífica aos oitenta anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal.
 
Após a sua morte, 7 000 soldados da rainha NjingaGinga foram [[Tráfico de escravos para o Brasil|levados para o Brasil]] e vendidos como escravos. Os portugueses passaram a controlar a área em [[1671]]. Em certas áreas, Portugal não obteve controle total até o [[século XX]], principalmente devido ao seu tipo de colonização, centrado no [[litoral]].
 
== Influência ==
No [[Brasil]], o nome da rainha NjingaGinga é referido em vários [[Folguedo|folguedos]] da [[Folia de Reis|Festa de Reis]] dos negros do [[Nossa Senhora do Rosário|Rosário]], onde [[Congado|reis de congo]] católicos lutam contra reis que não aceitavamaceitam o cristianismo.
 
== Filme em seu Tributo: "Njinga -Rainha de Angola" ==