Doutrina do destino manifesto: diferenças entre revisões

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|ano=1961
|ref=harv}}
 
==Temas e influências ==
O historiador William E. Weeks observou que três temas-chave foram usualmente abordados pelos defensores do destino manifesto:
*a virtude do povo americano e suas instituições;
*a missão de difundir essas instituições, resgatando e refazendo o mundo à imagem dos Estados Unidos;
*o destino dado por Deus para fazerem este trabalho.<ref>{{Harvnb|Weeks|1996|p=61}}.</ref>
 
A origem do primeiro tema, mais tarde conhecido como excepcionalismo americano, foi muitas vezes atribuída à herança puritana dos Estados Unidos, particularmente ao célebre sermão "Cidade em cima de uma colina" de [[John Winthrop]] de 1630, no qual ele pediu o estabelecimento de uma comunidade virtuosa que fossem um exemplo brilhante para o [[Velho Mundo]].<ref>Justin B. Litke, "Varieties of American Exceptionalism: Why John Winthrop Is No Imperialist", ''Journal of Church and State'', 54 (Spring 2012), 197–213.</ref> Em seu panfleto influente Common Sense de 1776, [[Thomas Paine]] ecoou esta noção, argumentando que a [[Revolução Americana]] proporcionou uma oportunidade para criar uma nova e melhor sociedade:
<blockquote>Nós temos o poder de começar o mundo de novo. Uma situação, semelhante ao presente, não aconteceu desde os dias de [[Noé]] até agora. O aniversário de um novo mundo está próximo;...</blockquote>
 
Muitos americanos concordaram com Paine e passaram a acreditar que a virtude dos Estados Unidos era resultado de sua experiência especial em liberdade e democracia. Thomas Jefferson, em uma carta para [[James Monroe]], escreveu: "é impossível não olhar para frente em tempos distantes, quando nossa rápida multiplicação se expandirá para além desses limites e cobrirá todo o norte, se não o continente do sul".<ref name=ford2010pp315-319>{{Harvnb|Ford|2010|pp=315–19}}</ref> Para os americanos nas décadas que se seguiram à sua proclamada liberdade para a humanidade, incorporada na Declaração da Independência, só poderia ser descrita como a inauguração de "uma nova escala de tempo" porque o mundo olharia para trás e definiria a história como eventos que lugar antes e depois da Declaração de Independência.<ref>{{harvnb|Somkin|1967|pp=68–69}}</ref> Seguiu-se que os americanos deviam ao mundo a obrigação de expandir e preservar essas crenças.
 
A origem do segundo tema é menos precisa. Uma expressão popular da missão americana foi elaborada pela descrição do Presidente Abraham Lincoln em sua mensagem de 1 de dezembro de 1862 ao Congresso. Ele descreveu os Estados Unidos como "a última e melhor esperança da Terra". A "missão" dos Estados Unidos foi mais elaborada durante o discurso de Lincoln em Gettysburg Address, no qual ele interpretou a [[Guerra de Secessão|Guerra Civil]] como uma luta para determinar se alguma nação com ideais democráticos poderia sobreviver; isso foi chamado pelo historiador Robert Johannsen de "a declaração mais duradoura do destino e missão manifestos da América".<ref>{{Harvnb|Johannsen|1997|pp=18–19}}.</ref>
 
O terceiro tema pode ser visto como um resultado natural da crença de que Deus teve uma influência direta na fundação e nas ações futuras dos Estados Unidos. [[Clinton Rossiter]], um erudito, descreveu essa visão como a soma "que Deus, no estágio apropriado na marcha da história, evocou certas almas resistentes das nações antigas e privilegiadas ... e que ao outorgar de sua graça, Ele também concedeu uma responsabilidade peculiar". Os americanos pressupunham que eles não foram apenas eleitos divinamente para manter o continente norte-americano, mas também para "difundir no exterior os princípios fundamentais declarados na Carta de Direitos".<ref>{{Harvnb|Rossiter|1950|pp=19–20}}</ref> Em muitos casos isso significava que as propriedades coloniais vizinhas e os países eram vistos como obstáculos, e não como o destino que Deus havia fornecido aos Estados Unidos.
 
A análise de Faragher da polarização política entre o Partido Democrata e o Partido Whig é que:
 
{{quote|A maioria dos democratas apoiava entusiasticamente a expansão, enquanto muitos whigs (especialmente no norte) se opunham. Os whigs receberam bem a maioria das mudanças provocadas pela industrialização, mas defenderam fortes políticas governamentais que orientariam o crescimento e o desenvolvimento dentro dos limites existentes no país; eles temeram (corretamente) que a expansão levantaram uma questão contenciosa, a extensão da escravidão aos territórios. Por outro lado, muitos democratas temiam a industrialização que os whigs acolhem ... Para muitos democratas, a resposta aos males sociais da nação era continuar seguindo a visão de Thomas Jefferson de estabelecer a agricultura nos novos territórios a fim de contrabalançar a industrialização.<ref>John Mack Faragher et al. ''Out of Many: A History of the American People'', (2nd ed. 1997) p. 413</ref>}}
 
