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Usualmente, na tradição grega, a palavra SER (''einai'') assume quatro significados diferentes os quais serão apresentados por [[Platão]] no diálogo [[Sofista]] de maneira mais detalhada solucionando, dessa forma, os problemas lógicos e semânticos que subjazem a algumas das formulações centrais da [[República]].<ref> WILLIANS, B. Platão. São Paulo: Unesp, 2000.</ref>
 
1. '''[[Existência]]''': para exprimir o fatofa(c)to de que determinada coisa existe. Por exemplo: "a erva é" (= existe)", mas também "o [[unicórnio]] é" (ao menos no sentido de existência mental). Lembremos que os gregos não tinham uma palavra específica para a existência.
 
2. '''[[Identidade]]''': para identificar e/ou distinguir algo e/ou alguém em relação a si mesmo e/ou aos outros. Por exemplo "A=A" ou "A beleza é bela"
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3. '''[[Predicado|Predicação]]''': para exprimir uma propriedade de determinado objeto. Por exemplo: "y é x" ou a maçã é vermelha. Platão descobriu que é condição da predicação "não haver identidade entre os referentes dos nomes colocados nas posições de sujeito e predicado." <ref> SANTOS, J. Trindade. Platão: a construção do conhecimento. São Paulo: Paulus, 2012. </ref>. Por exemplo: "Vênus é a estrela da manhã". Gramaticalmente, temos um sujeito e um predicado, mas logicamente temos uma falsa predicação, pois "Vênus" e a "estrela da manhã" são termos cujo objeto é o mesmo, um dos planetas do Sistema Solar.
 
4. '''[[Veritativo]]''': Nos diálogos da velhice, Platão conseguiu separar os valores veritativos da ontologia, ou seja, [[verdade|verdadeiro]] e [[falso]] passaram a ser qualidades do discurso sobre o mundo. Platão desloca a verdade do SER para o discurso. O sentido metalinguístico veridical permite ao verbo SER significar a [[verdade]] de uma [[proposição]].
 
Em filosofia, ''ser'' é considerado não só como um [[verbo]] (existir) mas também como [[substantivo]] ("tudo o que é"). Os termos ''ser'' e ''existência'' podem ter significados diferentes, embora, na linguagem corrente, possam ser sinônimos ("ser" como "o fato de ser" = existência).
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O ''esse'' do latim, se origina do grego εἰσί (''eisi''), sendo εἰσί a terceira pessoa do plural do indicativo ativo presente do verbo ser/estar em grego. A sua forma no infinitivo é εἶναι (''einai''), e a forma da primeira pessoa do singular do indicativo ativo presente é εἰμί (''eimi'').
 
O verbo grego εἰμί (ser/estar - sou/estou) vem da raizraíz do Proto-Indo-Europeu ''*h₁ésmi'', significando, ao que tudo indica, existir, ser e estar, de onde também se originam outras palavras cognatas da mesma família linguística, a se destacar o sânscrito अस्मि (''asmi'') e o inglês ''am.''
 
A terceira pessoa do singular do indicativo ativo presente no grego é ἐστί (''esti''), enquanto em latim é ''est'', em alemão é ''ist'', em inglês é ''is'', em francês é ''est'', em italiano é ''è'', em espanhol é ''es'' e, finalmente, em português, ''é''.