Acordo Ortográfico de 1990: diferenças entre revisões

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Desfeita a edição 54366588 de 2804:214:81B0:52BC:256B:15F1:6CA2:C575 Timor-Leste só ficou independente em 2002
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Em julho de 2004, os chefes de Estado e de governo da [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]] (CPLP), reunidos em [[São Tomé e Príncipe]], aprovaram um "Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico"<ref>{{citar web |url= http://www.cplp.org/docs/documentacao/Acordo%202o%20Protocolo%20Modificatv%20Acordo%20ortogr%20LP.pdf |título= Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa | obra= CPLP}}</ref> que, para além de permitir a adesão de [[Timor-Leste]], previa que, em lugar da ratificação por todos os países, fosse suficiente que três membros da CPLP ratificassem o Acordo Ortográfico para que este entrasse em vigor nesses países.<ref name=perguntas/>
 
[[Vasco Graça Moura]], escritor e ex-eurodeputado, um dos mais conhecidos opositores do Acordo, defende que o Segundo Protocolo Modificativo, como qualquer outra convenção internacional, só obriga à sua aplicação em cada país se for ratificado por todos os países signatários, o que ainda não aconteceu. Ou seja, só depois de todos os países ratificarem este Protocolo é que estes ficam obrigados a implementar o Acordo internamente. No entanto, este argumento da ilegalidade da ratificação do Protocolo Modificativo de 2004 é contestado pelo [[Jurisconsulto|jurista]] e [[eurodeputado]] [[Vital Moreira]].<ref>{{citar web | url =http://causa-nossa.blogspot.com/2008/03/bisar-no-erro.html |título= “Bisar no erro" | obra = Causa nossa}} — Vital Moreira a propósito da opinião de Vasco Graça Moura. No entanto, Graça Moura discorda dessa contestação {{Citation | url = http://dn.sapo.pt/2008/04/09/opiniao/trisar_indefensavel.html | titletitulo = Trisar no indefensável | datedata = 2008-4-9 | journalperiódico = Sapo | placelocal = PT | type = opinião}}</ref>
 
O Brasil ratificou o "Segundo Protocolo Modificativo" em outubro de 2004 e, em abril de 2005, [[Cabo Verde]] também. A 17 de novembro de 2006, de uma assentada, [[São Tomé e Príncipe]] ratificou o Acordo e os dois protocolos modificativos,<ref name = "AL">{{citar web |url=http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5278 |título=Agência Lusa. |acessodata=}}</ref> cumprindo-se o estabelecido por este Protocolo. Apesar de, na prática, as novas normas já poderem ter entrado em vigor nos três países que ratificaram o Acordo e os protocolos modificativos, considerou-se inviável avançar sem que Portugal também desse por concluído todo o processo. Após alguns adiamentos, a [[Assembleia da República]] portuguesa acabou por ratificar o Segundo Protocolo Modificativo em 16 de maio de 2008,<ref>{{citar web |url= http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/322710 |título= Acordo Ortográfico: Votação na Assembleia da República |obra= AEIOU | publicado = Expresso}}</ref> sendo o texto promulgado pelo presidente da república [[Aníbal Cavaco Silva|Cavaco Silva]] a 21 de julho de 2008.<ref>{{citar web |url=http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=D6365F81-7DB5-4DDC-BA74-8B0254786E41 |título=Presidente da República promulga o AO | obra= Correio da Manhã}}</ref>
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==== Sistema de acentuação gráfica ====
