Igreja Ortodoxa: diferenças entre revisões

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Uma série de dificuldades estimulou um progressivo distanciamento entre Roma e os demais patriarcados. Primeiramente, a quebra da unidade política. Com a divisão do [[Império Romano]] em 395 e a queda do [[Império Romano do Ocidente]] em 476, Oriente e Ocidente deixaram de estar sob o mesmo governo. No {{séc|VI}}, o imperador {{lknb|Justiniano|I}} empreendeu uma série de campanhas militares na parte ocidental ocupada pelos germânicos e que resultou na conquista da [[península itálica]], mas que foi posteriormente perdida no {{séc|VIII}} com a progressiva penetração dos [[lombardos]]. Mais tarde, com a ascensão do [[Islamismo]], as trocas econômicas e os contatos por via marítima entre o [[Império Bizantino]], de [[língua grega]], e o Ocidente, de língua [[Latim|latina]], se tornaram mais difíceis, e a unidade cultural entre os dois mundos deixou paulatinamente de existir. No {{séc|VIII}}, Roma colocou-se sob a proteção do [[Império Carolíngio]], o que criou uma situação em que as Igrejas em [[Roma]] e em [[Constantinopla]] estavam no seio de dois impérios distintos, fortes e autossuficientes, cada qual com sua própria tradição e cultura.
 
O primeiro grande cisma entre o Ocidente e o Oriente seria o [[Cisma acaciano|Cisma Acaciano]], a partir de 484, quando a tentativa por parte da [[Igreja de Constantinopla]] de reconciliar-se com os não- calcedônios gerou desaprovação por parte do [[Papa Félix III]], ultimamente levando [[Acácio de Constantinopla]] a riscar o nome de Félix de seus [[díptico]]s. As tentativas de reconciliação só seriam vitoriosas na [[Páscoa]] de 519. No ano de 553, foi convocado o [[Segundo Concílio de Constantinopla]], que aprofundou as decisões do concílio ecumênico anterior. Tentativas posteriores de reconciliação com os não- calcedônios levariam ao [[monotelismo]] e ao [[monoenergismo]], condenados no [[Terceiro Concílio de Constantinopla]] em 681. Em 787, dado o surto [[iconoclasta]] em [[Constantinopla]], [[Irene de Atenas]] convocou o [[Segundo Concílio de Niceia]], para ratificar a ortodoxia da veneração de imagens, especialmente pelo trabalho de São [[João de Damasco]]. Este episódio é frequentemente referido como "Triunfo da Ortodoxia".<ref>[http://www.goarch.org/ourfaith/ourfaith8071 Greek Orthodox Archdiocese of America: Seventh Ecumenical Council]</ref>
 
Além do anteriormente citado, a situação de afastamento ensejou uma escalada de divergências doutrinárias entre Oriente e Ocidente (em particular, a inclusão no sexto século, pela [[Igreja Latina]], da ''[[cláusula Filioque]]'' (significa "e do filho" e indicava que o [[Espírito Santo]] procedia tanto do [[Deus Pai|pai]] como do [[Deus Filho|Filho]]), no [[Credo niceno-constantinopolitano]], considerada [[heresia|herética]] pelos ortodoxos) e a adoção gradativa de rituais diferentes entre si. Ao mesmo tempo, acentuou-se a pretensão, por parte de Roma, de exercer uma autoridade incontestada sobre todo o mundo cristão, enquanto que Constantinopla aceitava somente que Roma tivesse uma posição de honra. O atrito entre Cristandade latina e grega se intensificou com a cristianização do [[História da Bulgária#Primeiro Império Búlgaro|Império Búlgaro]], quando missionários da [[Frância Oriental]], da Alemanha e do [[Império Bizantino]] chocaram-se na região, deflagrando disputas, por exemplo, quanto à linguagem dos ofícios e ao uso do ''Filioque'', que mesmo ainda não utilizado em totalidade pela [[Igreja Latina]], já fora introduzido pelos francos e alemães.<ref name="Ware"/><ref>[http://promacedonia.org/vz1b/vz1b_3_2.html История на Първото българско Царство. II. От славянизацията на държавата до падането на Първото царство (852—1018)], por Vasil Zlatarski. (em macedônio)</ref>