Golpe de Estado no Brasil em 1964: diferenças entre revisões

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Segundo a análise do CPDOC-FGV, havia fatores históricos que posicionavam as [[Forças Armadas do Brasil]] contra o [[comunismo]], acentuando a polarização [[ideológica]] no Brasil<ref>[http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/O_anticomunismo_nas_FFAA Departamento de Documentação Histórica da Fundação Getúlio Vargas - O anticomunismo nas Forças Armadas], por Celso Castro.</ref>:
* ''A percepção de um "perigo comunista" no Brasil passou por um processo de crescente "concretização", até atingir seu clímax com a [[Intentona Comunista|Revolta de 1935]]. Assim, após a [[Revolução Russa de 1917]], tiveram lugar no país a criação do Partido Comunista do Brasil (depois [[Partido Comunista Brasileiro]] – PCB) em 1922; a conversão do líder [[tenentista]] [[Luís Carlos Prestes]] ao [[comunismo]], em maio de 1930, e sua ida para a [[União Soviética]], no ano seguinte; e o surgimento, em março de 1935, da [[Aliança Nacional Libertadora]], dominada pelos comunistas. Se em 1917 o comunismo no Brasil era visto ainda como um perigo remoto, "alienígena" e "exótico", aos poucos ele foi se tornando mais próximo.''
* ''A frustrada [[Intentona Comunista|revolta comunista de novembro de 1935]] foi um evento-chave que desencadeou um processo de institucionalização da [[ideologia]] [[anticomunista]] no interior das [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]]. Os comunistas brasileiros foram acusados de serem elementos "a serviço de Moscou" e, portanto, traidores da Pátria. Os militares que tomaram parte na revolta foram, em particular, acusados de uma dupla traição: não só do país como da própria instituição militar, ferida em seus dois pilares — a hierarquia e a disciplina. Foram também rotulados de covardes, devido principalmente à acusação, até hoje controversa, de que no levante do Rio teriam assassinado colegas de farda ainda dormindo.''
* ''O ritual de rememoração dos mortos leais ao governo, repetido a cada ano, tornava seu sacrifício presente, renovava os votos dos militares contra o comunismo e socializava as novas gerações nesse mesmo espírito. Foi no quadro dessa cultura institucional, marcadamente anticomunista, que se viveu a [[ditadura]] do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] e que se formaram os militares que, em 1964, assumiram o poder.''