O sistema de acentuação gráfica do português que, na essência, remonta à Reforma Ortográfica de 1911, não se limita a assinalar a tonicidade das vogais sobre as quais recaem os acentos gráficos, mas distingue também o timbre destas. Assim, e tendo em conta as diferenças de pronúncia entre o [[português europeu]] e o [[português do Brasil|do Brasil]], era natural que surgissem divergências de acentuação gráfica entre as duas realizações da língua.<ref name=nota/> Este e outros argumentos fizeram Malaca Casteleiro admitir que a unificação a 100% é mito e que Academia de Ciências de Lisboa nunca adoptou o Acordo <ref>{{Citar web|url=http://observador.pt/especiais/malaca-casteleiro-novas-mudancas-no-acordo-ortografico-nao-tem-pes-nem-cabeca/|titulo=Malaca Casteleiro: novas mudanças no Acordo Ortográfico “não têm pés nem cabeça”|acessodata=2017-07-26|obra=Observador|ultimo=Cipriano|primeiro=Rita|lingua=pt-PT}}</ref>
 
Não tendo sido possível estender ao Brasil a prática lusitana de acentuação gráfica, conforme tentado em 1945, por um lado, e, por outro, tendo grande parte da opinião pública portuguesa recusado a abolição dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas proposta em 1986,<ref>{{citar web |url=http://www.priberam.pt/docs/AcOrtog90.pdf |título=Anexo II - Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: "5 - Sistema de acentuação gráfica (bases VIII a XIII)". |acessodata=20-06-2011}}</ref> a única solução foi conservar a dupla acentuação gráfica em determinados casos perfeitamente delimitados e onde é possível enunciar uma regra de aplicação.<ref name=nota/>
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Os editores e livreiros portugueses afirmaram repetidamente que o acordo era "um facilitismo para as editoras brasileiras entrarem nos países africanos", ameaçando os importantes interesses das editoras portuguesas nesses países. Algumas chegaram mesmo a afirmar que não irão adotar nos seus livros as alterações previstas. Na mesma linha, alguns linguistas portugueses afirmaram que a adoção deste tratado acarreta um "abrasileiramento" da escrita da variante lusitana da língua.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL104815-5604,00-BRASIL+VAI+ESPERAR+PORTUGAL+PARA+FAZER+A+REFORMA+ORTOGRAFICA.html | título = Abrasileiramento da escrita |obra= G1 | publicado = Globo}}</ref>
 
De forma a contemplar as diferenças fonéticas entre Portugal e o Brasil, o Acordo Ortográfico prevê a existência de abundantes casos de palavras com duas ou mais grafias possíveis. Exemplos: ''fenómeno''/''fenômeno'', ''aritmética''/''arimética'', ''amnistia''/''anistia'', ''amígdalas''/''amídalas'', ''dactiloscopia''/''datiloscopia'', ''eletrónica''/''eletrônica'', ''súbdito''/''súdito'', ''visitamos'' (ontem) / ''visitámos'' (ontem), ''recepção''/''receção'', ''espectador''/''espetador'', ''intersecção'' (de conjuntos) / ''interseção'' (de conjuntos), ''cacto''/''cato'', (o rio) ''desagua'' / (o rio) ''deságua'', ''averigua'' (o crime) / ''averígua'' (o crime), entre muitos outros.<ref>{{citar web |url=http://emdefesadalinguaportuguesa.blogspot.com/2008/06/fixar-o-caos-ortogrfico-2-electrotecnia.html |título= Fixar o caos ortográfico (2): Electrotecnia e Electrónica | autor= António Emiliano |obra = http://emdefesadalinguaportuguesa.blogspot.com/ blog] oficial da petição Em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico | data= 13/6/2008 | acessodata = 26/7/2008}}</ref><ref>{{citar web |url=http://os-dedos.blogspot.com/2008/06/dedo-110-contra-o-acordo-ortogrfico.html |título= Dedo 110 Contra o Acordo Ortográfico |data= Os dedos |acessodata=}}</ref> Além disso, há divergências ortográficas que nem sequer foram citadas no Acordo, como ''porque/por que'', ''comummente/comumente'', ''connosco/conosco'' e ''húmido/úmido'', além das aspas angulares, usadas em Portugal mas não no Brasil.
