Teoria do Reconhecimento: diferenças entre revisões
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A '''Teoria do Reconhecimento''' é um conceito social filosófico onde o termo
O conceito de reconhecimento originou-se filosoficamente na obra de [[Hegel]], na qual o filósofo alemão caracteriza “reconhecimento” como uma forma de autorreconhecimento e de reconhecimento pelo outro<ref name=":0">{{citar livro|titulo=Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais|ultimo=Honneth|primeiro=Axel|editora=Ed. 34|ano=2009|local=São Paulo|paginas=18; 62-63|acessodata=25/07/2016}}</ref>. Esse reconhecimento seria intersubjetivo e alcançado por meio de lutas. A ideia chave para a Teoria do Reconhecimento é a de relação. É no encontro com o outro as identidades se constroem e que a auto-realização pode ser alcançada.
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== Críticas ==
A centralidade da identidade e da auto-realização na Teoria do Reconhecimento é criticada por outros teóricos. [[Nancy Fraser]] opõe-se a esse paradigma identitário. Para ela, a perspectiva de Honneth e
Já para outro pensador, [[Patchen Markell]], o ideal de reconhecimento se aproxima perigosamente de uma busca por autoconhecimento. Neste caso, o problema seria a aspiração por soberania. Ele, em consonância com [[Sófocles]], lembra que o desejo de autossuficiência pode conduzir à tirania. A busca por soberania acabaria gerando subordinação social à medida que encontra nos privilégios a sua raiz. Ele também ressalta que as identidades não podem ser valorizadas já que elas são construídas na ação, sendo moldadas e resignificadas inesperadamente. Para o pesquisador, mais do que valorizar grupos oprimidos, é preciso desconstruir as estruturas sociais que reforçam os privilégios de certos grupos<ref name=":2" />.
== Pesquisa em Comunicação ==
Sob a influência dos estudos da [[Teoria
A obra de Honneth permitiu a criação de uma agenda de pesquisa sobre as formas com que os indivíduos marginalizados interagem com os materiais da comunicação de massa e com as plataformas midiáticas, tentando analisar como as lutas por reconhecimento podem se dar em tais contextos. Essas interações poderiam ser observadas a partir de três linhas de pesquisa:
* Representação mediada – direciona a atenção para os produtos dos ''[[Comunicação de massa|mass media]],'' em especial, a representação de indivíduos e grupos em condições de reconhecimento distorcido ou parcial (preconceitos e estereótipos, respectivamente);
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* Atividades nas plataformas digitais (Internet) – onde as pessoas se tornam produtoras e distribuidoras de conteúdo para diversos públicos. Esse espaço propicia a participação da população em diferentes ambientes discursivos; promoção de ações coletivas, protestos e mobilizações, de forma a incentivar a participação da sociedade em processos de decisão.
Dessa maneira, os pesquisadores que se propõem a estudar os ''media'', podem avaliar a forma como esses meios influenciam os indivíduos. Por um lado, na constituição de uma noção de identidade, quando os sujeitos usam essas representações para se verem e formarem uma avaliação de si mesmos, com base nas reações das outras pessoas. E por outro lado, na constituição de
Outro importante viés de estudo é a análise de como alguns grupos apreendem os discursos formados pela grande mídia e, a partir deles, se engajam em lutas por reconhecimento. Nesse sentido, a Internet é uma importante ferramenta, que possibilita a expressão e aumenta o alcance de pessoas que não seriam reconhecidas em outros ambientes.<ref name=":1">MAIA, Rousiley C. M. et al. A teoria crítica nos estudos da Comunicação: uma agenda empírica para o programa de Jürgen Habermas e Axel Honneth. In: FRANÇA, V; ALDE, A; RAMOS, M.C.(Org.). Teorias da Comunicação no Brasil? Reflexões contemporâneas. 1ed. Salvador: EDFUBA, 2014, p. 197-220.</ref>
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