Anticapitalismo: diferenças entre revisões
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O '''anticapitalismo''' descreve uma ampla variedade de movimentos, [[ideologia]]s, atitudes de oposição e [[Corrente (ideologia)|correntes]] de pensamento e ação que opõem-se ao [[capitalismo
Mais recentemente, o termo anticapitalista foi também utilizado para designar o esforço de convergência das diversas vertentes do [[movimento social]]: o [[Ambientalismo|movimento ambientalista]], o [[feminismo|movimento feminista]], o [[movimento operário]] etc. Este sentido se difundiu principalmente no final dos anos 1990 com o movimento de resistência global que buscava reunir esses movimentos que haviam se desenvolvido mais ou menos separadamente a partir dos anos 1960. A utilização do termo anticapitalista neste sentido era um pouco polêmica porque, por um lado, buscava apenas mostrar que os diversos problemas que os movimentos enfrentavam faziam sistema, ou seja, que o desrespeito ao [[meio ambiente]], o sexismo, a [[hierarquia]] e a exploração do trabalho estavam arranjados num só sistema - no entanto, não havia consenso entre os movimentos de que o que dava sistematicidade a esses problemas era o capitalismo entendido como sistema econômico. Por isso, nem todos os movimentos acreditavam que o termo anticapitalista era o mais adequado para indicar a convergência.
== Movimentos, ideologias e tendências anticapitalistas ==
[[Imagem:Anti-capitalism color— Restored.png|thumb|250px|<div style="text-align: center;">
* O [[Socialismo]] propõe o controle [[coletivismo|coletivo]] da [[economia]], o que pode estar associado a controles democráticos ou o controle totalitário sobre o Estado (há filosofias democráticas e autoritárias que se denominam "socialistas).
** O [[Marxismo]] propõe a propriedade coletiva dos [[meios de produção]] para uma futura eliminação total dos vestígios do capitalismo. No marxismo o [[Estado]] atinge seu ponto máximo de existência e controla todos os níveis da vida econômica e social, o [[comunismo]]. Como não existem outras classes sem ser o proletariado, muitos se confundem, acreditando que o Estado deixa de existir, porém o que deixa de existir é o Estado enquanto campo de lutas da burguesia, passando a ser um Estado proletário e total.<ref>Lefebvre, H. Le Marxisme, Presse universitaires de France, collection Que sais-je?, 1948.</ref><ref>Marx, K; Engels, F. Manifesto do Partido Comunista. Editorial "Avante!", Lisboa, Portugal, 1997.</ref>
* O [[Distributismo]] por considerar o capitalismo como um sistema concentrador de propriedade, nas mãos de alguns poucos indivíduos.
* O [[Anarquismo]] propõe a abolição total do Estado e considera o capitalismo como uma dominação social ilegítima, baseado em relações involuntárias e hierarquias coercitivas.<ref>{{Citar enciclopédia |ano= 2011|título = Anarchism|enciclopédia= International Encyclopedia of Political Science|editora= Bertrand Badie|local= Thousand Oaks|isbn= }}</ref>{{Sfn|Bancal|1984|p=175}} Tradicionalmente, as [[correntes do anarquismo]] opõem-se integralmente ao capitalismo,{{Sfn|Corrêa|2014|p=104}}{{Sfn|Bakunin|2007|p=17}} todavia, há tendência minoritária dentro do anarquismo, conhecidas como [[anarco-capitalismo]] e [[anarco-individualista]], que incorporam o capitalismo em sua filosofia.<ref name="books.google.com.ec">[http://books.google.com.ec/books?id=yxNgXs3TkJYC&pg=PA13&dq=anarcho-capitalism&lr=&client=firefox-a#v=onepage&q=anarcho-capitalism&f=false Anarcho-capitalism. The Encyclopedia of Libertarianism] p. 13, escrito por Ronald Hamowy, SAGE</ref>{{Socialismo libertário}}.
==Socialismo==
{{Main|Socialismo}}
Socialismo defende a posse e admistração pública ou direta pelo trabalhador dos [[meios de produção]] e a alocação de recursos, e uma sociedade caracterizada pelo acesso igual dos recursos por todos indivíduos, com um método de compensação [[Igualitarismo|igualitário]].<ref name="SocialismAVeryShortIntroduction">''Newman, Michael''. (2005) ''Socialism: A Very Short Introduction'', Oxford University Press, {{ISBN|0-19-280431-6}}</ref><ref>"Socialism". Oxford English Dictionary.</ref>
[[File:Karl Marx 001.jpg|thumb|[[Karl Marx]], one of the "founding fathers" of anti-capitalist thought]]
# Uma teoria ou política de organização social que defende a posse e controle democrático dos meios de produção, pelos trabalhadores ou pela comunidade como um todo, e sua admistração ou distribuição no interesse de todos.