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Segundo [[Vasco Graça Moura]], o reconhecimento oficial de grafias duplas e múltiplas enfraquece seriamente a unidade da língua portuguesa escrita e "vai mesmo contra o conceito de ortografia". Ainda segundo o escritor e político português, as facultatividades permitem "pôr num saco todos os casos duvidosos, a pretexto de que pode haver diferenças entre a pronúncia portuguesa e brasileira, abrindo inaceitavelmente a porta a todas as diferenças de grafia e mesmo, no limite, à opção individual por determinada maneira de escrever (…) chegando ao ponto da ''lei do menor esforço'' e do facilitismo".<ref>{{citar web |url=http://www.gracamoura.org/docs/2008414125948.%20a%20perspectiva%20do%20desastre.doc |título= Vasco Graça Moura, A perspectiva do desastre, intervenção na Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico, Lisboa, Alêtheia Editores | formato = MS Word DOC |obra= A perspectiva do desastre |data= 7/4/2008 |acessodata=}}</ref> e afirma que a ideia do Acordo partiu do presidente brasileiro [[José Sarney]], tendo na altura enviado um emissário aos [[Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa|PALOP]] com esta finalidade, e salienta que "para o Brasil, mais realista e mais pragmático, tudo era, desde o início, uma pura questão de mercado".<ref>{{citar web |url=http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=338216&visual=26&rss=0 |título=Vasco Graça Moura, RTP |acessodata=}}</ref> Na Assembleia da República, o eurodeputado afirmou que, apesar das intenções do Acordo Ortográfico, "o tratado serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo", em especial de Portugal, e representa "uma lesão inaceitável de um capital simbólico acumulado e de projeção planetária".<ref>{{citar web |url=http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1325103 | título= Choque de titãs deixa deputados hesitantes face ao Acordo Ortográfico | obra = Jornal Público}}</ref>
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Segundo o [[primeiro-ministro]] [[José Maria Neves]], Cabo Verde é a favor de uma "aproximação ortográfica" entre as variantes existentes em Portugal e no Brasil e encara a [[língua portuguesa]] como "um instrumento importante para o desenvolvimento de Cabo Verde".<ref name="aeiou.expresso.pt">{{citar web |url= http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/303279 |título=Cabo Verde: "Um instrumento de desenvolvimento" |obra= Expresso}}</ref> Isto apesar dos cabo-verdianos se comunicarem em [[crioulo cabo-verdiano|crioulo]] no dia a dia, ficando o [[Português cabo-verdiano|português]] para as relações oficiais ou protocolares. Por seu lado, o escritor [[Germano Almeida]] advertiu: "Na ausência de um acordo ortográfico, no fim, corremos o risco de ter oito línguas".<ref name="aeiou.expresso.pt"/>
 
Desde 2005, Cabo Verde aguardava a conclusão dos trâmites legais nos outros países lusófonos para concertação de ações com o fim de pôr em prática o Acordo Ortográfico.<ref>{{citar web |url=http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=337535&visual=26&rss=0 |título=Acordo Ortográfico: Cabo Verde — "unidade" e "valorização" da língua portuguesa no mundo, diz ministro da Cultura | obra= RTP}}</ref> Apesar de Manuel Veiga, atual ministro da Cultura cabo-verdiano, ter expressado o interesse em andar em sintonia com Portugal, "dada a cumplicidade e a cooperação nesta matéria",<ref>{{citar web |url=http://aeiou.visao.pt/Pages/Lusa.aspx?News=200809298832712 |título=Acordo Ortográfico: Entrada em vigor em Cabo Verde espera entendimento Portugal-Palop |obra= Visão}}</ref> a ministra da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Janira Hopffer Almada<ref>{{Citation | url = http://www.governo.cv/index.php?option=com_content&task=view&id=88 | placelocal = CV | titletitulo = Governo}}.</ref>, anunciou que Cabo Verde iria adotar o acordo ortográfico a partir do segundo semestre de 2009, possivelmente em julho ou agosto, prevendo uma transição de seis a dez anos.<ref>{{citar web |url=http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=21898 |título=Cabo Verde adotará acordo ortográfico no 2º semestre | obra= Agência Lusa}}</ref>
 
