Lobotomia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 10:
A leucotomia foi a primeira técnica de [[psicocirurgia]], ou seja, a utilização de manipulações orgânicas do [[cérebro]] para curar ou melhorar sintomas de uma patologia psiquiátrica (em contrapartida à [[neurocirurgia]] que se ocupa de doentes com patologia orgânica directa ou neurológica).
 
Inicialmente foi usada para tratar depressão severa. Egas Moniz sempre defendeu o seu uso apenas em casos graves em que houvesse riscos de violência ou [[suicídio]]. No entanto apesar de cerca de 6% dos pacientes não sobreviverem à operação, e de vários outros ficarem com alterações da personalidade muito severas, foi praticada com entusiasmo excessivo em muitos países, nomeadamente o [[Japão]] e os [[Estados Unidos]]. Neste último país foi popularizada pelo cirurgião [[Walter Freeman]],<ref name="bbc"/> que divulgou a técnica por todo o seu país, percorrendo-o no seu ''Lobotomobile'', e criando inclusivamente uma variante em que espetava um picador de gelo directamente no [[crânio]] do doente, desde um ponto logo acima do [[canal lacrimal]] com a ajuda de um martelo, rodando-se depois o mesmo para destruir as vias aí localizadas. Supostamente a atractividade deste procedimento seria o seu baixo custo e o desejo social de silenciar doentes psiquiátricos incómodos. Lobotomia ganhou tal popularidade que foi inclusivamente praticada em crianças com mau comportamento. Cerca de 50.000 doentes foram vitimados só nos Estados Unidos. Graças a estes abusos, bem como a irreversibilidade dos seus resultados, a leucotomia foi abandonada quando surgiram os primeiros [[fármaco]]s [[antipsicótico]]s. A partir dos anos 50 a leucotomia foi banida da maior parte dos países onde era praticada. A sua aplicação em grande escala é hoje considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da [[psiquiatria]], sendo comum a sua comparação com a técnica da [[flebotomia]] (ou sangria) na história da [[medicina interna]].
 
A leucotomia ganhou tal popularidade que foi inclusivamente praticada em crianças com mau comportamento. Cerca de 50.000 doentes foram vitimados só nos Estados Unidos. Graças a estes abusos, bem como a irreversibilidade dos seus resultados, a leucotomia foi abandonada quando surgiram os primeiros [[fármaco]]s [[antipsicótico]]s. A partir dos anos 50 a leucotomia foi banida da maior parte dos países onde era praticada. A sua aplicação em grande escala é hoje considerada como um dos episódios mais bárbaros da história da [[psiquiatria]], sendo comum a sua comparação com a técnica da [[flebotomia]] (ou sangria) na história da [[medicina interna]].
Hoje em dia, um pequeno número de países ainda realiza procedimentos cirúrgicos semelhantes, porém dentro de indicações muito restritas.