Muras: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Naocaio (discussão | contribs)
Linha 32:
 
Em 1835, voltam à luta ao se aliarem aos [[cabanos]]. Muras e [[tapuios]] fazem da [[Cabanagem]] um espaço de reconstrução da liberdade perdida e de apropriação de poder. No caso dos muras, o desejo por liberdade custou muitas vidas e sofrimentos. Segundo Moreira Neto (1988), o ponto culminante dos conflitos entre os muras e a sociedade regional foi a sua participação na Cabanagem, ao lado dos rebeldes (Cf.110). Diz ainda que "provavelmente, nenhum dos grandes grupos indígenas da Amazônia pagou preço maior do que os muras ao esforço contínuo de dizimá-los e de expulsá-los de suas praias e lagos tradicionais" (p. 110).
[[Ficheiro:Índio Mura inalando paricá.jpg|miniaturadaimagem|Índio Mura inalando paricá, final do século XVIII.]]
 
A partir de 1863, os muras deixam de ser citados nos relatórios oficiais, o que significa o não envolvimento em conflitos. É o que atesta o autor: "a subtribo mura, os mura-pirarrã, que eram considerados, no século XIX, como os mais arredios e agressivos membros do grupo e que permanecem, ainda hoje, monolíngues e em estado de isolamento"(p. 113). O modo como descreve os muras, no entanto, parece indicar uma resistência que não se extinguiu, mas que apenas se expressa em linguagem diferente que cultiva obstáculos à comunicação com os brancos.