Apesar do anúncio, a 26 de março de 2009, de que Portugal e Cabo Verde deveriam iniciar a implementação do Acordo Ortográfico — a título indicativo — a 5 de maio, o Dia da Cultura da CPLP,<ref>{{citar web |url=http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&fokey=ex.stories/505420 |título=Acordo Ortográfico: Portugal e Cabo Verde marcam 5 de Maio como "data indicativa" para entrada em vigor | obra = [[Expresso (Portugal)]] | publicado = [[Agência Lusa]]}}</ref> o Acordo só veio a ser adotado oficialmente em Cabo Verde a 1 de outubro de 2009, com a ratificação do Protocolo Modificativo pelo Conselho de Ministros.<ref>{{citar web |url=http://www.expressodasilhas.sapo.cv/index.php/pt/noticias/detail/id/12715 |título=Acordo Ortográfico entrou em vigor em Cabo Verde |obra = Expresso das Ilhas |acessodata=19-05-2011}}</ref> O governo cabo-verdiano prevê um período de transição que poderá variar entre 6 e 10 anos, para a plena implementação do Acordo.<ref name="Alfacv">{{citar web|url=http://www.alfa.cv/index.php?option=com_content&task=view&id=5150&Itemid=104 |título=Manuel Veiga discute Acordo Ortográfico com homólogo português |data=27 de janeiro de 2009 |publicado=Alfa Comunicações}}</ref> Em junho de 2015, o governo cabo-verdiano confirmou que o período de transição termina em outubro de 2015 sendo, a partir dessa data adotado um Plano de Implementação Complementar por um período máximo de um ano.<ref name="NM15">{{citar web|url=http://www.noticiasaominuto.pt/mundo/405081/acordo-ortografico-em-vigor-a-partir-de-outubro-em-cabo-verde |título=Acordo Ortográfico em vigor a partir de outubro em Cabo Verde |autor=[[Lusa (agência de notícias)|Lusa]] |publicado=Notícias ao Minuto |data=12 de junho de 2015 |acessodata=12 de junho de 2015}}</ref> De referir que os novos manuais escolares e pedagógicos para os cinco primeiros anos de escolaridade já utilizam a nova grafia.<ref name="NM15"/>
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No geral, todas as sondagens feitas em Portugal apontam para um parecer negativo do Acordo, como são os casos:
 
Na TSF: onde 91% diz que é melhor rasgar o Acord e 3% diz que é melhor manter; <ref>{{Citar periódico|ultimo=Group|primeiro=Global Media|data=2017-02-09|titulo=Fórum TSF: O que fazer com o Acordo Ortográfico?|jornal=TSF Rádio Notícias|url=http://www.tsf.pt/forum-tsf/interior/forum-tsf-o-que-fazer-com-o-acordo-ortografico-5657506.html|idioma=pt-PT}}</ref>
 
Na Sapo: onde 65% defende a ideia que era melhor "voltar tudo ao que estava antes", com 2572 votos. Já 22% defende o acordo com "pequenos aperfeiçoamentos", num total de 873 votos. Apenas 9%, com 375 votos, defende que "já está habituado e só iria trazer mais chatices" voltar atrás.{{carece de fontes|data=abril de 2018}} Sobre a possibilidade de um referendo, 4052 pessoas (82%) defendem essa ideia, contra 864 pessoas (18%).{{carece de fontes|data=abril de 2018}}
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==== Petições, iniciativas de cidadãos e audições parlamentares ====
[[Ficheiro:Assembleia Republica Portugal 2.JPG|thumb|[[Assembleia da República]], em [[Lisboa]].]]
