Imigração italiana no Brasil: diferenças entre revisões

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A imigração italiana no Brasil foi intensa, tendo como ápice o período entre os anos de 1880 e 1930. A maior parte dela se concentrou no estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]].<ref name="caminhos"/> Os italianos começaram a imigrar em número significativo para o Brasil a partir da década de 1870. Foram impulsionados pelas transformações socioeconômicas em curso no Norte da [[península itálica]], que afetaram sobretudo a propriedade da terra. Um aspecto peculiar à imigração em massa italiana é que ela começou a ocorrer pouco após a [[unificação da Itália]] (1861), razão pela qual uma identidade nacional desses imigrantes se forjou, em grande medida, no Brasil.<ref name="caminhos"/>
 
O {{séc|XIX}} foi marcado por uma intensa expulsão demográfica na [[Europa]]. O alto crescimento da população, ao lado do acelerado processo de [[industrialização]], afetaram diretamente as oportunidades de emprego naquele continente. Estima-se que, entre 1870 e 1970, em torno de 28 milhões de italianos emigraram (aproximadamente a metade da população da Itália). Entre os destinos principais estavam diversos países da [[Europa]], [[América do Norte]] e [[América do Sul]].<ref>{{Citar web|url = http://www.emigrazione-notizie.org/news.asp?id=1104|título = Il Voto «Segreto» Degli Italiani All'Estero:...|data = 3/4/2006|acessodata = 19/1/2014|publicado = Emigrazione_Notizie|autor =R.Ricci (FILEF-Federazione Italiana Lavoratori Emigranti e Famiglie)|língua=it}}</ref>
 
Não apenas a população da Itália, mas de toda a Europa de um modo geral estava afundada na miséria no {{séc|XIX}}. A transição entre um modelo de produção feudal para um sistema [[Capitalismo|capitalista]] afetou diretamente as condições sociais no continente europeu.<ref name=privada>{{citar livro|título=História da vida privada no Brasil: República : da Belle Époque à era do rádio|autor=Fernando A. Novais, Nicolau Sevcenko|páginas=-–-|ano=1998|publicado=Estampa}}</ref> As terras ficaram concentradas nas mãos de poucos proprietários, havia altas taxas de impostos sobre a propriedade, fazendo o pequeno proprietário se endividar com empréstimos. Havia a concorrência desigual com as grandes propriedades rurais, que fazia o preço dos produtos do pequeno proprietário ficarem muito baixos, empurrando essa mão de obra para as indústrias nascentes, que não conseguiam absorver essa massa de trabalhadores, saturando as cidades com desempregados. À medida que a disputa pelos mercados consumidores se acirrou, a concentração de terras nas mãos de poucos se agravou. Assim, milhões de [[Camponês|camponeses]], que antes eram pequenos proprietários rurais, desceram à condição de trabalhadores braçais (''bracciante'') nas grandes propriedades rurais. Mesmo aqueles que continuaram na condição de pequenos proprietários não conseguiam mais tirar seu sustento da terra. Isto porque as terras eram normalmente adquiridas por herança, e o filho mais velho adquiria a propriedade após a morte do pai, enquanto os outros filhos eram excluídos. Mesmo quando as terras eram divididas entre os filhos, o fracionamento acarretava no recebimento de um pedaço de terra muito pequeno, tornando impossível dali extrair o sustento.<ref name="privada"/>
[[Ficheiro:Mapa da Província de São Paulo - 1886.jpg|miniaturadaimagem|376x376px|Mapa da [[Província de São Paulo]], 1886, apresentando a região oeste do estado como "terrenos despovoados" para atrair os imigrantes]]