Museu Nacional: diferenças entre revisões

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A coleção iniciada por Pedro I seria ampliada por seu filho, [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]], [[egiptologia|egiptólogo]] amador e colecionador de peças de interesse arqueológico e etnográfico. Entre as adições mais importantes à coleção egípcia do museu originadas por Pedro II, encontrava-se o sarcófago em madeira policromada da cantora de [[Ámon]], [[Sha-Amun-en-su]], da [[Época Baixa]], ofertado como presente ao imperador durante sua segunda viagem ao Egito, em 1876, pelo [[quediva]] [[Ismail Paxá]].<ref name="Guia MN-UFRJ Egito 1"/> O sarcófago nunca foi aberto, conservando ainda a [[múmia]] da cantora em seu interior, característica que lhe conferia notória raridade. Posteriormente, a coleção seria enriquecida por meio de compras e doações, tornando-se, já no começo do século XX, um acervo de tal relevância arqueológica que passou a chamar a atenção de pesquisadores internacionais, como [[Alberto Childe]], que ocupou o cargo de conservador de arqueologia do Museu Nacional entre 1912 e 1938, publicando ainda o ''Guia das Coleções de Arqueologia Clássica do Museu Nacional'', em 1919.<ref name="Barkos 2004 31-35"/><ref name="MN Safra 2007 p 222"/><ref name="Brancaglion 2007"/>
[[imagem:Múmia feminina 02.jpg|thumb|Múmia Kherima. Egito, [[Período Romano]], séculos I-III d.C]]
Destacavam-se na coleção, além da mencionada esquife de Sha-Amun-en-su, outros três [[sarcófago]]s do [[Terceiro Período Intermediário]] e da Época Baixa, pertencentes aos sacerdotes de [[Ámon]], Hori, Pestjef e Harsiese. O museu conservava ainda seis múmias humanas, quatro de adultos e duas de crianças, além de uma pequena coleção de múmias de animais (gatos, íbis, peixes e filhotes de crocodilo). Dentre os exemplares humanos, destacava-se uma múmia feminina do Período Romano considerada raríssima pela técnica de preparação, da qual são conhecidos apenas oito similares no mundo. Chamada "princesa do Sol" ou "princesa Kherima", a múmia possuía os membros e dedos dos pés e das mãos enfaixados individualmente e é ricamente adornada, com faixas pintadas.<ref name="Brancaglion 2007"/> Era um dos itens mais populares do museu, estando relacionada até mesmo a relatos de experiências parapsicológicas e transes coletivos, supostamente ocorridos na década de 1960. Kherima também inspirou o romance ''O Segredo da Múmia'' de [[Everton Ralph]], membro da [[Rosa-cruz|Sociedade Rosa Cruz]].<ref name="Barkos 2004 31-35"/><ref name="MN Safra 2007 p 42">O Museu Nacional, 2007, p. 42.</ref><ref name="Globo Kherima">{{citar web | autor=Grandelle, Renato| titulo= Múmia Kherima intriga pesquisadores do Museu Nacional | publicado = O Globo| url=http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/mumia-kherima-intriga-pesquisadores-do-museu-nacional-10998769| formato= |acessodata=17 de junho de 2016}}</ref>
 
A coleção de [[estela]]s votivas e funerárias somavam dezenas de exemplares que datam, em sua maioria, do Período Intermediário e da Época Baixa. Destacavam-se as estelas de Raia e Haunefer, que apresentam títulos de [[Semita|origem semítica]] presentes na [[Bíblia]] e nos [[Cartas de MáriMari|tabletes cuneiformes de Mari]], além de uma estela inacabada, atribuída ao imperador [[Tibério]], do Período Romano. Também era vasta a coleção de ''[[shabti]]s'', estatuetas representando servidores funerários, sendo particularmente relevantes aquelas pertencentes ao faraó [[Seti I]], escavados em sua tumba no [[Vale dos Reis]]. Ainda no contexto das peças raras, merece menção uma estatueta de uma jovem em [[calcário]] pintado, datada do [[Império Novo]], portando um cone de unguentos sobre a cabeça — uma iconografia que é quase exclusivamente encontrada em pinturas e relevos. Complementando a coleção, havia fragmentos de relevos, máscaras, estatuetas de divindades em bronze, pedra e madeira (incluindo representações de [[Ptah-Sokar-Osiris]]), [[Vaso canópico|vasos canópicos]], tigelas de [[alabastro]], [[Cone funerário|cones funerários]], jóias, amuletos e peças funcionais de naturezas diversas.<ref name="Barkos 2004 31-35"/><ref name="Guia MN-UFRJ Egito 2">{{citar web | autor=| titulo= Guia de Exposições do Museu Nacional - Egito Antigo (II) | publicado = Museu Nacional/UFRJ| url=http://www.museunacional.ufrj.br/guiaMN/Guia/paginas/4/principal10.htm| formato= |acessodata=17 de junho de 2016}}</ref><ref name="Brancaglion 2007"/>
 
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