A 7 de abril de 2008, a Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura da [[Assembleia da República]] promoveu uma audição pública<ref>{{citar web |url = http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=326230&visual=26&tema=5 |título=Assembleia da República vai ouvir especialistas| autor=Lusa|obra= RTP|data = 13-02-2008 | acessodata= 06-01-2010}}</ref> dos diversos intervenientes no processo. De um lado, afirmaram-se os altos custos que implicaria a adoção do Acordo, a desfiguração da escrita e da pronúncia do lado português (sendo que esta última não é considerada, apenas a pronúncia brasileira) , o aproveitamento geopolítico e económico por parte do Brasil, a falta de consideração pelos restantes países da CPLP, as diferenças léxicais e sintáticas já existentes nos diversos países, invocando-se mesmo a inconstitucionalidade do tratado.<ref>{{citar web |url=http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=338216&visual=26&tema=5|título=Texto serve interesses geopolíticos e económicos do Brasil – Vasco Graça Moura| autor=Lusa|obra=RTP|data=07-04-2008|acessodata=06-01-2010}}</ref> Do outro lado, salientou-se a importância do Acordo para a unidade da língua portuguesa, sua visibilidade e afirmação no mundo, a rapidez com que a nova grafia entrará (supostamente) nos hábitos dos portugueses e, a propósito da alegada inconstitucionalidade, foi recordado que juristas como [[Vital Moreira]] já se tinham pronunciado a favor da constitucionalidade do Acordo Ortográfico.<ref>{{citar web |url=http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=338077&visual=26&tema=5|título=Acordo "é estratégico" para a afirmação do português no mundo – Carlos Reis |autor=Lusa|obra=RTP|data=07-04-2008|acessodata=06-01-2010}}</ref><ref>{{citar web |url= http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=338184&visual=26&tema=5|título=Opositores estão fechados em "comportamentos autistas" – Carlos Reis| autor=Lusa|obra=RTP|data=07-04-2008|acessodata=06-01-2010}}</ref>
 
[[Marcelo Rebelo de Sousa]], actual Presidente de Portugal, jurista e professor de direito, nunca se mostrou a favor do Acordo Ortográfico, aproveitando uma visita a Moçambique para lembrar que, caso este não aplique o Acordo, é uma boa oportunidade para Portugal o suspender. "Nós estamos à espera que Moçambique decida sim ou não ao Acordo Ortográfico. Se decidir que não, mais Angola, é uma oportunidade para repensar essa matéria."<ref>{{Citar periódico|ultimo=ZAP|titulo=Cidadão Marcelo à espera que Moçambique rejeite Acordo Ortográfico - ZAP|jornal=ZAP|url=https://zap.aeiou.pt/cidadao-marcelo-a-espera-que-mocambique-rejeite-acordo-ortografico-111494|idioma=pt-pt}}</ref> "Mas o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa escrevia tal como escrevem os moçambicanos, que não é de acordo com o Acordo Ortográfico", acrescentou.<ref>{{Citar periódico|titulo=Acordo Ortográfico: “O cidadão Marcelo escreve como os moçambicanos”|jornal=Jornal Expresso|url=http://expresso.sapo.pt/politica/2016-05-04-Acordo-Ortografico-O-cidadao-Marcelo-escreve-como-os-mocambicanos|idioma=pt-PT}}</ref> (alusão ao facto de que, se alguém trabalhar para o Estado, é obrigado a aderir ao Acordo, mesmo que o rejeite.)
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A 30 de março de 2009, o Parlamento Nacional de Timor-Leste aprovou o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, bem como os dois protocolos modificativos,<ref>A Resolução do Parlamento Nacional n.º 14/2009, de 6 de Maio "Aprova, para Adesão, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entre os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa". Esta resolução prevê a continuação do uso do hífen na grafia oficial do nome "Timor-Leste" e inclui o texto integral do Acordo Ortográfico. A Resolução do Parlamento Nacional n.º 18/2009, de 6 de Maio "Aprova, para Adesão, o Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entre os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa". É este Segundo Protocolo Modificativo que prevê a adesão da República Democrática de Timor-Leste. A Resolução do Parlamento Nacional n.º 19/2009, de 6 de Maio "Aprova, para Adesão, o Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entre os Estados Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa". As três resoluções do Parlamento Nacional de Timor-Leste foram publicadas no ''Jornal da República'', série I, n.º 17, de 6 de maio de 2009</ref> como informou o ministro timorense da Educação, João Câncio Freitas.<ref name="ReferenceC"/> Timor-Leste tornou-se, assim, o quinto Estado membro da CPLP a ratificar o documento.
