Endofitismo: diferenças entre revisões

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Os fungos endofíticos em sua maioria pertencem ao filo Ascomycota, havendo também representantes dos filos Basidiomycota, Zygomycota e Oomycota. Ocorrem em todos os tipos de plantas conhecidas. Sua presença já foi observada em um amplo espectro taxonômico, incluindo algas, briófitas, pteridófitas, caducifólias, coníferas e líquens.<ref name=":2">{{citar periódico|ultimo=Rosa|primeiro=Luiz H. et al.|data=2011|titulo=Endophytic Fungi of Tropical Forests: A Promising Source of Bioactive Prototype Molecules for the Treatment of Neglected Diseases|url=https://www.intechopen.com/books/drug-development-a-case-study-based-insight-into-modern-strategies/endophytic-fungi-of-tropical-forests-a-promising-source-of-bioactive-prototype-molecules-for-the-tre|jornal=Drug Development - A Case Study Based Insight into Modern Strategies|acessodata=}}</ref><ref name=":0" /> O nível de especificidade dos endofíticos por seus hospedeiros é variado, algumas espécies possuem a capacidade de habitar diversas plantas, enquanto outras possuem apenas um hospedeiro.<ref name=":1" /> Há também casos onde a mesma espécie de fungo pode ser endofítica ou patogênica a depender de seu hospedeiro. ''Diaporthe phaseolorum'', por exemplo, é uma espécie endofítica em ''Laguncularia racemosa'', uma planta de [[manguezal]], porém é patogênica em [[soja]] (''[[Soja|Glycine max]]'').<ref>{{citar periódico|ultimo=Gomes|primeiro=R.R. et al.|data=2013|titulo=Diaporthe: A genus of endophytic, saprobic and plant pathogenic fungi|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmid/24761033/|jornal=Persoonia: Molecular Phylogeny and Evolution of Fungi|acessodata=}}</ref>
 
Existe um balanço entre a virulência dos fungos e os mecanismos de defesa da planta que determina a relação endofítico/hospedeiro. Fatores ambientais, tais como umidade, temperatura, iluminação e nutrientes, interferem na estrutura populacional dos endofíticos e na sua relação com o hospedeiro. O desbalanceamento dessas relações pode levar a eliminação do fungo ou sua transformação em um patógeno prejudicial à planta.<ref name=":3">{{citar periódico|ultimo=Kumar, Gaurav; Chandra, Priyanka e Choudhary, Madhu|primeiro=|data=2017|titulo=Endophytic Fungi : A Potential Source of Bioactive Compounds|url=http://chesci.com/wp-content/uploads/2018/01/V6i24_50_CS112048101_Priyanka_2373-2381.pdf|jornal=Chemical Science Review and Letters|acessodata=}}</ref><ref name=":4">{{citar periódico|ultimo=Jia|primeiro=Min et al.|data=2016|titulo=A friendly relationship between endophytic fungi and medicinal plants: A systematic review|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4899461/|jornal=Frontiers in Microbiology|acessodata=}}</ref>
 
A transmissão dos fungos pode ocorrer de forma vertical, crescendo nas [[Inflorescência|inflorescências]] e sementes, e sendo passados da planta mãe para seus descendentes. Os fungos com esse tipo de transmissão são mais associados a relações [[Mutualismo (biologia)|mutualísticas]] com o hospedeiro. Além da transmissão vertical, as plantas possuem fungos mais generalistas que são transmitidos de forma horizontal, esses são geralmente mais [[Doença oportunista|oportunistas]] e possuem maior virulência, portanto são mais propensos a uma relação antagônica com a planta.<ref>{{citar periódico|ultimo=Saikkonen, Kari Saari, e S. Helander, M.|primeiro=|data=2010|titulo=Defensive mutualism between plants and endophytic fungi?|url=https://link.springer.com/article/10.1007/s13225-010-0023-7|jornal=Fungal Diversity|acessodata=}}</ref>
 
Como endofíticos, os fungos produzem [[Metabolito secundário|metabólitos secundários]] que alteram significantemente a fisiologia de seus hospedeiros. As associações entre [[Plantae|plantas]] e [[Fungi|fungos]] ocorrem há pelo menos 400 milhões de anos,<ref>{{citar periódico|ultimo=Krings|primeiro=Michael et al.|data=2007|titulo=Fungal endophytes in a 400-million-yr-old land plant: Infection pathways, spatial distribution, and host responses|url=https://nph.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1469-8137.2007.02008.x|jornal=New Phytologist|acessodata=}}</ref> e este longo período de coevolução possibilitou que sistemas complexos e eficientes de [[Cooperação (biologia)|cooperação]] mutualística se desenvolvessem, com os endofíticos se especializando e aumentando a compatibilidade com seus hospedeiros, o que impactou diretamente na [[ecologia]] das plantas.<ref name=":2" />{{esboço-ecologia}}
 
Os metabólitos secundários produzidos pelos endofíticos são capazes de conferir a seus hospedeiros resistência a fatores de estresse abióticos (pH, temperatura, pressão osmótica) e bióticos (bactérias, fungos, nematódeos e insetos).<ref name=":2" /><ref name=":4" /><ref>{{citar periódico|ultimo=Tanney|primeiro=Joey B. et al.|data=2016|titulo=Production of antifungal and antiinsectan metabolites by the Picea endophyte Diaporthe maritima sp. nov.|url=https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1878614616300496?via%3Dihub|jornal=Fungal Biology|acessodata=}}</ref><ref>{{citar periódico|ultimo=Hubbard, M.; Germida, J. J. e Vujanovic, V.|primeiro=|data=2014|titulo=Fungal endophytes enhance wheat heat and drought tolerance in terms of grain yield and second-generation seed viability|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jam.12311|jornal=Journal of Applied Microbiology|acessodata=}}</ref> Juntamente com fatores genéticos, ambientais e nutricionais, os endofíticos interferem diretamente no crescimento e desenvolvimento de seus hospedeiros. Em plantas medicinais estão relacionados a qualidade e quantidade de compostos bioativos produzidos, seja auxiliando a planta na produção desses compostos através de modificações em rotas metabólicas ou diretamente produzindo-os.<ref name=":4" /> Alguns compostos com sua produção previamente atribuída a uma planta, eram na verdade produzidos por seus endofíticos.<ref name=":3" />{{esboço-ecologia}}
 
{{Referências}}