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{{AP|História da Mauritânia}}
Do {{séc|V}} ao VII, a [[migração humana|migração]] de [[tribo]]s [[berberes]] do [[Norte da África]] expulsou da região os [[bafures]], habitantes originais da atual Mauritânia, ancestrais dos [[soninquês]]. Os bafures eram primordialmente [[Agricultura|agricultores]], e estavam entre os primeiros povos do [[deserto do Saara|Saara]] a abandonar o seu estilo de vida tradicionalmente [[Nomadismo|nômade]]. Com o gradual processo de [[desertificação]] da região, migraram para o sul. Seguiu-se uma migração em massa do povo que habitava a região do Saara Central para a [[África Ocidental]], até que em 1076 [[monge]]s-guerreiros [[Islão|islâmicos]] ([[almorávidas]]) atacaram e conquistaram o antigo [[Império do Gana]], e assumiram o controle da região. Pelos próximos 500 anos os [[árabes]] foram a casta dominante da sociedade local, enfrentando resistência feroz da população local (tanto berberes quanto não
A colonização francesa gradualmente absorveu os territórios da atual Mauritânia e [[Senegal]] a partir do início do {{séc|XIX}}. Em 1901 o [[militar]] [[França|francês]] [[Xavier Coppolani]] assumiu o controle da missão colonial. Através de uma combinação de alianças estratégicas com as tribos [[zauias]] e pressão militar sobre os guerreiros nômades haçanes, Coppolani conseguiu ampliar o domínio francês por todos os [[emirado]]s mauritanos: [[Trarza]], [[Brakna]] e [[Tagant]] rapidamente se submeteram a tratados com os poderes coloniais (1903-1904), porém o [[Emirado de Adrar]], situado ao norte, resistiu por mais tempo, auxiliado pela rebelião anticolonial ([[jiade]]) do [[xeique]] [[Maa al-Aynayn]]. Foi derrotado militarmente em 1912, e incorporado ao território da Mauritânia, que havia sido estabelecido em 1904. A Mauritânia passaria a fazer parte da [[África Ocidental Francesa]] a partir de 1920.
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A dominação francesa trouxe proibições legais contra a [[escravidão]], e pôs um fim às guerras entre os diferentes [[clã]]s. Durante o período colonial a população continuou nômade, porém diversos povos sedentários, cujos ancestrais haviam sido expulsos séculos atrás, começaram a retornar aos poucos à Mauritânia. Quando o país obteve sua [[independência]], em 1960, e a [[capital]] [[Nuaquexote]] foi fundada, no local duma pequena [[aldeia]] colonial, Ksar, 90% ainda era nômade. Com a independência, muitas populações indígenas da [[África subsaariana]], como os [[tuculores]], [[soninquês]], e [[uolofes]], entraram na Mauritânia, movendo-se para a área ao norte do [[rio Senegal]]. Educados no [[Língua francesa|idioma]] e nos costumes franceses, muitos destes recém-chegados tornaram-se funcionários, soldados e administradores do novo estado. Este fato, em conjunto com a opressão militar dos franceses, especialmente contra tribos haçanes mais intransigentes, do norte do país, predominantemente mouro, afetou os antigos equilíbrios de poder, e criou novos motivos para conflito entre as populações subsaarianas do sul do país e os mouros e berberes do norte. Entre estes grupos estavam os ''[[haratin]]'', uma enorme população de escravos arabizados, devidamente inseridos na sociedade moura, e integrados numa casta inferior. A escravidão é até hoje em dia uma prática comum no país, embora ilegal.<ref>Ver o relato do proprietário de escravos Abdel Nasser Ould Yasser em ''Enslaved, True stories of Modern Day Slavery'', editado por Jesse Sage e Liora Kasten</ref>
Os mouros reagiram a estas mudanças, e aos apelos dos [[Nacionalismo árabe|nacionalistas árabes]] do exterior, através de uma maior pressão para [[Arabização|arabizar]] diversos aspectos da vida mauritana, como as [[lei]]s e o [[idioma]]. Um [[cisma]] acabou por desenvolver-se entre os mouros que consideram a Mauritânia um país árabe, e aqueles que desejam um papel dominante para os povos não
== Geografia ==
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