 
Em maio de 2015, a aplicação do Acordo Ortográfico em Timor-Leste ainda se encontrava numa fase embrionária.<ref name="EN0515">{{citar web|url=http://pt.euronews.com/2015/05/14/o-desacordo-ortografico |título=O (des)acordo ortográfico |publicado=[[Euronews]] |data=14 de maio de 2015 |acessodata=9 de agosto de 2017}}</ref> No entanto, a sua adoção tem sido progressiva, estando já a ser aplicado nas novas publicações oficiais do governo timorense.<ref>{{citar web|url=http://timor-leste.gov.tl/wp-content/uploads/2017/08/Low_Pt_Texto_VI-GOVERNO-CONSTITUCIONAL1.pdf |título=Retrato do VI Governo Constitucional (2015-2017) |publicado=timor-leste.gov.tl |formato=[[pdf]] |acessodata=9 de agosto de 2017}}</ref>
 
== Resumo da situação nos países e regiões lusófonos ==
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{{Referências|col=2}}
 
== {{#if:|{{ELES|Bibliografia|}}|Bibliografia }} ==
<div class="references-small ref-scroll">{{dividir em colunas}}
* {{Citation | author-autorlink=link = Andrey do Amaral| lastúltimo = do AMARAL | firstprimeiro = Andrey | titletitulo = Novo (e Divertido) Acordo Ortográfico | placelocal = [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] | publisherpublicado = Ciência Moderna | yearano = 2009 | isbn = 978-85-7393-825-8}}.
* {{Citation | author-autorlink=link = José Carlos de Azeredo| lastúltimo = AZEREDO | firstprimeiro = José Carlos de | titletitulo = Escrevendo pela nova ortografia | placelocal = [[São Paulo (estado)|São Paulo]] | publisherpublicado = Instituto Antônio Houaiss e Publifolha | yearano = 2008 | isbn = 978-85-7402-938-2}}, 136 pp.
* {{Citation | editor-link = João Malaca Casteleiro| editor-lastsobrenome = CASTELEIRO | editor-firstnome = João Malaca | titletitulo = Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa | placelocal = [[Porto]] | publisherpublicado = [[Porto Editora]] | yearano = 2009 | isbn = 978-972-0-31943-2}}, 688 pp.
* {{Citation | author1-linkautorlink1= = João Malaca Casteleiro| last1último1 = CASTELEIRO | first1primeiro1 = João Malaca | last2último2 = CORREIA | first2primeiro2 = Pedro Dinis | titletitulo = Atual: O Novo Acordo Ortográfico — O que vai mudar na grafia do português | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = [[Texto Editores]] | yearano = 2007 | isbn = 978-972-47-3764-5}}, 32 pp.
* {{Citation | last1último1 = CASTRO | first1primeiro1 = Ivo | last2último2 = DUARTE | first2primeiro2 = Inês | last3último3 = LEIRIA | first3primeiro3 = Isabel | titletitulo = A Demanda da Ortografia Portuguesa: Comentário do Acordo Ortográfico de 1986 e subsídios para a compreensão da Questão que se lhe seguiu | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = Sá da Costa | yearano = 1987}}, 281 pp.
* {{Citation | titletitulo = Dicionário Editora da Língua Portuguesa 2009 | editionedição = Acordo Ortográfico | placelocal = [[Porto]] | publisherpublicado = [[Porto Editora]] | yearano = 2008 | isbn = 978-972-0-01423-8}}, 1728 pp.
