Maciço Calcário Estremenho: diferenças entre revisões

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==== O maior reservatório subterrâneo de água doce do país ====
[[Ficheiro:Nascente do lis.JPG|thumb|300x300px|Nascente do rio Lis]]A [[água]], pouco visível à superfície, abunda no [[subsolo]], fazendo do Maciço Calcário Estremenho um dos maiores, ou mesmo o maior [[Tanque (reservatório)|reservatório]] subterrâneo de [[água doce]] do país. Este reservatório que vai de [[Rio Maior]] até [[Porto de Mós]] e conta com cerca de sessenta e cinco mil hectares, é alimentado principalmente por [[Chiva|águas pluviais]]. A [[chuva]], que se infiltra rapidamente no subsolo, forma ribeiras subterrâneas, restituindo depois o excedente à superfície, formando nascentes [[Carso|cársicas]].<ref name=":32">{{pt}} ''25 anos - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros'', ICN - Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros {{ISBN|972-775-136-9}}</ref> A extensão das zonas mais aplanadas dos topos dos cabeços e a proliferação de pequenas zonas depressionadas nos espaços envolventes permitem uma extensa área de infiltração pluvial (por exemplo nos sumidouros das Fontainhas, Serra de São Bento).<ref name=":5" />[[Ficheiro:Nascente do Alviela.JPG|thumb|300x300px|Nascente do rio Alviela.]]Exemplo deste fenómeno é a nascente dos Olhos de Água do [[Alviela|rio Alviela]], a mais importante de todas e alvo de captação por parte da [[Empresa Portuguesa de Águas Livres|EPAL]] para fornecimento de água a [[Lisboa]] desde [[1880]].<ref name=":22">{{citar web|URL = http://www.icnf.pt/portal/ap/p-nat/pnsac/geo|título = Geologia, hidrologia e clima do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros|data = |acessadoem = 1 de Agosto de 2015|autor = |publicado = www.icnf.pt}}</ref> Do mesmo modo, o sistema hidrografico montanhoso dá origem à nascente do [[rio Lis]],<ref name=":17" /> uma das grandes fontes do Maciço,<ref>Com as nascentes dos rios Alviela et Almonda. Les sources du Lis ont un débit de 60 a {{unitéunidade|70|hm|3}}/an.</ref><ref name=":52">{{citar web|título=Sistemas aquíferos de Portugal Continental |url=http://snirh.pt/snirh/download/aquiferos_PortugalCont/Ficha_O20.pdf |website=snirh.pt|date =dezembro de 2000|acessodata=28 de Julho de 2015|autor1=C. Almeida, J. J. L. Mendonça, R. M. Jesus, A. J. Gomes}}</ref> situada no sopé da serra da Senhora do Monte (''Pé-da-Serra''), a 400 m de altitude, na localidade de Fontes (distrito de Leiria), que é alimentada pelo cúmulo das águas pluviais vindas dos espaços circundantes que a dominam.<ref name=":52" /><ref name=":15">{{citar periódico|autor1 = Maria de Fátima Neves Cordeiro |título=Percurso Geo-botânico da Lagoa da Ervedeira a S. Pedro de Moel|periódico=II Jornadas Internacionais de Turismo:conferências|número= |páginas=5–7 |data=novembro de 2009}}</ref> O rebentamento das águas na grota da nascente do [[Rio Lis|Lis]] (quando a água jorra da grota), no Inverno, é um espectaculo tradicionalmente apreciado pela população de [[Cortes (Leiria)|Cortes]] e pelos turistas.<ref>{{citar web|URL = http://jornaldascortes.no.sapo.pt/revista/patrim03.htm|título = Nascentes do rio Lis|data = |acessadoem = 30 de Julho de 2015|autor = |publicado = Jornal das Cortes|arquivourl = https://web.archive.org/web/20160303211641/http://jornaldascortes.no.sapo.pt/revista/patrim03.htm#|arquivodata = 3 de março de 2016|urlmorta = yes}}</ref> A rede [[aquífero]] de ribeiras subterrâneas do Maciço, extensa, esta ainda em parte por descobrir. Vários indícios apontam para possíveis ligações subterrâneas entre as regiões de [[Minde]] (concelho de [[Santarém (Portugal)|Santarém]]) e de [[Cortes (Leiria)|Cortes]] (concelho de [[Leiria]]), com concordância de fenómenos hídricos. As [[tradições orais]] da freguesia de Cortes affirmam que "Quando o lago de Minde se enche, rebenta a grota". Nos anos 2000, os moradores e funcionários da freguesia de Cortes têm responsabilizado em parte as fábricas de transformação de peles da zona de [[Minde]] pelos elevados níveis de poluição do [[rio Lis]].<ref name=":6" />
 
Devido ao escoamento das águas, ao sistema climático e hidrográfico da região, as [[Deposição|deposições]] podem ser importantes nas partes baixas do Maciço, nomeadamente durante a [[noite]]. Os [[vale]]s situados em contra-baixo das [[serra]]s, úmidos, são frequentemente invadidos pelo nevoeiro desde o cair da noite até à manhã. A condensação do excesso de vapor na atmosfera ocasiona [[orvalho]] e [[geada]]s em quantidades importantes. A presença do Maciço explica ainda a presença de inúmeros [[poço (água)|poço]]s, [[Fontanário|fontes]], [[ribeiro|ribeiras]] nos flancos dos montes e nas áreas de baixa altitude circundantes, que favorecem a agricultura.<ref>Por exemplo na freguesia de [[:fr:Cortes (Leiria)|Cortes]].</ref> Em [[Alcanena (freguesia)|Alcanena]], no [[distrito de Santarém]], perante uma secura extrema, devido à ausência de cursos de água superficiais, é possível seguir rios subterrâneos que correm por entre as camadas de rocha e que aqui e ali emergem à superfície - Os Olhos de Água. A aparição de [[água]] numa rocha em Fátima no incio do [[século XX]], considerada milagrosa na altura, procede provavelmente deste fenómeno natural de criação ribeiras subterrâneas características da zona.