Outra influência possível é a predominância racial, a saber, a idéia de que a raça anglo-saxônica americana era "separada, naturalmente superior" e "destinada a trazer bom governo, prosperidade comercial e cristianismo aos continentes americanos e ao mundo". Essa visão também sustentava que "as raças inferiores estavam condenadas a subordinar status ou extinção". Isso foi usado para justificar "a escravização dos negros e a expulsão e possível extermínio dos índios".<ref>{{cite book |title=Race and Manifest Destiny |author=Reginald Horsman |pages=2, 6}}</ref>
 
==Interpretações alternativas ==
Com a [[Compra da Louisiana]] em 1803, que dobrou o tamanho dos Estados Unidos, Thomas Jefferson preparou o terreno para a expansão continental dos Estados Unidos. Muitos começaram a ver isso como o início de uma nova missão providencial: se os Estados Unidos obtivessem sucesso como uma "cidade brilhante sobre uma colina", as pessoas de outros países buscariam estabelecer suas próprias repúblicas democráticas.<ref>{{cite book |last=Witham |first=Larry |title=A City Upon a Hill: How Sermons Changed the Course of American History |location=New York |publisher=Harper |year=2007}}</ref>
 
No entanto, nem todos os americanos ou seus líderes políticos acreditavam que os Estados Unidos eram uma nação divinamente favorecida, ou pensavam que ela deveria se expandir. Por exemplo, muitos whigs se opuseram à expansão territorial com base na alegação democrata de que os Estados Unidos estavam destinados a servir como um exemplo virtuoso para o resto do mundo, e também tinham uma obrigação divina de disseminar seu sistema político superordenado e um modo de vida por toda parte. Continente norte-americano. Muitos no partido Whig "estavam com medo de se espalhar muito", e "aderiram à concentração da autoridade nacional em uma área limitada".<ref>{{Harvnb|Merk|1963|p=[https://books.google.com/books?id=GhYJTaZiuxwC&pg=PA40 40]}}</ref> Em julho de 1848, Alexander Stephens denunciou a interpretação expansionista do presidente Polk sobre o futuro da América como "mentirosa"<ref>{{cite book |last=Byrnes |first=Mark Eaton |title=James K. Polk: A Biographical Companion |location=Santa Barbara, Calif |publisher=ABC-CLIO |year=2001 |page=145}}</ref>
 
Em meados do século XIX, o expansionismo, especialmente o sul em direção a Cuba, também enfrentou oposição dos americanos que tentavam abolir a escravidão. À medida que mais territórios foram adicionados aos Estados Unidos nas décadas seguintes, "ampliar a área de liberdade" na mente dos sulistas também significou ampliar a instituição da escravidão. É por isso que a escravidão se tornou uma das questões centrais na expansão continental dos Estados Unidos antes da Guerra Civil.<ref>{{cite book |last=Morrison |first=Michael A. |title=Slavery and the American West: The Eclipse of Manifest Destiny and the Coming of the Civil War |location=Chapel Hill |publisher=University of North Carolina Press |year=1997}}</ref>
 
Antes e durante a Guerra Civil, ambos os lados afirmaram que o destino dos EUA era por direito deles. Lincoln se opunha ao [[nativismo]] antiimigrante e ao imperialismo do destino manifesto como injusto e irracional.<ref>{{cite book |last=Mountjoy |first=Shane |title=Manifest Destiny: Westward Expansion |location=New York |publisher=Chelsea House Publishers |year=2009}}</ref> Ele se opôs à Guerra do México e acreditava que cada uma dessas formas desordenadas de patriotismo ameaçava os inseparáveis ​​laços morais e fraternos de liberdade e união que ele buscava perpetuar através de um amor patriótico de país guiado pela sabedoria e autoconsciência crítica. O "[[s:Life and Works of Abraham Lincoln/Volume 3/Eulogy of Henry Clay|Eulogy to Henry Clay]]", de Lincoln, 6 de junho de 1852, fornece a expressão mais convincente de seu patriotismo reflexivo.<ref>{{cite journal |author=Joseph R. Fornieri |title=Lincoln's Reflective Patriotism |journal=Perspectives on Political Science |date=April–June 2010 |volume=39 |issue=2 |pages=108–17 |doi=10.1080/10457091003685019}}</ref>
 
== Bibliografia ==
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* FERES JR., João. ''Resenha de Beneath the United States'', de Larz Schoultz, in: Revista de Sociologia e Política, n° 13, Nov. 1999.
* [http://www.questia.com/PM.qst?a=o&d=12285929 WEINBERG, Albert K. ''Manifest Destiny: A Study of Nationalist Expansionism in American History.'' Baltimore, MD: Johns Hopkins Press, 1935.] <small>Texto integral acessível online</small>
 
{{Referências|col=2}}
 
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