* {{Citation | author-autorlink=link = António Emiliano| lastúltimo = EMILIANO | firstprimeiro = António | titletitulo = Foi Você que Pediu um Acordo Ortográfico? | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = Guimarães Editores | yearano = 2008 | isbn = 978-972-665-524-4}}, 30 pp.
* {{Citation | author-autorlink=link = António Emiliano| lastúltimo = EMILIANO | firstprimeiro = António | titletitulo = O Fim da Ortografia | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = Guimarães Editores | series = Opúsculos | yearano = 2008 | isbn = 978-972-665-527-5}}, 28 pp.
* {{Citation | author-autorlink=link = Edite Estrela| lastúltimo = ESTRELA | firstprimeiro = Edite | titletitulo = A Questão Ortográfica – Reformas e acordos da língua portuguesa | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = Editorial Notícias | yearano = 1993 | isbn = 978-972-46-0611-8}}, 220 pp.
* {{Citation | lastúltimo = GOMES | firstprimeiro = Francisco Álvaro | titletitulo = O Acordo Ortográfico – Exercícios práticos com propostas de soluções | placelocal = [[Porto]] | publisherpublicado = Edições Flumen e [[Porto Editora]] | yearano = 2008 | isbn = 978-972-8895-20-4}}, 255 pp.
* {{Citation | titletitulo = Guia Prático do Acordo Ortográfico | placelocal = [[Porto]] | publisherpublicado = [[Porto Editora]] | yearano = 2008 | isbn = 978-972-0-31942-5}}, 32 pp.
* {{Citation | lastúltimo = GONÇALVES | firstprimeiro = Maria Filomena | titletitulo = As Ideias Ortográficas em Portugal de Madureira Feijó a Gonçalves Viana (1734-1911) | placelocal = Lisboa | publisherpublicado = [[Fundação Calouste Gulbenkian]], Fundação para a Ciência e a Tecnologia | yearano = 2003 | isbn = 972-31-1004-0}}, 1050 pp.
* {{Citation | editor-lastsobrenome = JANSSEN | editor-firstnome = Maarten | othersoutros = et al | titletitulo = Ortografia em mudança. Vocabulário. As palavras que mudam com o Acordo Ortográfico | publisherpublicado = [[Instituto de Linguística Teórica e Computacional]] e [[Editorial Caminho]] | yearano = 2008 | isbn = 978-972-21-1992-4}}, 159 pp.
* {{Citation | titletitulo = Michaelis Dicionário Escolar Língua Portuguesa com Nova Ortografia | placelocal = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publisherpublicado = [[Editora Melhoramentos]] | yearano = 2008 | isbn = 978-85-06-05450-5}}, 992 pp.
* {{Citation | author-autorlink=link = Vasco Graça Moura| lastúltimo = MOURA | firstprimeiro = Vasco Graça | titletitulo = Acordo Ortográfico: A Perspectiva do Desastre | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = Alêtheia | yearano = 2008 | isbn = 978-989-622-137-9}}, 232 pp.
* {{Citation | titletitulo = Novo Dicionário da Língua Portuguesa — Conforme Acordo Ortográfico | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = [[Texto Editores]] | yearano = 2007 | isbn = 978-972-47-3474-3}}, 1653 pp.
* {{Citation | titletitulo = Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa — Conforme Acordo Ortográfico | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = [[Texto Editores]] | yearano = 2007 | isbn = 978-972-47-3475-0}}, 2048 pp.
* {{Citation | author-autorlink=link = Fernando Pessoa| lastúltimo = PESSOA | firstprimeiro = Fernando | contributioncapítulo = O problema ortográfico | titletitulo = A língua portuguesa | placelocal = [[Lisboa]] | publisherpublicado = Assírio & Alvim | yearano = 1997 | isbn = 972-37-0434-X}}, edição e nota prévia de Luísa Medeiros, 198 pp.
* {{Citation | lastúltimo = SANDRONI | firstprimeiro = Cícero | titletitulo = Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa | editionedição = 5.ª | placelocal = [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] | publisherpublicado = [[Academia Brasileira de Letras]] e Global Editora | yearano = 2009 | isbn = 978-85-260-1363-6}}, 976 pp.