# Socialistas defendem uma economia [[Cooperativismo|cooperativista]],<ref>{{cite web |url=https://www.britannica.com/topic/socialism |title=Socialism |date=2008 |website=[[Encyclopædia Britannica]]}}</ref> com um controle democrático das pessoas sobre o estado, apesar de existirem filosofias não democráticas. A propriedade do "Estado" ou da "cooperativa de trabalho" faz uma fundamental oposição a propriedade "privada" dos [[meios de produção]], que é uma característica fundamental do capitalismo. Muitos socialistas acreditam que o capitalismo concentre poder, riqueza e lucro de forma injusta por um pequeno segmento da sociedade que controla o [[Capital (Economia|capital]] e as riquezas derivadas da [[Exploração do trabalho|exploração]].
De acordo com os socialistas, a acumulação do capital geraria desperdício que requiririam caras medidas regulatórias. Apontam que esse processo gera indústrias desperdiçadoras e praticas que só existem para criar demanda suficiente para vendas lucrativas como ([[Publicidade|publicidade e propaganda]]); portanto, ao invés de satisfazer as demandas econômicas.<ref>[http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html ] {{webarchive |url=https://web.archive.org/web/20100716140329/http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html |date=July 16, 2010 }}</ref><ref>{{cite web|author=Fred Magdoff and Michael D. Yates |url=http://www.monthlyreview.org/091109magdoff-yates.php |title=What Needs To Be Done: A Socialist View |publisher=Monthly Review |date= |accessdate=2014-02-23}}</ref>
Socialistas defendem que o capistalismo consiste de atividades irracionais, como a compra de bens apenas para em um momento futuro vender, quando haver valorização, ao invés de consumir; argumentam que ''fazer dinheiro'', ou o acumulo de capital, não corresponde a satisfação da demanda.<ref>''Let's produce for use, not profit''. Retrieved August 7, 2010, from worldsocialism.org: {{cite web|url=http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html |title=Archived copy |accessdate=2015-08-18 |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20100716140329/http://www.worldsocialism.org/spgb/may10/page23.html |archivedate=2010-07-16 }}</ref>
Propriedade privada limita o planejamento e leva decisões econômicas que resultam em produção imoral, desemprego e enorme desperdício de recursos materiais durante crises de [[Superprodução|superprodução]]. De acordo com socialistas, propriedade privada dos meios de produção se torna obsoleta quando se concentra nas mãos de instituições centralizadas baseadas na apropriação privada do lucro (mas baseadas em cooperação), até o ponto em que o papel do capitalista se torna redundante.<ref>Engels, Fredrich. ''Socialism: Utopian and Scientific''. Retrieved October 30, 2010, from Marxists.org: http://www.marxists.org/archive/marx/works/1880/soc-utop/ch03.htm, "The bourgeoisie demonstrated to be a superfluous class. All its social functions are now performed by salaried employees."</ref>
Sem necessidade de [[acumulação de capital]] e uma classe de proprietários, a propriedade privada é vista como uma forma de organização econômica obsoleta que deveria ser substuida pela [[Livre associação (comunismo e anarquismo)|livra associação]] de indivíduos baseado na [[propriedade comum]] ou pública dos bens socializados.<ref>''The Political Economy of Socialism'', by Horvat, Branko. 1982. Chapter 1: Capitalism, The General Pattern of Capitalist Development (pp. 15–20)</ref>
Socialistas veem a [[propriedade privada]] como limitante para [[forças produtivas]] na economia.<ref name="Engels Selected Works 1968, p. 40">Marx and Engels Selected Works, Lawrence and Wishart, 1968, p. 40. Capitalist property relations put a "fetter" on the productive forces.</ref>
Os primeiros socialistas ([[Socialismo utópico|socialistas utópicos]] e [[Socialismo ricardiano|socialistas ricardianos]]) criticaram o socialismo pela concentração de [[Poder (filosofia)|poder]] e riqueza por um pequeno segmento da sociedade,<ref>in Encyclopædia Britannica (2009). Retrieved October 14, 2009, from Encyclopædia Britannica Online: http://www.britannica.com/EBchecked/topic/551569/socialism, "Main" summary: "Socialists complain that capitalism necessarily leads to unfair and exploitative concentrations of wealth and power in the hands of the relative few who emerge victorious from free-market competition—people who then use their wealth and power to reinforce their dominance in society."</ref> e não usa toda [[tecnologia]] e recursos disponíveis em seu potencial máximo pelos interesses do público.<ref name="Engels Selected Works 1968, p. 40"/>
==Críticas Religiosas==
* Algumas [[religiões]] criticam alguns aspectos do capitalismo:
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== Ver também ==
{{Commonscat|Anti-capitalism}}
* [[
* [[Anticonsumismo]]
* [[Comunismo]]
* [[Distributismo]]
* [[O Livro Negro do Capitalismo]]
{{Referências}}
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