* {{Citation | lastúltimo = SILVA | firstprimeiro = Maurício | titletitulo = Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – o que muda, o que não muda | placelocal = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publisherpublicado = [[Editora Contexto]] | yearano = 2008 | isbn = 978-85-7244-407-1}}, 96 pp.
* {{Citation | lastúltimo = TUFANO | firstprimeiro = Douglas | url = http://www.livrariamelhoramentos.com.br/Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf | titletitulo = Guia Prático da Nova Ortografia | placelocal = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publisherpublicado = [[Editora Melhoramentos]] | yearano = 2008 | isbn = 978-85-06-05464-2}}, 32 pp.
* {{Citation | lastúltimo = VALADA | firstprimeiro = Francisco Miguel | titletitulo = Demanda, Deriva, Desastre – Os três dês do Acordo Ortográfico | placelocal = [[Alcochete]] | publisherpublicado = Textiverso| yearano = 2009 | isbn = 978-989-8044-18-1}}, 120 pp.
* {{Citation | lastúltimo = VIEIRA | firstprimeiro = Jair Lot | titletitulo = Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa | placelocal = [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] | publisherpublicado = Edipro | yearano = 2008 | isbn= 978-85-7283-631-9}}, 128 pp.
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=== Vocabulários ===
* {{Citation | url = http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23 | titletitulo = Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa | publisherpublicado = Academia Brasileira de Letras | editor = 5.ª | yearano = 2009}}.
* {{Citation | url = http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=vop | titletitulo = Vocabulário Ortográfico do Português | publisherpublicado = Instituto de Linguística Teórica e Computacional}}.
* {{Citation | url = http://www.flip.pt/vocabulario | titletitulo = Vocabulário Ortográfico | publisherpublicado = Priberam | placelocal = PT}}.
* {{Citation | url = http://www.infopedia.pt/diciope.jsp?dicio=16&op=DefExpoente&Expoente=0 | titletitulo = Vocabulário Ortográfico | publisherpublicado = Porto Editora | editionedição = 1.ª | yearano = 2009}}.
 
=== Conversores ortográficos ===
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=== Documentos ===
* {{Link||2=http://www.priberam.pt/docs/AcOrtog90.pdf |3=Texto completo do Acordo Ortográfico de 1990}} - inclui o Anexo II - "Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa"
* {{Link||2=http://www.legix.pt/Pbadz%7B8C6CFE59%2D3926%2D46E6%2DBE90%2D10DE57AAE1BF%7D0-67BB3822CE47430F773BDD23C955C497/incmredirect.asp?dll=LegixIsamLLDB&base=EcoLegis&id=27923&dp=23-08-1991&dd=23-08-1991&n=193&se=I-A&sup=0&pr=4370&prs=0&pult=4388&pults=0 |3=Decreto 43/1991 de 23 de Agosto}} que ratificou o Acordo Ortográfico em Portugal e [http://www.legix.pt/Pbadz%7BDDD180FE%2D968C%2D4C5D%2DBDEC%2D4F35BC6BBDA4%7D0-850BA46CB2190EA6556D2366FBE399F7/incmredirect.asp?dll=LegixIsamLLDB&base=EcoLegis&id=28597&dp=07-11-1991&dd=07-11-1991&n=256&se=I-A&sup=0&pr=5684&prs=0&pult=5684&pults=0 Rectificação n.º 19/91]
* {{Link||2=http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/acordo_ortografico.pdf |3=Decreto legislativo n.º 54 de 1995}} que aprovou o Acordo Ortográfico no Brasil
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{{Começa caixa}}
{{Caixa de sucessão|título = Reformas Ortográficas da [[Língua Portuguesa]]
|título = Reformas Ortográficas da [[Língua Portuguesa]]
|anos = 1990
|antes = [[Reforma Ortográfica de 1971 (Brasil)]]